30.11.05

no meu tempo é que era...

Regra: Qualquer blog de gaja tem que ter posts sobre moda. Claro que, como equipa dedicada e pluralista que somos, já temos o senhor KL para nos falar disso. Mesmo assim, decidi eu própria fazer uma petite postette sobre o tema.

Pois bem, uma coisa que me começou a intrigar há já algum tempo foi a questão das modas propriamente ditas. E o tempo que é necessário para uma coisa inverter a sua posição: passar de último grito a démodé (e vice-versa).

Situação 1 - Eu sabia que ser krida e fofa havia de compensar!
Como não podia deixar de ser, estou a referir-me a essa personagem de culto (ou que se tornou de culto), a Kitty. A Kitty era, até há bem pouco tempo (se tivermos em conta a idade da gaja que escreve), uma coisa pindérica. Ter estojos, borrachas, mochilas e outros acessórios da gatinha com o laçarote vermelho era sinónimo de uma mentalidade muito infantil. E agora? Agora é vêr as miúdas crescidas a desfilar por essas noites fora com o kit completo (que inclui meias às riscas rosa e preto) a dizer que são freaks ou electroclashers.

Situação 2 - Tudo a sair do armário.
Quando eu era piquena ninguém falava deles. Agora, e apesar de ainda não ser este um mundo arco-íris, parece que estão na moda (e sim, a última medida do Papa apoia a minha teoria). É vê-los a desfilar por aí, a fazer concursos e programas de entretenimento, a entrar em nossas casas diariamente. E quantas de nós minhas amigas gajas, não adoramos ter um amiguinho Gay, hein? É sensível quando fala de sentimentos, percebe de moda e sabe apreciar rapazes.

Situação 3 - Com a verdade me enganas.
No prato oposto da balança está o senhor Herman José. Quem não se lembra de estar em pulgas com os olhos pregados no televisor à espera de ver O Tal Canal, os programas de fim de ano ou até mesmo o Herman Enciclopédia. A partir daí, tudo começou a desmoronar-se. Primeiro tentou imitar o Jay Leno com o Herman SIC, depois começou a descolorar o cabelo (processo gradual, que pelo meio passou por um loiro asqueroso). Há pouco tempo soubemos que o seu Rolex foi roubado nos balneário do Holmes Place, já pra não falar no seu envolvimento no processo Casa Pia. Enfim... senhor Herman, o senhor já não está na moda!

Situação 4 - Jeans de Cidade.
Gajas (e alguns gajos)! Vão ao vosso baú. Procurem bem, e de certeza que encontrarão um par de calças elásticas. Sim, nos meus tempos de liceu, gaja que não aparecesse com umas calças elásticas de ganga ou verdes era logo posta de parte. Além de serem extremamente quentinhas e confortáveis, com umas calças assim de certeza que uma gaja arranjava um namorado surfista.

Tudo isto me leva a crer que a moda é cíclica (mais o facto de agora estar tudo a voltar às All Star, casacos de couro e músicas dos anos 80). E agora que se aproxima o natal, só gostava que voltassem os meus queridos barriguitas!

frifri

29.11.05

SPM

Nota prévia: esta é uma posta de gaja. Pode causar desconforto, embaraço ou até uma certa náusea no leitor do sexo masculino.

Fui eu que no domingo escrevi a posta em que chamava caga-na-saquinha ao Guterres. Ontem, quando a li, resolvi apaga-la. Foi o primeiro sinal da grande neura que me iria acompanhar o resto do dia. Essa neura tem um nome – chama-se SPM, ou Síndrome Pré-Menstrual.
Para os que não estão familiarizados com os sintomas desta requintada tortura mensal, eles são:

Alterações do humor tipo depressão, fadiga, cansaço fácil, desinteresse pessoal, irritabilidade, instabilidade emocional, falta de concentração, alterações do apetite, alterações no ritmo do sono, sensação de estar fora do controlo, choro frequente e mesmo alterações da personalidade ou do comportamento.
Podem também ocorrer dores abdominais, com dores musculares generalizadas, tensão mamária, graus variáveis de edema, cefaleias, náuseas, ou mesmo vómitos. Estes sintomas podem ser tão graves que levam à limitação da actividade física diária.

