8.2.07

Diário de uma gaja Mouca

Esta semana fui ao otorrinolaringologista. Reparem que poderia ter escrito simplesmente otorrino mas preferi escrever otorrinolaringologista para depois puder gabar-me de deter o record para a palavra mais comprida alguma vez escrita neste blog. E as outras gajas escusam de vir para aqui escrever Inconstitucionalissimamente, palavra que aproveito para deixar também aqui, só para garantir…


Mas deixando as divagações gramaticais e voltando ao assunto inicial - o otorrino. Por fora o meu ouvido pareça igual a qualquer outro, mas lá por dentro está (pelo visto) mais arruinado que os cofres do estado, mais destruído que Lisboa no final do terramoto de 1755. Prosseguindo com comparações estúpidas e perfeitamente escusadas, a senhora Otorrinolaringologista (casos de natureza tão séria devem ser resolvidos por gajas), quer armar-se em Marquês de Pombal e fazer uma reconstituição das minhas ruínas internas, de bisturi em punho!

Isto de transformar o meu ouvido na Baixa Pombalina, embora tenha o muy nobre objectivo de me transformar numa gaja mais saudável, isenta de doenças estranhas com nomes acabados em “oma”, tem os seus quês. Para começar, é já sabido que ficaria mais Mouca. Eu sei que ser Mouca é já uma espécie de imagem de marca, mas ficar ainda mais surda causa-me certa espécie…

Assim sendo, aquilo que à partida seria uma simples obra de beneficiação transformou-se num grande dilema para mim. Estou habituada a enfrentar grandes dilemas logo pela manhã, como sejam vestir saia ou calças, a côr da gigi, comer cereais ou antes umas torradinhas. Tudo dilemas da máxima importância, que resolvo sempre com elegância e eficácia. Mas como este ainda não me havia surgido nenhum, e isto está a ocupar-me uma parte significativa dos meus pensamentos diários.
Pelo acima exposto queiram desculpar-me o facto de não escrever postas sobre o aborto, nem sobre os grandes portugueses, nem sobre outros assuntos a pedido. Estou a pensar no meu umbigo, perdão – ouvido!



Nota: depois de uma breve pesquisa descobri que a maior palavra portuguesa é afinal, Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico, que designa uma pessoa que sofre de Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiose, uma doença pulmunar. Agora sim, o record é meu!

3 comentários:

DomingonoMundo disse...

É Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico ri-fixe, como diria a outra!

extravaganza disse...

Agora sim, cara Mouca o record é seu (para uma doença pulmonar*)

Pois fique sabendo que vim aqui na expectativa de ler as vossas opiniões sobre o aborto e encontro otorrinolaringologia (ORL).

Mas sendo assim, trate lá do seu "labirinto" e deixe as coisas mundanas para depois.

Desejo uma boa decisão, qualquer que seja

rps disse...

A Gaja Mouca no seu melhor!
Quem tem este sentido de humor e escreve assim, tinha obrigação de postar mais vezes.