28.12.06
21.12.06
diz que isto é um blog de gaja...
20.12.06
Flip-flops
Todas nos ja reparamos no peculiar sentido (ou falta dele) de fashion do americano comum. Se uma gaja vai por uma das belas ruas das nossas cidades e ve alguem de sandalias e meias sabe com 99% de seguranca que essa pessoa e americana.
Pois como todas sabem este e ja o meu terceiro ano a viver numa "bela" cidade num deserto americano... Aqui, mais de 350 dias por ano temos sol. O frio e raro. De facto apenas ha duas ou tres semanas ficou frio. Entre Dezembro e Janeiro, a maioria dos dias oscila entre os 15 e os 0 graus celcius. Agora tambem e verdade que quando faz frio faz frio a serio. Que falta faz esse lindo mar para tornar o clima ameno...
Neste momento sao as cinco da tarde e la fora estao 8 graus celcius. Eu como boa menina que sou estava la fora a tremer de frio a fumar o meu cigarrito. Nesses cinco minutos vi duas coisas que acho que so aqui se veem:1) um marmelo de t-shirt, calcoes e flip-flops (vulgo chinelas), 2) uma gaja de gorro, luvas e cachecol e nos pezinhos umas simples flip-flops....
Digam-me gajas qual e a paranoia das flip-flops? Bem sei que e uma maravilha sair de casa e continuar de chinelas, e tipo nao abdicar do conforto de ter o pezinho ao leu, mas com um frio destes? Onde ja se viu?
A facadas
16.12.06
7.12.06
Breve colecção de factos que pretende demonstrar (e creio eu que demonstra) que os portugueses são limpinhos
Mas quanto à higiene pessoal, minhas amigas, desdramatizemos: poucos povos se poderão orgulhar de ser tão lavadinhos como nós. Vamos aos factos:
- conheço, como é lógico, muito mais pessoas portuguesas do que estrangeiras; no entanto, as três pessoas mais malcheirosas com quem já convivi são um inglês, um irlandês e um argelino (a bem dizer, não conheço o argelino pessoalmente, mas o meu nariz já conviveu com ele o suficiente; e há que se lhe fazer justiça: o inglês anda muito melhor desde que casou com uma portuguesa).
- claro que também há portugueses malcheirosos, mas enquanto assim de momento só me lembro de um ou dois, poderia citar muitos outros exemplos estrangeiros de odor corporal desagradável, incluindo holandeses, alemães, belgas, franceses e americanos. Isto sugere que a taxa de pessoas malcheirosas (TPMC) é muito mais elevada fora de portas.
- curiosamente, até à data não tenho grande razão de queixa de espanhóis ou italianos, pelo que suspeito que a tendência para uma baixa TPMC é característica dos países mediterrânicos. Claro que quando se atravessa o estreito de Gibraltar a história é outra, como as gajas bem se recordarão!
- embora predominante, isto não é uma característica exclusiva dos gajos. Na realidade, em tempos conheci uma austríaca que disse com um certo tom de desdém que nós, portugueses, tomávamos banhos a mais.
Mas a história não se fica por aqui. Analisemos a situação da limpeza dentro das nossas casas. Os portugueses têm uma verdadeira obsessão por este assunto. Dona de casa (e dono também, não me digam que essas coisas são mariquices de gaja) que se preze tem a casa num brinquinho. Eu própria sofro por vezes por não poder manter o meu lar-doce-lar à altura - infelizmente, partilho o meu espaço vital com dois felinos que parecem sentir um especial prazer em sujar o que acabei de limpar. Há algum tempo, li algures que os portugueses dedicam mais não-sei-quantos-porcento do seu tempo às tarefas domésticas do que os habitantes do norte da Europa. Em concordância com este facto, o pouco que conheço do estado higiénico das habitações por esse mundo fora sugere-me que, mais uma vez, os portugueses se destacam pela positiva.
Estou orgulhosa comigo mesma: reparem que, não deixando de cortar na casaca de alguém, até consegui inaugurar uma nova tendência aqui no blog - a de dizer bem por comparação. Ah! E por favor não me acusem de xenofobia ou outra coisa do género: como poderão constatar, segui um raciocínio perfeitamente lógico e científico, à prova de qualquer preconceito. São os factos que falam, minhas amigas!