Bom, cada gaja é uma gaja e todas reagimos de forma diferente. Eu, pessoalmente, não fico deprimida. Ansiosa sim. Mas mais irritadiça (e irritante). E furibunda. Confesso que às vezes é uma vantagem puder atirar tudo para as largas costas das hormonas, mas que o preço a pagar é alto, lá isso é!
Ontem foi, pelas questões fisiológicas que acima referi, um dia para esquecer. Tudo parecia enfurecer-me, nomeadamente:
  • a minha própria posta:
  • senhoras que acham que todas temos o direito e o dever de confraternizar nos balneários da piscina;
  • empregadas de balcão que nos querem vender roupa que obviamente não queremos;
  • pónhónhós estacionados em segunda fila;
  • empregados de balcão que deixam arrefecer o café por estarem a ver o FCP;
  • pessoas com bigode em geral.


Eu não sou uma gaja mal-educada. Por maior que tivesse sido a minha vontade de insultar essa gente toda, não o fiz (ok, talvez tenha insultado ligeiramente o dito automobilista). Em contrapartida domino bastante bem a técnica da fulminação visual! Ainda hoje há criancinhas que me temem à custa disso. É praticamente infalível e pode ser usada como qualquer arma de arremesso.
Talvez num outro dia sorrisse condescendentemente a cada uma destas pessoas (menos ao pónhónhó). Ontem, todos pareciam ter sido postos no meu caminho para testar os limites da minha paciência! E esses limites estavam especialmente estreitos...

24.11.05

As montanhas estavam mesmo vivas

Um belo serão, estava eu sentadinha no sofá a fazer zapping com uma gata ao colo quando algo me despertou a atenção. O nome de Maria von Trapp! Tratava-se de uma biografia da mesma. Pestanejei, incrédula. Maria von Trapp? A mesma da "Música no Coração"? A governanta que cantava "the hills are alive..."? A ex-freira que se casou com um irascível viúvo pai de um autêntico batalhão? Ela existiu mesmo? Fiquei maravilhada. Para mim, foi um choque tão grande como o que sentiria se me dissessem que o Dartacão era real e que a obra de Alexandre Dumas mais não era que uma adaptação humanizada da vida desse grande canino! E como eu sou incapaz de ficar maravilhada sozinha, decidi partilhar com vocês a história da verdadeira Maria von Trapp. Até certa altura, aliás, não é muito diferente da do filme, se exceptuarmos o facto de que ela tinha um péssimo feitio e era uma autêntica ditadora na família. Conseguem imaginar? "Crianças, abram-me mas é essas goelas, senão levam tantas que até andam de lado!"
O que o filme não conta, é que às tantas a família (cada vez maior agora graças à contribuição de Maria) ficou na bancarrota. Para sobreviver, decidem encetar uma carreira como cantores e partem em digressão por toda a Europa. No entanto, esta felicidade acabou quando Hitler invadiu Salzburgo e a família decidiu partir rumo a uma vida melhor. Mas qual fuga a pé pelas montanhas qual carapuça, isso são historinhas de Hollywood! De comboio é que se vai bem, que é mais confortável e o frio faz mal à voz, pois então. E assim seguiram até Itália. Daqui aos Estados Unidos foi um saltinho e a família instalou-se no sítio mais parecido com a Áustria que conseguiu encontrar - Vermont. Em solo americano continuaram com sucesso a carreira nas cantorias (tendo agora como título "the Trapp family singers"). Até que, horror dos horrores, o capitão von Trapp morreu, deixando Maria a braços com uma família que detestava os seus modos ditadores, um grupo coral onde já ninguém queria cantar, e uma crise financeira. Foi então que Maria decidiu vender os direitos da sua autobiografia (por uma ninharia, diga-se de passagem). O resto já se sabe...
A verdadeira Maria caiu no esquecimento, mas nasceu um mito!
Só mais uma pequena curiosidade: a Maria von Trapp foi concedida uma pequena participação no filme "Música no Coração". Fazia de uma das obesas freiras que cirandavam pelo convento!
Esperamos assim, queridas amigas, ter tocado o vosso coração! Lembrem-se de tudo isto quando virem este maravilhoso filme pela enésima vez este Natal!

