(Passa-se na Escola António Sérgio de Gaia.)
Duas alunas, uma de 17 e outra de 19 anos, foram admoestadas pelo facto de , no momento em que viam as notas da Páscoa, se terem beijado.
A primeira questão que se coloca é esta: será legítimo que os alunos e alunas tenham expressões de afecto e mesmo de desejo no espaço da escola? Não estou a dizer que façam amor numa aula de Matemática, o que consituiria manifesto desrespeito pelas palavras do professor, tal como ler o jornal, ouvir música ou jogar xadrez. Ora parece que o presidente do Conselho Executivo da Escola, professor António Teixeira, declarou que "não permitimos beijos, abraços ou apalpões, de heterossexuais ou de homossexuais". Pessoalmente preferia "carícias" em vez de "apalpões".
Mas a aluna mais velha queixa-se que a vice-presidente do Conselho Executivo, depois de lhe ter chamado "lésbica" aos berros, levou a que a directora de turma denunciasse aos pais aquela relação "anormal". Porque, como é fácil adivinhar, se o beijo incriminado tivesse sido trocado entre um rapaz e uma rapariga as reacções teriam sido nulas
Modificado de Eduardo Prado Coelho o fio do horizonte
Gajas, confesso que me sinto chocada… se fossem dois rapazes eu compreendia perfeitamente… afinal de contas, nesta sociedade patriarcal em que vivemos é mais que comum que a visão de duas mulheres a beijarem-se (principalmente se forem bonitas) seja considerada sexy e erótica (lá vamos nós outra vez), mas dois gajos não, korror, essas bichas…!!! Mas lendo melhor a notícia, apercebo-me que estou errada, porque aqui a autoridade é feminina (a vice-presidente, e a directora de turma), assim sendo, não posso deixar de me questionar (I can´t help but wonder, como diria a nossa amiga Carrie), será que quando as gajas estão no poder, substituímos uma sociedade patriarcal por uma matriarcal. O contrário de patriarcal é matriarcal ou é fraternal? Citando essa gaja fabulosa que se chama Sinéad O’Connor:
Duas alunas, uma de 17 e outra de 19 anos, foram admoestadas pelo facto de , no momento em que viam as notas da Páscoa, se terem beijado.
A primeira questão que se coloca é esta: será legítimo que os alunos e alunas tenham expressões de afecto e mesmo de desejo no espaço da escola? Não estou a dizer que façam amor numa aula de Matemática, o que consituiria manifesto desrespeito pelas palavras do professor, tal como ler o jornal, ouvir música ou jogar xadrez. Ora parece que o presidente do Conselho Executivo da Escola, professor António Teixeira, declarou que "não permitimos beijos, abraços ou apalpões, de heterossexuais ou de homossexuais". Pessoalmente preferia "carícias" em vez de "apalpões".
Mas a aluna mais velha queixa-se que a vice-presidente do Conselho Executivo, depois de lhe ter chamado "lésbica" aos berros, levou a que a directora de turma denunciasse aos pais aquela relação "anormal". Porque, como é fácil adivinhar, se o beijo incriminado tivesse sido trocado entre um rapaz e uma rapariga as reacções teriam sido nulas
Modificado de Eduardo Prado Coelho o fio do horizonte
Gajas, confesso que me sinto chocada… se fossem dois rapazes eu compreendia perfeitamente… afinal de contas, nesta sociedade patriarcal em que vivemos é mais que comum que a visão de duas mulheres a beijarem-se (principalmente se forem bonitas) seja considerada sexy e erótica (lá vamos nós outra vez), mas dois gajos não, korror, essas bichas…!!! Mas lendo melhor a notícia, apercebo-me que estou errada, porque aqui a autoridade é feminina (a vice-presidente, e a directora de turma), assim sendo, não posso deixar de me questionar (I can´t help but wonder, como diria a nossa amiga Carrie), será que quando as gajas estão no poder, substituímos uma sociedade patriarcal por uma matriarcal. O contrário de patriarcal é matriarcal ou é fraternal? Citando essa gaja fabulosa que se chama Sinéad O’Connor:
“I do think that women could make politics irrelevant.
By a kind of spontaneous cooperative action,
the like of which we have never seen.
Which is so far from people's ideas of state structure
and vital social structure that seems to them like total anarchy.
And what it really is is very subtle forms of interrellation
which do not follow sort of hierachical pattern which is fundamentally patriarchal.
The opposite to patriarchy is not matriarchy but fraternity.
And I think it's women who are going to have to break this spiral of power
and find the trick of cooperation.”
Um Beijo grande,
A Mana tesoura
5 comentários:
De acordo com o que li no JN, uma funcionária disse à mãe de uma delas "olhe que a sua filha anda a comer mulheres"...
Ainda segundo o jornal, uma professora denunciou uma das miúdas à Avó. O JN dizia que a senhora até aceitou bem, mas escondeu o facto do Avô, por ser um homem menos aberto a estas coisas.
No jornal, era ainda apontado um facto em tomo de atenuante: uma das miúdas é brasileira...
Parece que conseguiste a proeza de pôr este blog a falar a sério, mana tesoura!
bjs viperinos
Sim, é sempre importante falar de coisas sérias de vez em quando, para que (tal como uma gaja dizia há quase um ano atrás) não nos chamem um blog light. Já tinha visto esta notícia na televisão, mana tesoura, e partilhei da sua indignação. Infelizmente, atitudes destas são o que há de mais comum no nosso país. Só que estamos muito mais habituadas a que sejam os homens a manifestá-las. Afinal a homofobia e a tacanhez não são exclusivas dos gajos... Eu é que fiquei demasiado optimista depois da nossa sondagem!
Ainda por cima, o "atenuante" que o jornal referiu e que o senhor rps aqui tão bem salientou, só dá a este caso contornos ainda mais arrepiantes, pois junta vários tipos de intolerância no mesmo episódio. É exemplar. Se não fosse tão triste até dava vontade de rir.
um caso demasiado triste...
mas óh gaja, aquela coisa do inquerito tb era canja responder, ora essa!
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