1.12.06
Poder de gata
(Descupem a falata de acentos mas o meu lindo MacBookPro nao tem acentos...)
Esta e uma posta de trauma para algumas de nos gajas.
Antes do mais, Chan Marshall, tem um poder unico de parar o tempo. A sua voz e tao grande que me faz imaginar que estou envolvida em algodao doce... Eu sei, eu sei, isto parece uma posta plagiada de uma novela cor de rosa da Danielle Steel. Mas e a mais pura verdade, para mim, que nem sou dada a musica "melada", nostalgica, urbano sentimentalista etc.., Cat Power tem um poder estranhissimo.
Posto isto, pouco tempo depois de ter partido para o exilio, a menina finalmente decidiu dar um concerto em Matosinhos. Obviamente tentei convencer as gajas que ainda residiam na Patria a irem ver o concerto. E elas foram, nao me lembro se apenas foi uma gaja ou se foram duas gajas mais o senhor V. Resultado: As gajas sentiram que aquilo nao foi um concerto mas um ultraje... A menina estava podre de bebada, mal disposta e dizem as gajas nao cantou uma unica musica do principio ao fim. Foi um happening de Drunken Power e nao um concerto de Cat Power.
Recentemente, ja depois da edicao do fabuloso The Greatest, Cat Power esteve aqui nesta cidade no meio do deserto onde estou desterrada. Depois de muito conflito interno decidi que nao iria a um concerto para me arriscar a ver um nao concerto. As minhas amigas deserticas que foram, amaram o concerto. A menina nao fez fita, tanto que tinha com ela uma Big Band que nao a deixava brincar... mais, deu um concerto memoravel e foi uma pessoa super comunicativa, doce e ate decidiu juntar-se ao publico para cantar. Foi um espectaculo de Ganda Power.
Nao se faz nao se faz...
E agora vai estar de novo em Portugal, este fim de semana.
Eu diria... Vao gajas vao... Bom ou mau sabem que vai ser unico...
E desculpem esta posta assim tao sem interesse. Depois deste hiato enorme, e depois de me ter demitido oficialmente do blog. ...Mas ainda sabia a password e senti que teria de vos tentra convencer a ir ver este Greatest concerto. Este nao e um regresso meu ao Blog... e apenas um Accident Power...
Jocas da facadas...
28.11.06
Correio Electrónico
Para: Gaja Mouca
Oi como vai tudo jóia !
Oi como vai estou lhe enviando esse e-mail pois acho que você , não recebeu ele da outra vês que eu o enviei ,nem queria ter que fazer isto. estou até meio sem jeito de não poder te falar pessoalmente, mais me sinto na obrigação de te avisar, não sei se você já fico sabendo por outra pessoa ou não sabe ainda que a pessoa que você confia e ama esta lhe traindo... É difícil de acreditar numa historia dessa mais como as imagens valem maisque as palavras, estou te enviando fotos , para você ver com seus próprios olhos .
De: Gaja Mouca
Para: Júlio Investigações
Amigo Júlio:
Por aqui tudo jóia, obrigadinha. Espero que consigo também esteja tudo bem. Em primeiro lugar cá vai, completamente à borla, um conselho de amiga: faça um esforço para melhorar esse seu português. É que o facto de não ter posto uma única vírgula no seu devido lugar pode abalar a sua credibilidade, que na sua profissão é bastante importante.
Por outro lado, devo confessar que me foi difícil resistir à tentação de ver as fotografias que me endereçou. Não o fiz, obviamente, pois o meu computador anda imunologicamente muito fraquinho e qualquer virose pode ser-lhe fatal. Mas a estratégia é boa, amigo Júlio, e estou convencida que funcionará razoavelmente bem quando aplicada a namoradas/namorados/maridos/esposas/amantes que sofram de ciúme compulsivo.
No entanto, no caso de uma gaja descomprometida como moi même, as suas mensagens erram o alvo, acabando por cair em saco roto. Recomendo-lhe por isso que não volte a despender o seu precioso tempo com a minha caixa de correio electrónico. Já agora, se esbarrar por aí com os senhores seus colegas do “enlarge your penis", explique-lhes por favor que não possuo um (razão pela qual também não estou interessada em comprar Viagra).