21.11.05

70 x 7

Enquanto procurava a chave do euro milhões nesse mundo de informação que se chama teletexto, descobri algo que me aterrorizou. Ao passar os olhos pela programação da RTP reparei que o 70 x 7 ainda existe, e continua a atormentar gerações e gerações de criancinhas das que acordam às 7 da matina!
Comentando este assunto com o Senhor V., esse grande filósofo de quem as gajas têm o privilégio de ser amigas, ele apresentou-me a sua teoria. Segundo ele, o desinteresse dos jovens da nossa geração pelos assuntos religiosos está intimamente relacionado com o facto de termos suportado esta estopada demasiadas manhãs das nossas vidas, enquanto esperavamos pacientemente pelos desenhos animados.

18.11.05

Karl Lagerfeld confesses himself to Madonna (1-888-2-CONFESS)

Forgive me Madonna for I have sinned. I have been a very naughty boy lately. Nobody knows I lead a double life. I just can't stand it anymore but I don't know how to end with it. Whenever I'm not shinning in a passerelle in Rome or Paris I am a decadent drag queen whose name is Gigi Velásquez. That's when I spend nights posing and dancing and flirting in some cheap disco clubs and trying to steel others girl's boyfriends. I also want to be treated like garbage. I'm tired of being worshiped as the drama queen of the haute couture. I long for releasing my pony-tail and being trashed as the drag queen of the dance floors.
You think that's it? Well it isn't. I'm in love with this guy working in a pizza place and he's very selfish and he just got out of jail. I bailed him out, but he doesn't love me. I spend my nights crying waiting for his call, yet he's careless for me. He says I'm not bitchy enough for him.
I just don't know if I'm able to repent yet. I guess I'll just follow your example and keep on with this ludicrous life of mine. I Hope you'll forgive me someday. I love your record by the way.

See you later.

KL

Diário de uma gaja asmática I

Ontem resolvi tirar partido do meu horário altamente flexível (correm até boatos de que eu não faço nenhum) e aproveitar o solito da tarde.
Levei os Arcade Fire a passear.
Estacionei o veículo, enfiei as bolotas nos ouvidos, carreguei no play e lá fomos nós.
Tudo estava bem, os meninos iam cavando os seus túneis pelo caminho, quando comecei a sentir uma ligeira falta de ar. Pelo sim, pelo não, achei melhor não esganiçar a-mãe-devia-era-ter-te-chamado-Laika, para poupar o fôlego, não fosse o diabo tecê-las.
Ora o diabo é um gajo que existe para nos arreliar e resolveu tecê-las na mesma. Quando dei por mim - já estavam os Arcade Fire num oportuno power out - tinha chegado o meu velho arqui-inimigo, o ATAQUE DE ASMA!
Vasculhei a minha carteira de gaja até encontrar a minha bomba salvadora. Qual não é o meu espanto quando reparo que o pequeno aerossol está VAZIO... A tragédia, o drama, o horror!
Comecei então a fazer contas à vida. Pelas minhas contas tinha 3 hipóteses:
1 - Voltar para casa, onde há bombas em diversas gavetas
2 - Sentar-me no passeio e esperar que passe
3 - Procurar a farmácia mais próxima
Entretanto já estava a ouvir o crown of love. Eu até acho que a música é catita e tal, mas não me parece a banda sonora mais apropriada para a tomada de decisões difícies (ok ok, não são assim tão difíceis mas como sabem esta posta é minha e eu exagero o que me apetecer!). Ó amigos, Arcade, filhos, violinos? violinos não, carago! Não me lixem, isto ainda não é um funeral! E eles em uníssono "É, é!" (repare, caro leitor, na qualidade deste trocadilho)!
FW > > Next! A seguir, mesmo a calhar, vinha o wake up. É isso mesmo, ala para a farmácia, que a minha vida não é isto e eu não tenho a tarde toda.
Felizmente nesta cidade dá-se um pontapé numa pedra e aparece logo uma farmácia!
Pensava eu que a minha agonia havia terminado uma vez que estava descoberta a porcaria da farmácia e afinal, caros leitores, ainda não era desta! Afinal havia uma fila! Uma GIGANTESCA fila! E eu, em notável e notada dificuldade respiratória fiquei ali à espera, sem conseguir sensibilizar ninguém para a urgência da minha situação! Respirei fundo (o mais fundo que conseguia...), concentrei-me na palmeirinha e na serpente da farmácia... Now here's the sun, it's alright!(Lies, lies!); Every time you close your eyes Lies, lies!
De qualquer das maneiras ficou ali mesmo prometido que jamais voltaria a ceder um lugar em qualquer fila, nem que tenha uma tonelada de compras e a pessoa atrás de mim vá comprar uma carteira de fósforos. Nem ceder um lugar no autocarro, mesmo a um velho de 95 anos, coxo, cego e hemofílico. Porra!!
Finalmente chegou a minha vez. Venderam-me a bomba. Bendito broncodilatador! Quem é que descobriu o salbutamol em spray?? Enviem-me já o Nobel a esses gajo!!
O ar volta.
Sentei nos degraus do chafariz da Praça e a Régine começou a cantar in the backseat.

