15.8.06

Um ano depois...

Sim, foi exactamente há um ano que aconteceu a desgraça que me forneceu o pseudónimo. A foto da esquerda foi tirada cerca de uma hora depois da queda e não revela nem por sombras aquilo em que o pé de uma gaja se consegue transformar depois de sofrer uma ruptura de ligamentos. A foto da direita foi tirada hoje e serve para demonstrar que o pé está bom e recomenda-se.
Lembrei-me que esta seria uma boa ocasião para vos pedir um favor. Amigas, parem de me chamar manca! Se, por uma questão de coerência com o nome dado à gaja mouca, ainda quiserem adjectivar-me com base nas minhas deformidades físicas, lembro-lhes de que têm muito por onde escolher: gaja míope, gaja estrábica, gaja com escoliose... isso ficará ao vosso critério. Mas manca, nunca mais!

7.8.06

Ai meu lindo Agosto

Agosto é aquele mês horrível em que toda a gente está de férias. Milhares, senão milhões de portugueses encaminham-se para as mais variadas estâncias balneares aquém e além fronteiras e até para o Algarve. Neste remar contra a maré que é nosso apanágio, as gajas continuarão, no entanto, a trabalhar. E a contorcer-se de dores naquela região do corpo que liga o braço ao antebraço. A algumas das gajas resta a mísera consolação dos seus gabinetes com ar condicionado. Eu tive de me mudar para o Interior Esquecido e Ostracizado (IEO). De uma forma geral, sobrevive-se razoavelmente bem no IEO, embora às vezes me pergunte se alguma força suprema não terá mudado esta parte do país lá para os lados do equador, tal é o calor que se faz sentir. Também há muito calor humano, graças a deus! Se o Interior fica Esquecido durante todo o ano, é em Agosto que todos se lembram dele. É a altura em que todas as aldeias e vilas Ostracizadas recebem seus pródigos filhos de braços abertos e ao som da Ana Malhoa, do Tony Carreira e de muitíssimos outros obscuros agrupamentos musicais que a maioria da população portuguesa tem a felicidade de desconhecer.

Mas, perguntam vocês (e cheios de razão), onde queria eu chegar com isto tudo? É que esta minha nova condição irá ditar o meu afastamento temporário da blogosfera. Nas minhas anteriores expedições, costumava recorrer a um destes estabelecimentos denominados “espaço Internet”, criados com o muy nobre desígnio de levar as novas tecnologias à desfavorecida população do IEO. No entanto, no belíssimo mês de Agosto este sítio encontra-se completamente atulhado de turistas, desses que acham piada a viajar para sítios exóticos como Trás-os-Montes para praticar Parapente ou Canyonning e outras coisas verdadeiramente radicais. Eu acho que o facto de cá terem chegado é, por si só, já bastante radical, mas isso agora não interessa nada. O que interessa é que nunca há lugares disponíveis para biólogas desterradas em trabalho de campo.
Mas prometo que se tiver oportunidade passo por aqui para contar as novidades das terras do Padre Fontes. Fica então combinado!