Devo contudo confessar-lhe que achei a sua abordagem algo inovadora no mundo SPAM e merece, por isso, todo o meu respeito. Continue o bom trabalho!
24.11.06
A idade das coisas
A idade é coisa relativa. O meu gato, por exemplo, ainda não tem 6 anos e o seu grau de senilidade é já tão avançado que arranca o próprio pêlo à dentada. O meu carro, com o dobro da idade do meu gato, precisa de tanta intervenção cirúrgica, tanto transplante, que diria que o auge da sua vida activa já passou há muito. Estão velhos, tanto o gato como o carro.
E os blogs? Qual é o tempo de vida de um blog? A partir de que idade pode um blog ser considerado idoso? O “gajas no corte” fez dois anos este mês. Desta vez não se escreveu posta de aniversário nem se comemorou a efeméride. As gajas esqueceram-se da data, qual marido insensível que se esquece do aniversário do casamento.
Será que, tal como acontece com as gajas, a determinada altura a contagem pára? Ou estaremos no limite da nossa longevidade bloguística? Estaremos nós com os pezinhos para a cova, na iminência de fechar o tasco? Digam-me, amigas gajas, dois anos já chegam?
16.11.06
A propósito desta posta:
Dois carros competiam por ele.
Os seus ocupantes, de vidro aberto, trocavam feíssimos insultos.
Um deles esgrimia o dístico de condutor com deficiência, como prova suprema da sua razão.
O outro também.
13.11.06
VENDO
Próxima do maior centro de transacção comercial do Norte, a Feira da Vandoma.
Vários serviços próximos: tascas, agências funerárias e uma sede do PS. E ainda um sapateiro tradicional, que mantêm na parede um calendário desde 1963, com a Brigitte Bardot meia desnudada.
Rua com animação diária garantida, incluindo porrada pelo menos uma vez por mês.
Animação musical ao fim de semana, a partir das oito da manhã. Animação extra em dias de jogo do FCP, a cargo dos Ultras da Cordoaria.
Periquitos, cães, peixeiras, bêbados, amoladores, carros do lixo e mães insultando seus filhos da janela, tudo incluído no preço do imóvel.
No caso de não haver interessados na compra efectiva, troco o apartamento por um local onde possa dormir descansada.
Respostas para este blog.
24.10.06
As coisas que uma gaja aprende...
Esta foi uma das perguntas que me saiu no Buzz, aquele jogo da PlayStation, uma espécie de concurso apresentado por um bonequinho histérico, de cabelo amarelo, que seria igual ao Herman José se ele tivesse menos 80 Kg, mas que tem a voz do Jorge Gabriel. Podia ser pior. Podia ter a voz do próprio Herman e cantar canções do Frank Sinatra entre cada uma das perguntas. Venha de lá o Jorge Gabriel, do mau o menos.
Mas voltemos à problemática das “Miss Universo”. Umas das hipóteses de resposta era Venezuela, ou México, ou um outro país assim do género. Eles realmente são grandes produtores de misses. Gajas que as televisões locais aproveitam para protagonistas daquelas telenovelas horríveis e intermináveis, que depois, anos mais tarde, são adaptadas para Portugal, para dar emprego às nossas misses (que nunca chegam a Universo) e a essa gente toda da Operação Triunfo e dos Ídolos e assim. Mas na América Latina aquilo é muita gente. São mesmo muitos, eles. É terra onde nasce muita criança. Mesmo que ganhem o concurso de Miss Universo quase todos os anos, per capita é capaz de não dar grande coisa - exclui logo essa hipótese.
Acabei por responder Trindade e Tobago, a hipótese b. Convenhamos que se Trindade teve de se juntar a Tobago para aquilo ser um país que se veja, então é porque não é muito grande. Até aposto que, se não fossem os concursos de Miss Universo, a maioria das pessoas nem sabia que existia um país a chamar-se Trindade e Tobago. E também não me custa a crer que lá existam gajas giras. Afinal não é nas Caraíbas? É suposto nas Caraíbas haver gajas giras e praias e palmeiras. Se formos a ver, Trindade e Tobago até acaba por ser bem pertinho da Venezuela. A nado deve chegar-se lá num instante. Se calhar há muitas gajas giras de Trindade e Tobago a nadar até à Venezuela para participar nos castings da Floribella lá do sítio. Nem é preciso ser muita gira. Basta dizer, com uma mão na anca, “Soy de Trinidad e Tobago” - causa logo impacto!