17.11.05

Vamos lá fazer alguma coisa com real utilidadade pública



Minhas amigas e meus amigos:

Este canito foi abandonado junto das instalações onde as gajas trabalham. Procuramos desesperadamente (como a Madonna, no filme) um novo lar para o bicho. Se não conseguirmos o nosso propósito em breve, já há quem lhe tenha providenciado um bilhete só de ida até ao canil, e depois daí até ao paraíso dos canídeos são dois passos!

Ajudem-nos a ajuda-lo!
Se souberem de alguém que possa acolher o cão por favor enviem-nos um mail para

gajasnocorte@hotmail.com

Obrigadas!!

15.11.05

No comments (bem alguns comments!)


Apetecia-me escrever, No comments...
Mas sendo eu uma gaja, e sabendo todas nós que as gajas têm sempre que dizer alguma coisa, aqui vai.

Esta imagem é retirada do web site do senhor Vincent Gallo. Está na secção de Merchandising... o que ele está a tentar vender... bem, custa um milhão de dólares e se a compradora for negra (preta, mulata, escura, o que quiserem) ele recusa-se a vender o item em questão.
Apenas isto daria uma bela de uma posta, meu eu muito sinceramente não me sinto capaz de tanto.
Mas a imagem só em si, é digna de comentário.
Obviamente esta é uma peça de arte profética em que o artista revela que será o próximo presidente republicano dos EUA. Assim esperamos, uma vez que isto mais não significa que a realizar-se a profecia: NÃO HAVERÁ MAIS NENHUM PRESIDENTE REPUBLICANO DOS EUA!

A mana tesoura
(ai acalme-se lá mana, deixe-se de coisas sérias e torne a ser a maluca que é!)

Estou velha

Eu sei que tem sido o nosso espírito rir de tudo e de todos, mesmo do mais desagradável. Gaja que é gaja encara tudo de sorriso nos lábios. Choramingar, para além de fazer rugas, esborrata a maquilhagem, e digo-vos desde já que não há nada mais possidónio que rímel a escorrer por uma face abaixo.
Mas permitam-me, por favor, esta lagrimita de desgosto. Afinal, há dias em que uma gaja, por mais que tente, não se consegue rir… E no meu caso isso acontece no dia de hoje, porque foi há precisamente três meses que esta vossa amiga que vos escreve torceu o pé numa aparatosa queda. Três meses, pensarão todos vós, deveria ser mais do que suficiente para recuperar de uma simples entorse. Mas não, esta gaja continua manca e a fazer fisioterapia.
Mudando para um assunto sem qualquer ligação aparente (mas minhas amigas, tenham paciência e já verão onde eu quero chegar), sexta-feira fui ao Batô. Devo confessar que nunca fui grande fã do estabelecimento (a previsibilidade da música enjoa-me profundamente), mas é um dos poucos sítios onde ainda se pode dançar e cantar ao mesmo tempo… Mas foi no Batô, na sexta-feira, que tive uma espécie de revelação:
Estou velha.
Quando, às cinco e tal da manhã, se ouviram os primeiros acordes da “Just”, dos Radiohead, quatro ou cinco gatos pingados (incluindo eu), abriram os braços extasiados e, no centro da pista, cantaram a letra de cor. Tudo isto perante a indiferença do resto da multidão que nem sequer sabia que raio de música era aquela. Foi aí que eu compreendi. Olhei bem para as caras de toda a gente que ali estava e percebi que aquelas quatro ou cinco pessoas eram as únicas que pertenciam à minha geração. Eu nunca senti antes que fizesse parte de uma geração. De repente apercebi-me que aquela música que estávamos a cantar faz parte de um maravilhoso disco que eu ofereci a mim própria no Natal de há 10 anos atrás… 10 anos! É muito tempo. Aposto que há dez anos os meus tendões e ligamentos recuperariam mais depressa...

