Quem escreveu isto?
"NASCI aos 2 de Fevereiro de 1939, na Figueira da Foz. Tive infância caprichosa e bem nutrida, no seio de uma família fortemente dominada pelo espirito, chamemos-lhe assim, da 1 ª República. Escusado será dizer que abundavam os dichotes anti-clericais, muito embora o meu pai desejasse que eu viesse a seguir a carreira eclesiástica. Em suma: não se percebia nada. Pelo menos à primeira vista. Por volta dos 16 anos, fixei-me com a família em Lisboa, para poder prosseguir a minha medíocre odisseia liceal. Instalado no colégio do dr. Mário Soares, acabei por ser expulso ao contrair perigosíssima doença venérea. Pensei, então, que entre a política e as fraquezas da carne devia existir qualquer obscena incompatibilidade e nunca mais fui visto na companhia de políticos. Tendo finalmente conseguido dissipar toda a fortuna na satisfação de brutais apetites, o meu garboso pai veio a falecer vitimado por cruel ataque cardíaco, deixando-me, perplexo e sem um chavo, a coçar a cabeça. Era chegada a hora de dar o corpinho ao manifesto, como a maior parte das pessoas. Filho que era de meu pai, atravessei senhorialmente muitos e variados empregos, mas em breve me apercebi que já não podia olhar o mundo da mesma maneira. Fui até Paris para ensaiar até onde me era possível ir. Não me era possível ir muito longe. Meses depois, «ayant connu pas mal de choses», era repatriado."
Não vale espreitar ao google...
"NASCI aos 2 de Fevereiro de 1939, na Figueira da Foz. Tive infância caprichosa e bem nutrida, no seio de uma família fortemente dominada pelo espirito, chamemos-lhe assim, da 1 ª República. Escusado será dizer que abundavam os dichotes anti-clericais, muito embora o meu pai desejasse que eu viesse a seguir a carreira eclesiástica. Em suma: não se percebia nada. Pelo menos à primeira vista. Por volta dos 16 anos, fixei-me com a família em Lisboa, para poder prosseguir a minha medíocre odisseia liceal. Instalado no colégio do dr. Mário Soares, acabei por ser expulso ao contrair perigosíssima doença venérea. Pensei, então, que entre a política e as fraquezas da carne devia existir qualquer obscena incompatibilidade e nunca mais fui visto na companhia de políticos. Tendo finalmente conseguido dissipar toda a fortuna na satisfação de brutais apetites, o meu garboso pai veio a falecer vitimado por cruel ataque cardíaco, deixando-me, perplexo e sem um chavo, a coçar a cabeça. Era chegada a hora de dar o corpinho ao manifesto, como a maior parte das pessoas. Filho que era de meu pai, atravessei senhorialmente muitos e variados empregos, mas em breve me apercebi que já não podia olhar o mundo da mesma maneira. Fui até Paris para ensaiar até onde me era possível ir. Não me era possível ir muito longe. Meses depois, «ayant connu pas mal de choses», era repatriado."
Não vale espreitar ao google...
9 comentários:
A mim por um lado cheira-me a uma personagem do António Lobo Antunes... Claro que também podia ser aquele tipo de Braga que agora me escapa o nome, o do livro (não me lembro bem do nome) "O libertino passeia por Braga". É ele não é mouca?
Beijinhos...
A facadas
Eu cá acho que é César Monteiro...será??
Não sabia quem era, mas já verifiquei.
Entretanto, sr(a) Anónimo, aquele tipo do livro "O libertino passeia por Braga" é Luiz Pacheco.
Bravo bravo RPS, é exactamente o LUIZ Pacheco o libertino em que estava a pensar. Já agora é menina, e não Sr., ou Sra. Obrigada.
A facadas
Maninha Tesoura, deus me livre de escrever duas postas envolvendo a cidade de Braga em tão curto espaço de tempo. Não exageramos - continuo uma regionalista aguerrida!
O prémio vai para jomaolme - foi João César Monteiro o autor destas palavras.
O resto do texto está em http://bibliomanias.no.sapo.pt/jcmonteiro.htm (a Extravaganza ensinou-me como é que se punham links nos comentários mas já me esqueci e estou com preguiça de procurar)!
Vale então pesquisar no yahoo, aeiou,sapo outros?
vim cá tarde demais...
obviamente o grande João Cesar Monteiro!!
Vim convidar-vos a visitar um blog também de gajas.
www.cuscasdasgajas.blogspot.com
Bem hajam
Cara gaja,
"Na verdade não conheço nenhuma islandesa (...). Tenho ideia que devem ser todas uma mistura de esquimó com escandinava."
Cumpre-me informá-la que a islândia não é terra onde o esquimó cresça viçoso - esta cultura não se dá nessa ilha, pelo que as misses e as outras gentes desta terra (sim, que nem todas devem ser misses, apesar do grande per-capita...) são o resultado de uma colonização pelos altos e louros vikings nos saudosos e já idos tempos da idade média.
Ainda assim, um grande bem haja, por esta posta que mui contribuiu para a nossa cultura geral!
Um espectador atento,
P
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