Voltando ao Buzz, respondi Trindade e Tobago e apareceu logo o Jorge Gabriel a mandar vir. Resposta errada. A resposta certa, imaginem vocês, seria Islândia. Mas a Islândia tem gajas giras? Na verdade não conheço nenhuma islandesa para além da Björk. Tenho ideia que devem ser todas uma mistura de esquimó com escandinava. A Björk saiu mais para o esquimó. Que me perdoem os fãs, a miúda até pode ter muita pinta (que até tem!), mas a Björk não é gira. E também nunca podia ser Miss. Não deve medir mais de metro e meio e tem os dentes tortos. Nunca imaginei que a Islândia tivesse mais Misses Universo per capita que qualquer outro país. Mas até faz sentido. Por causo do per capita, lá está. Aquilo é país para ter mais gelo que outra coisa. E para o pessoal que tem frieiras e sofre de má circulação é capaz de ser tramado. Eu debandava logo. Por isso devem ser pouquinhos, lá na Islândia. Basta uma ou duas gajas giras e per capita é logo uma multidão, dispara logo no ranking.
Mas enquanto estava a jogar não se me ocorreu isto, e o Jorge Gabriel virtual também não nos deixa muito tempo entregues ao raciocínio... Uma chatice! Perdi 250 pontos com esta pergunta!
16.10.06
Qual é a coisa, qual é ela?
"NASCI aos 2 de Fevereiro de 1939, na Figueira da Foz. Tive infância caprichosa e bem nutrida, no seio de uma família fortemente dominada pelo espirito, chamemos-lhe assim, da 1 ª República. Escusado será dizer que abundavam os dichotes anti-clericais, muito embora o meu pai desejasse que eu viesse a seguir a carreira eclesiástica. Em suma: não se percebia nada. Pelo menos à primeira vista. Por volta dos 16 anos, fixei-me com a família em Lisboa, para poder prosseguir a minha medíocre odisseia liceal. Instalado no colégio do dr. Mário Soares, acabei por ser expulso ao contrair perigosíssima doença venérea. Pensei, então, que entre a política e as fraquezas da carne devia existir qualquer obscena incompatibilidade e nunca mais fui visto na companhia de políticos. Tendo finalmente conseguido dissipar toda a fortuna na satisfação de brutais apetites, o meu garboso pai veio a falecer vitimado por cruel ataque cardíaco, deixando-me, perplexo e sem um chavo, a coçar a cabeça. Era chegada a hora de dar o corpinho ao manifesto, como a maior parte das pessoas. Filho que era de meu pai, atravessei senhorialmente muitos e variados empregos, mas em breve me apercebi que já não podia olhar o mundo da mesma maneira. Fui até Paris para ensaiar até onde me era possível ir. Não me era possível ir muito longe. Meses depois, «ayant connu pas mal de choses», era repatriado."
Não vale espreitar ao google...
13.10.06
OK teleseguro gaja
Mas na verdade gostaria de vos falar do anúcio publicitário do OK teleseguro gaja. Aquele em que aparece um mecânico giro, um homem do reboque giro, um polícia giro. Tudo gente disposta a ajudar uma gaja em apuros. Ora isto é publicidade enganosa. Poderão os senhores da OK teleseguro garantir-me que da próxima vez que o meu carro ficar sem embraiagem, em vez de me mandarem aquele senhor obeso de bigode (de palito no canto da boca e tudo), me mandam o moço do anúncio? Não me parece… E polícias giros? Os polícias giros são como os pilhões, toda a gente sabe que não existem. Se alguém conhecer um exemplar ponha o dedo no ar, ou melhor, escreva um comentário aqui no blog. Não se pode iludir assim as mulheres deste país… E para terminar o anúncio, um toque final, a já famosa Marta com aquele sorrisinho cúmplice como que a dizer “quem é amiga, quem é?”. Ó Marta, filha, tem juízo!
