Lembro-me de crescer (nos 80) e começar a ouvir os "fanjos" a dizer "pá" no fim das frases. Depois pegou-se e as crianças tinham lengalengas a dizer "ó pá- tu est'as bom pá- eu estou pá e tu pá?- eu estou pá ..." durante os recreios. Depois, no ciclo, era "fixe" dizer "pá". "Fixe" também apareceu enquanto eu cresci - o que me faz pensar que "fixe" já é "cota". Será que “cota” ainda é “bué de fixe”?
Quando comecei a ter perspectiva do tempo que já tinha vivido comecei a não gostar de pessoas que usavam o "pá": era o colega pegajoso de infância do Pai, era um daqueles rapazes que tem a mania que sabe tudo e que arranja tudo e que já sabe o que tu estás a contar e que já foi ao sítio que tu nunca foste, era o carpinteiro da casa nova que acha sempre que "se arranja maneira", era um professor da faculdade que contava anedotas em vez de dar aulas da ciência oculta de classificar os organismos em grupos hierárquicos (havia alunas que faziam pauzinhos de contagem a cada "pá" (como os presos nas paredes da prisão) e quebravam recordes do Guiness de "pás"/parte de aula).
A partir daí não consigo simpatizar completamente com as pessoas que dizem "pá" no fim das frases.
Que é como quem diz...
Gaja que é gaja não diz "pá".
Era só o que eu tinha a dizer.
imperetrivelmente i.
2 comentários:
oh pá...
eu achei este post bom à beça!
eu lembro-me de contar era uns "portantos" de uma professora de Química Fundamental.
os amigos de infância do pai assim todos espertalhufos também acho adoráveis. temo que o seu nome tenha caído no esquecimento mas acho que se devia recuperar essa pérola e reabilitar o género "BAZÓFIAS"!
...eu nao consigo simpatizar com gente que diga "salchichas"...
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