14.11.05

O Oposto de Patriarquia é...?

(Passa-se na Escola António Sérgio de Gaia.)
Duas alunas, uma de 17 e outra de 19 anos, foram admoestadas pelo facto de , no momento em que viam as notas da Páscoa, se terem beijado.
A primeira questão que se coloca é esta: será legítimo que os alunos e alunas tenham expressões de afecto e mesmo de desejo no espaço da escola? Não estou a dizer que façam amor numa aula de Matemática, o que consituiria manifesto desrespeito pelas palavras do professor, tal como ler o jornal, ouvir música ou jogar xadrez. Ora parece que o presidente do Conselho Executivo da Escola, professor António Teixeira, declarou que "não permitimos beijos, abraços ou apalpões, de heterossexuais ou de homossexuais". Pessoalmente preferia "carícias" em vez de "apalpões".
Mas a aluna mais velha queixa-se que a vice-presidente do Conselho Executivo, depois de lhe ter chamado "lésbica" aos berros, levou a que a directora de turma denunciasse aos pais aquela relação "anormal". Porque, como é fácil adivinhar, se o beijo incriminado tivesse sido trocado entre um rapaz e uma rapariga as reacções teriam sido nulas
Modificado de Eduardo Prado Coelho o fio do horizonte


Gajas, confesso que me sinto chocada… se fossem dois rapazes eu compreendia perfeitamente… afinal de contas, nesta sociedade patriarcal em que vivemos é mais que comum que a visão de duas mulheres a beijarem-se (principalmente se forem bonitas) seja considerada sexy e erótica (lá vamos nós outra vez), mas dois gajos não, korror, essas bichas…!!! Mas lendo melhor a notícia, apercebo-me que estou errada, porque aqui a autoridade é feminina (a vice-presidente, e a directora de turma), assim sendo, não posso deixar de me questionar (I can´t help but wonder, como diria a nossa amiga Carrie), será que quando as gajas estão no poder, substituímos uma sociedade patriarcal por uma matriarcal. O contrário de patriarcal é matriarcal ou é fraternal? Citando essa gaja fabulosa que se chama Sinéad O’Connor:

“I do think that women could make politics irrelevant.
By a kind of spontaneous cooperative action,
the like of which we have never seen.
Which is so far from people's ideas of state structure
and vital social structure that seems to them like total anarchy.
And what it really is is very subtle forms of interrellation
which do not follow sort of hierachical pattern which is fundamentally patriarchal.
The opposite to patriarchy is not matriarchy but fraternity.
And I think it's women who are going to have to break this spiral of power
and find the trick of cooperation.”
Um Beijo grande,
A Mana tesoura

12.11.05

outra vez a clarita

Nos primórdios do "gajas no corte" escolhemos a Clara Pinto Correia para ser a primeira a sentir o quão afiada é a nossa tesoura. Precisamente um ano passado desde então, deixo-vos aqui uma citação da nossa colega Clarita, que demonstra não só que ela continua altamente cortável, como também porque se arrisca a transformar-se num ícon deste nosso blog.

“Para mim, a inteligência é muitíssimo atraente, sexy, apelativa. Mas isso não quer dizer que as pessoas tenham de ser doutoradas. Uma das minhas melhores amigas, por exemplo, é cabeleireira”.


cortesia do amigo pouca roupa

11.11.05

é o nosso aniversário

O nosso pequeno blog cor-de-rosa faz hoje um ano.

Eu sei que é um bocado foleiro dar os parabéns a nós próprias, mas na ausência de uma comissão de especialistas organizada para a comemoração desta efeméride e sem um clube de fãs devidamente organizado, não nos resta outra alternativa…

FELIZ ANIVERSÁRIO!!