10.10.06
RUM
9.10.06
50 foot Queenie
10.9.06
To Kalé, with love
Mas a quem devemos mesmo um pedido de desculpas é ao nosso muito querido colaborador e fidelíssimo amigo Monsieur Karl Lagerfeld, que completou este fim de semana mais uma magnífica Primavera, sem que a efeméride tenha sido devidamente assinalada neste blog. E Kalé bem o merece. Quem mais nos poderia surpreender com postas como esta ou esta? Relembro aqui um dos meus excertos favoritos, como breve exemplo da sua genialidade:
Diz-me o charming Rufus Wainwright ao ouvido um destes dias: «Kalé, dear, I’m so fucking tired of being an American gay messiah in this Bush’s Jesusland; I swear one of these days I’ll move to Portugal to rock what’s still left of my brains out». Retorqui-lhe que sim, que ma chambre serais toujours sa chambre, que rien jamais nous manquerais s’il choisissais venir – com o que a primadonna rematou: «and I always wanted to know what it’s like to live in a monarchy».
Deixamos pois a nossa sentida homenagem a esse mito da haute-couture. Bem haja, caríssimo! O nosso singelo presente segue aqui!
4.9.06
interesse público
- a tertúlia cor de rosa do programa da Fátima Lopes
- a banda da Praça da Alegria
- as saias da Floribella
- o Manuel Luís Goucha
- o frango da Guia
- os discos do Tony Carreira
- o consultório sentimental da revista "Maria"
- o Noddy
Moral da posta: nem tudo o que luz é ouro, nem tudo o que é adorado por milhares de portugueses é de interesse público...
15.8.06
Um ano depois...
Lembrei-me que esta seria uma boa ocasião para vos pedir um favor. Amigas, parem de me chamar manca! Se, por uma questão de coerência com o nome dado à gaja mouca, ainda quiserem adjectivar-me com base nas minhas deformidades físicas, lembro-lhes de que têm muito por onde escolher: gaja míope, gaja estrábica, gaja com escoliose... isso ficará ao vosso critério. Mas manca, nunca mais!
7.8.06
Ai meu lindo Agosto
Mas, perguntam vocês (e cheios de razão), onde queria eu chegar com isto tudo? É que esta minha nova condição irá ditar o meu afastamento temporário da blogosfera. Nas minhas anteriores expedições, costumava recorrer a um destes estabelecimentos denominados “espaço Internet”, criados com o muy nobre desígnio de levar as novas tecnologias à desfavorecida população do IEO. No entanto, no belíssimo mês de Agosto este sítio encontra-se completamente atulhado de turistas, desses que acham piada a viajar para sítios exóticos como Trás-os-Montes para praticar Parapente ou Canyonning e outras coisas verdadeiramente radicais. Eu acho que o facto de cá terem chegado é, por si só, já bastante radical, mas isso agora não interessa nada. O que interessa é que nunca há lugares disponíveis para biólogas desterradas em trabalho de campo.
Mas prometo que se tiver oportunidade passo por aqui para contar as novidades das terras do Padre Fontes. Fica então combinado!
25.7.06
Ana Mamalhoa (ou a fonte inesgotavel do corte)
1. Site. Por si só, é genial. O rosa, as estrelas, a foto, a publicidade à FHM. Desculpem lá gajos... mas vocês compram mesmo uma revista que está "buéréré"?
2. Biografia. Tirando os erros gramaticais, até gostei de ler. Ao longo do texto vamo-nos apercebendo de que Ana é uma pessoa fantástica, talentosa, simpática, famosíssima e latina. Que mais pode um gajo querer?
3. Discografia. É de louvar o esforço que Ana sempre dedicou à sua imagem. A quantidade de roupa que mostra vai variando na razão inversa da quantidade de silicone nas suas mamocas. O meu favorito: Hot Reggaeton by Lil' Queen. Sim, estávamos a precisar de mais uma branca com a mania que é preta. E não esqueçam: foi Ana quem introduziu o Reggaeton em Portugal!
4. Fotos. Hmmm.... é mesmo preciso dizer alguma coisa? É. É preciso dizer que esta GAIJA BOUA era o ídolo de milhares de crianças do nosso Portugal. Que agora são adolescentes: enquanto os rapazes esgalham o pessegueiro com as fotos, as raparigas querem ser iguais a ela.
