23.2.07

coisas que li no jornal...

"A Madeira era uma das regiões mais pobres de Portugal, é hoje uma das regiões mais ricas. (...) Era uma ilha ignorada do Atlântico, é hoje um centro de turismo de luxo. (...) Calculo que os madeirenses se interessem pouco ou nada pelos métodos de Jardim, que os tiraram do isolamento e da miséria. (...) Os madeirenses votavam em quem lhes dava emprego, electricidade, estradas, saneamento básico, habitação... "

No jornal "Público" de 23 de Fevereiro de 2007


Afinal Alberto João Jardim é o maior e eu sem fazer ideia. Ainda bem que tenho esse incontornável vulto nacional da cultura/política/entretenimento, o Vasco Pulido Valente, para me chamar à razão quanto a esse assunto!

12.2.07

Assim sim!

Pela primeira vez na minha vida, votei em algo que ganhou!!!

11.2.07

A gripe e a abstenção

Tal como no referendo passado, é certo e sabido que também neste a abstenção favorecerá o "não". Por isso, suponho que os adeptos do "não" dêem graças a deus pela gripe que este enviou em altura tão propícia, que faz abarrotar de abstenção os hospitais e centros de saúde.
Nos 10 anos que levo de maioridade, nunca me abstive. E não o irei fazer amanhã, apesar de me ver confrontada com um grave problema: como me deslocar até à minha cidade natal e ao meu local de voto com 39ºC de febre resistente a benurões?
Deixo aqui um apelo: adeptos do "sim" engripados como eu, não pensem, baseados nas sondagens, que as contas já estão feitas! Façam um pequeno sacrifício e vão votar. Aqui ficam alguns conselhos:

1. Munam-se de lenços de papel (nada de pingar ranho para cima do boletim do voto; para além de ser possidónio pode esborratar e anular o vosso voto).
2. Assegurem-se de que conseguem abrir os olhos o suficiente para distinguir o "sim" do "não".
3. Tentem controlar os tremores e calafrios para que a mão não vos fuja e resvale para o quadradinho errado.

Será um pequeno sacrifício da vossa saúde e dignidade em prol da saúde e dignidade das mulheres do nosso país (peço desculpa por esta espécie de trocadilho foleiro, mas a minha imaginação, ultimamente já diminuída, encontra-se toldada q.b. pela febre).

8.2.07

Diário de uma gaja Mouca

Esta semana fui ao otorrinolaringologista. Reparem que poderia ter escrito simplesmente otorrino mas preferi escrever otorrinolaringologista para depois puder gabar-me de deter o record para a palavra mais comprida alguma vez escrita neste blog. E as outras gajas escusam de vir para aqui escrever Inconstitucionalissimamente, palavra que aproveito para deixar também aqui, só para garantir…


Mas deixando as divagações gramaticais e voltando ao assunto inicial - o otorrino. Por fora o meu ouvido pareça igual a qualquer outro, mas lá por dentro está (pelo visto) mais arruinado que os cofres do estado, mais destruído que Lisboa no final do terramoto de 1755. Prosseguindo com comparações estúpidas e perfeitamente escusadas, a senhora Otorrinolaringologista (casos de natureza tão séria devem ser resolvidos por gajas), quer armar-se em Marquês de Pombal e fazer uma reconstituição das minhas ruínas internas, de bisturi em punho!

Isto de transformar o meu ouvido na Baixa Pombalina, embora tenha o muy nobre objectivo de me transformar numa gaja mais saudável, isenta de doenças estranhas com nomes acabados em “oma”, tem os seus quês. Para começar, é já sabido que ficaria mais Mouca. Eu sei que ser Mouca é já uma espécie de imagem de marca, mas ficar ainda mais surda causa-me certa espécie…

Assim sendo, aquilo que à partida seria uma simples obra de beneficiação transformou-se num grande dilema para mim. Estou habituada a enfrentar grandes dilemas logo pela manhã, como sejam vestir saia ou calças, a côr da gigi, comer cereais ou antes umas torradinhas. Tudo dilemas da máxima importância, que resolvo sempre com elegância e eficácia. Mas como este ainda não me havia surgido nenhum, e isto está a ocupar-me uma parte significativa dos meus pensamentos diários.
Pelo acima exposto queiram desculpar-me o facto de não escrever postas sobre o aborto, nem sobre os grandes portugueses, nem sobre outros assuntos a pedido. Estou a pensar no meu umbigo, perdão – ouvido!



Nota: depois de uma breve pesquisa descobri que a maior palavra portuguesa é afinal, Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico, que designa uma pessoa que sofre de Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiose, uma doença pulmunar. Agora sim, o record é meu!

1.2.07

bacalhau

Caras gajas:

Uma gaja emigra. Como todos os emigrantes sente-se sempre essa coisa tao portuguesa a que chamamos saudade. Eu emigrei ja la vao mais de tres anos e este tempo todo a coisa de que senti mais falta foi do nosso belo bacalhau. Embora se encontre bacalhau um pouco por todo o mundo, nao imaginam o quao dificil e encontrar o nosso bacalhau salgado. Este e intimamente portugues e muito muito dificil de encontrar. Se nunca provaram bacalhau fresco, nao provem, e uma desilusao, faz o coracao de uma portuga encolher... Mas ontem, ontem finalmente encontrei uma pequena caixinha de madeira no supermercado. Na caixinha dizia 1lb of salted cod. Meninas, o coracao cresceu, as mamas queriam-me saltar do peito. Nao era um daqueles lindos peixes enormes abertos ao meio e empilhados ate ao tecto como vemos no Continente por altura do Natal, nem sequer enchia o supermercado inteiro desse cheiro tao tipico, mas gajas, finalmente me convenci desse dizer de sabedoria tao duvidosa: o tamanho nao conta!