15.1.08

O Fittipaldi que há em mim

Na semana em que fiz trinta anos aprendi uma valiosa lição acerca da cidadania responsável. A brigada de trânsito enviou-me, de presente de aniversário, uma carta contendo a minha primeira multa por excesso de velocidade.

O meu pai, do alto da sua sabedoria e experiência de vida, apressou-se a comentar:

- Bem feito, para não andares para aí armada em Fittipaldi!

Ora, quem não teria ficado muito agradado com a comparação teria sido o próprio Fittipaldi. Isto porque, no momento em que fui apanhada em flagrante delito eu conduzia à estonteante velocidade de 55 km/hora.

O perigoso atentado do qual fui responsável deu-se em plena nacional 103, na Póvoa do Lanhoso. Não fosse eu uma utente semanal da sinuosa via e não teria ficado admirada pelo facto da brigada de trânsito investir os seus esforços no castigo de perigosos criminosos, nos quais me incluo a partir de agora.

Numa estrada que possui 3 rectas com mais de 100 metros nos 100 km que me vejo obrigada a percorrer, assisto todas as semanas às mais espectaculares ultrapassagens, a distâncias de seguranças da ordem dos 30 cm entre veículos que patinam no gelo, entre outras arrojadas acrobacias. São centenas de destemidos condutores que desafiam o perigo que espreita a cada uma das 365 ribanceiras que surgem pelo caminho.

Acontece que a estupidez não é facilmente quantificável e portanto pouco passível de ser apanhada por radar. De maneira que quem paga são os Fittipaldis desta vida, esses, que como eu, circulam por aí a arrojados 55 km/hora.

1 comentário:

Escritora disse...

Realmente!!! Por 5Km/h, fogo, axo que deve dar um sentimentozinho de revolta, não???

Eu aqui à uns anos também tive uma multa de excesso de velocidade, mas não pude ter esse sentimento, só mesmo o de culpa...
Porque fui apanhada a 106 Km/h, onde só poderia ir a 50...

EhEhEh

Beijinho