5. VIP. Não percebi que parte disto é VIP. Será o senhor Hussein que toca baixo e usa bigode e permanente, aposto. Ah não, é porque Ana grava num "record studio" (fica sempre bem dizer em inglês, mesmo quando não é preciso).
6. Links e Contacto. Acho que estão ali só pra encher. Gostava era que a secção Vídeo estivesse disponível. É desta que Ana começa a fazer filmes porno?
Por TODAS estas razões (e muitas mais haveria mas não quero fazer este post ainda mais longo) acho que Ana devia ter direito a uma estátua no centro de uma praça de Portugal, o seu nome numa rua, um feriado nacional em sua homenagem e ser sepultada ao lado da Amália. Já fiz a minha parte. A partir de amanhã posso sair à rua com uma t-shirt a dizer "I f***ed Ana Malhoa"
"Eu quero ouvir essas palmas!!" (by Ana)
Sempre vossa
FriFri
14.7.06
Let's do it for the kids
11.7.06
O aveirense mais famoso
Tomada pelo ímpeto regionalista de que sofro ocasionalmente, decidi dedicar-me ao exercício de escolher o aveirense mais famoso. Foi difícil chegar a uma conclusão. Muitos dos nomes que me ocorreram apenas são famosos na própria cidade. Por exemplo, qualquer filho da terra reconhecerá o nome do republicano José Estêvão, do anti-fascista e escritor Mário Sacramento ou mesmo do Atita, a popular figura que ensinou metade da população de Aveiro a nadar, ali mesmo num braço da ria. Mas a verdade é que, por mais famosas que sejam entre os habitantes da cidade dos moliceiros, estas personalidades são ilustres desconhecidos para o resto do país.
Lembrei-me também de aveirenses emprestados, pessoas que, já em idade adulta, desenvolveram uma ligação especial à terra. Para além da princesa Santa Joana, a padroeira da cidade, o mais famoso desta categoria é, sem dúvida, Paulo Portas, que decidiu inventar uma ligação a Aveiro (chegou ao cúmulo de se tornar sócio do Beira-Mar, vejam lá) para conservar o distrito como o último reduto do CDS/PP. Obviamente, estes também não contam.
Já me estava a ver a desafiar-vos, amigas gajas, a apresentarem um conterrâneo de que se pudessem orgulhar tanto como eu do Zeca Afonso ou do Fernando Pessa. No entanto, a minha consciência obrigou-me a excluí-los. A verdade é que ambos saíram de lá em tenra idade, basicamente para não mais voltar, sem criarem grandes laços à terra. Certamente nem se lembravam de lá ter vivido. E enfim, se o critério fosse apenas a naturalidade, então eu própria, que tive a maldita sorte de ir nascer a Coimbra, não era aveirense, o que é um insulto! Em minha opinião, para se ser de Aveiro é preciso ter crescido na cidade, ter sido educado por ela.
Reduzidas as possibilidades, detive-me um pouco a pensar em Paulo Pedroso, mas achei que este político já gozou de toda a dose de fama que algum dia conhecerá e que dificilmente voltará à ribalta…
Por favor, cibernautas aveirenses (e não só!) que venham cá parar, alguém se lembra de outra personalidade que destrone este senhor, que nem uma tinta para o cabelo em condições sabe escolher?
7.7.06
Última posta sobre futebol
2.7.06
“Obrigada Nossa Senhora de Fátima” ou “O Anjo” ou “A Quarta Posta Seguida Sobre Futebol”
Rezemos pois todas juntas a Nossa Senhora de Fátima para que, por intermédio do seu anjo, continue a manter as bolas longe da nossa baliza!
16.6.06
Terceira posta seguida sobre futebol
"Chinês tranca a mulher no quarto para poder ver o Mundial em paz
Em Inglaterra, na Holanda ou na China, as mulheres são um pouco iguais. Ditadoras com rasgos autoritários. Esta estória, chega do Oriente, por acaso. Um chinês estava na sala a ver o Argentina-Costa do Marfim, quando a mulher se levantou da cama, foi à sala e lhe desligou a televisão. Queixava-se que eram três horas da manhã - a diferença horária tem destas coisas - e que não conseguia dormir perante os gritos do marido a cada jogada de maior perigo.