10.11.05

Breastfeeding man

Gajas,

Todas sabemos que os homens têm inveja de nós.
Embora o seu machismo (já aqui amplamente discutido) não o permita admitir, eles na verdade têm inveja das nossas maminhas (ai lá vamos nós ser chamadas de eróticas outra vez... eu sei, é tudo culpa minha que sou uma maluca!!!), têm inveja da nossa lingerie, da maquilhagem, etc... Ao final das contas (como diria aquela mulher qe todas nós adorámos) sempre que lhes dão uma oportunidade (seja ele carnaval, halloween ou apenas uma boa de uma "bebedeira") lá estão eles a pôr um vestidinho, uma peruca e mais maquilhagem do que a que nós usamos num mês inteiro. Agora, gajas, isto que encontrei hoje parece-me que é um bocadinho de mais!!! (http://www.unassistedchildbirth.com/miscarticles/milkmen.html)
Já não há territórios sagrados? Não é que agora os gajos também acham que podem amamentar e tudo isto só com o poder da mente? Quanto tempo será que leva ao Professor mestre Miguel para efectuar esta proeza? E quanto tempo faltará para que eles comecem a ter o período e a conceber?

A (louca da) mana tesoura.

O Dr. Miguel é que sabe

Hoje encontrei no meu elevador um papel que dizia:

PROFESSOR MESTRE
DR. MIGUEL

Encontra-se no nosso Pais um Grande Mestre Professor de Astrologia, Internacionalmente reconhecido com 23 anos de experiência. Ajuda a resolver problemas dos mais difíceis ou graves com urgência e honestidade como são: Amor, Amarração da Mulher em 15 dias e do Homem em 8 dias, Impotência Sexual, Mau Olhado, Depressões, Negócios, Justiça, Invejas, Doenças Espirituais, Emprego, Vícios, Drogas, Alcoolismo. Lê a sorte e faz-te saber o teu Passado, Presente e Futuro.

Faz consultas pessoalmente ou à distância.
Atende todos os dias das 8h às 22h.

Após uma leitura atenta dei por mim a pensar "Porque será que a Amarração do Homem demora menos uma semana?"...

Nota: o mau português é da total responsabilidade do dr. Miguel ou dos seus assistentes. A gaja não tem nada a ver com isso!

3.11.05

Quanto mais me bates...

Por que é que nós, as gajas, gostamos tanto de quem nos trata mal? Lembrei-me disto porque estive a fazer arqueologia electrónica e fui dar com uns emocionantes mails de há três anos atrás que troquei com o meu gajo-fétiche e que resolvi partilhar com vocês.



GAJA: “Hi Vincent. I've written to you a few weeks ago. Don't think I’m writing now to insist - I don't really care if you answer or not -, but I would just like to say that I got to see «Stranded» last week in a movie festival here in Portugal - «Fantasporto». I really liked the film. It was so incredibly bad that one had to like it. Ok, that was all that I wanted to say, so bye!
P.S. Your album came out a month ago here in Portugal. Couldn't you think of better lyrics?

VG: “Oh yes, I had a nice song about portugal with a lot of words that rhyme with monkey. fuck you fuck europe and fuck Portugal

GAJA: “Hi again Vincent. Just because you feel like a big and shiny hollywood star, it doesn't mean that you don't have to accept a criticism just like everyone else. Moreover, I didn't say I didn't like your work. In fact, I liked the album and Buffalo 66 is my favorite film ever! You probably have tons of people saying how good you are and feeding your ego, you don't need more people saying that. GROW UP! And FUCK YOU.”

VG: “Listen you little passive aggressive whore. passive aggression is the evil of mankind. I promise you enough people have bad things to say about me. I don't need you for that and I could take it. but your subtle passive aggression is full of shit. fuck you and don't write back”.

GAJA: “Just a thought I had: are you really Vincent Gallo or someone pretending? If so, you pretend very well. I'm sure he is as rude as you are.”

VG: “Oh know it is me. are you really a monkey or just a small chimp?”

Eu já sabia, porque como gaja que sou gosto de saber tudo sobre a vida alheia, que o homem era desagradável, irritante, com a mania das grandezas, egocêntrico e reaccionário (então não é que ele apoia o Bush?), mas isto ultrapassou as expectativas! Fui brindada com um Vincent em todo o seu esplendor! E confesso que gostei!

2.11.05

Contraditório

Nós as gajas somos a favor do contraditório. Por isso, depois de termos divulgado um blog dedicado ao Sr. Mário Soares, deixamos aqui ficar este link!