E então desligou o aparelho. Sem sequer procurar perceber as razões do homem a quem prometera no altar respeitar nos bons e nos maus momentos. O adepto, de apelido Li, que vive na cidade de Putian, no sudeste chinês, respondeu na mesma moeda. Sem questionar as razões da mulher, pegou nela e trancou-a no quarto para poder ver o jogo em paz. No final fica a certeza de que no mínimo falta algum espaço para o diálogo nesta relação conjugal. " in Mais Futebol
15.6.06
Os deuses devem estar loucos
Pronto, não vou falar do lettering escolhido, que é o mesmo que eu usava nos meus trabalhos de História do 9º ano. Nem vou dizer mal do título que me faz lembrar uma comédia chinesa que passa na TVI aos domingos à tarde.
Eu sei que sou gaja. E não percebo nada de futebol. Mas não tinham outro futebolista português que não o Rui Costa para incluir nesta série? Sei lá, se era pra escolher só um, eu ia mais pro Futre ou pro Fernando Gomes, que até foi bota de ouro e tudo.
Ok. Se querem o Ruizinho tudo bem, mas pelo menos escolhiam uma foto mais catita (parece saído do Planet of the Apes). E não podiam escrever algo menos ambíguo que "As provas duraram 10 minutos e Rui acabou com duas bolas..."?
FriFri
14.6.06
Maldito Mundial!
9.6.06
Teenagers, paizinhos, camisas às bolinhas e muita música ró!
Assim que olhámos em volta, quase morremos de susto: "Ai qu'isto é só miudage!" Havia na primeira fila gente mais nova do que a minha mochila! Mas o que era um esgar de horror cedo se transformou num sorriso maravilhado. É que as meninas da primeira fila, como teenagers que eram, ainda estavam em fase de crescimento e eram em geral bastante baixotas. Estar num concerto e ser mais alta do que a média é uma agradável novidade para a gaja manca (sim, que a gaja mouca não tem problemas desses!), que ainda recorda com tristeza aquela noite de Julho em que ficou atrás de uns gigantescos ingleses que não a deixaram ver Thom Yorke e companheiros em todo o seu esplendor.
Por isso, obrigada Keane por serem quem são e encherem as plateias de gente de baixa estatura!
Sem cabeças pela frente, o concerto de Editors excedeu as expectativas. Foi sentido, intenso, íntimo apesar do local a isso não ser propício, musicalmente perfeito. Voltem, meninos, por favor! E venham conhecer o Porto, para a próxima! Acabado o concerto de Editors, ouviram-se uns sons familiares vindos do palco nacional... Sim, eram eles, os nossos já conhecidos Weatherman! E lá estava o nosso também conhecido paizinho a tirar fotos da plateia, a trautear as músicas e a aplaudir entusiasticamente! A seguir, os fabulosos dEUS! Eu, que já não via um concerto deles há oito anos oito e estava à espera que estivessem mais calmos, espantei-me perante o concerto electrizante que nos proporcionaram! É bom saber que há coisas que não mudam!
Após o concerto de dEUS, iniciou-se a longa espera por Franz Ferdinand. Houve demasiado tempo para cerveja e bifanas, por isso as gajas, em jeito de passatempo e sempre atentas às coisas da moda, começaram a contar as camisas sem costas às bolinhas que iam aparecendo. Acreditem, minhas amigas, a Zara deve andar a fazer promoções daquelas coisas. Vimos dezenas de exemplares do mesmo modelito, em variadas cores! Estavam por todo o lado. Se por acaso eu tivesse dormido alguma coisa nessa noite, teria certamente sonhado com blusas às bolinhas! Já que pegámos neste assunto, segundo os mandamentos da nossa rainha da moda FriFri, é foleiro levar para os concertos t-shirts da banda que vamos ver; mais foleiro ainda, digo eu, é pertencer a uma banda e levar uma peça de roupa com o nome da dita cuja. E tenho dito tudo o que tinha a dizer sobre os Cult, porque o resto fica imperceptível no meio de um grande bocejo.
Para os Keane nem sequer olhei; bastou-me a dor de cabeça que se ia instalando à medida que desfiavam o seu rol de sucessos.
E eis que começa o concerto de Legendary Tiger Man, um one-man-show que fiquei com vontade de rever! Pena foi que tivesse durado tão pouco!
E finalmente, os Franz Ferdinand. Não foram o melhor da noite porque os Editors açambarcaram desde logo essa posição, mas foi um grande concerto! Uma enorme presença e uma empatia reservada aos que realmente se divertem em palco... Os verdadeiros artistas!
30.5.06
Fly Pam Ann
Outra coisa que me irrita é o facto de não poder levar certos objectos comigo no avião. Tá mal, tá mal. Imaginem que uma gaja quer ir aos saldos a Paris, um fim-de-semana. Leva um saquinho pequeno, com tudo lá dentro. Incluindo tesourinha, lima, corta-unhas e pinça. Depois aparece-nos o senhor segurança a dizer que temos de depositar tudo no recipiente de acrílico (das primeiras vezes até pensei que depois fizessem um sorteio com aquela tralha toda). Pronto, ok, uma tesoura eu até compreendo... poderá ser utilizada para fins menos diplomáticos. Mas uma pinça??? Que pode alguém fazer com uma pinça? Depilar uma pessoa até à morte? Já imagino o senhor taliban a dizer "Ou mudam a rota do vôo ou faço a sobrancelha ao piloto!!"
Enfim, nada como ser rico e ter o seu jacto particular.
FriFri
*in barcelona
22.5.06
eurofestival
19.5.06
Campo Pequeno em Grande
Lembrei-me de alguns dos nossos colegas blogueiros (já não sei se este, este ou este) e de uma expressão que costumavam utilizar: "Era metê-los a todos no Campo Pequeno".
Pronto amigos, afinal para o Campo Pequeno foram todos por seu próprio pé. E depois? Qual era o plano seguinte? Era metê-los no Campo Pequeno e...? Explodir com o edifício? Gasea-los a todos? Fazê-los comer canapés recessos ou cocktail de camarão estragado? Satisfaçam lá a minha mórbida curiosidade!
16.5.06
Pero que los hay, los hay!
8.5.06
A Lei do Cúmulo Suportável
*Joãozinho, filho, eu sei que o papá lhe disse que não há limites para a ambição, mas controle-se jovem, controle-se!
3.5.06
as viúvas do mundial
"Queridas senhoras. Porque não escapar-se do Mundial deste Verão e viajar para um país onde os homens ocupam menos tempo com o futebol e mais tempo convosco?" Este é o lema principal de uma campanha publicitária que a Suíça irá lançar na televisão para seduzir as mulheres dos muitos homens que, durante o mês de Junho, vão estar colados ao televisor ou nos estádios a assistir ao Mundial da Alemanha. Intitulada "Viúvas do Mundial de Futebol", a campanha irá encorajar as visitas femininas àquele país europeu – que faz fronteira com a Alemanha – durante o "eterno" mês da principal prova desportiva de 2006. No "spot" televisivo, vários homens surgem em tronco nu, exercendo as suas profissões. E aqui incluem-se um lenhador, um alpinista, um "sexy" motorista de comboio ou um agricultor a mungir uma vaca. Aliás, o spot termina com o Mister Suíça a retirar o leite da vaca.
in "O Jogo Online"
Estes Suiços têm umas ideias muitas giras. Têm têm! Promover gajos! Essa ainda não nos tinha passado pela cabeça.
É claro que, quando vimos esta campanha, logo nos pusemos a imaginar a sua transposição para a realidade portuguesa. Ao contrário de suiços limpinhos e sem sal, apareceria o "sexy" taxista, o trolha exclamando "anda cá que num t'aleijo", ou ainda talhantes, merceeiros, padeiros, um desfile de palitos no canto da boca, bigodes farfalhudos, barrigas, garras higiénicas, tatuagens "amor de mãe" e fios de ouro com medalhinhas da Nossa Senhora de Fátima. Não se ofendam gajos, que sabemos que os homens portugueses não são todos assim. Mas imaginamos a publicidade como uma espécie de convite ao engate folclórico, uma homenagem sentida a um produto que, pelo menos lá para os lados do Algarve, vende mais que o tremoço - o macho latino!
Mas depois lembramo-nos de um pequeno problema, uma fundamental diferença entre portugueses e helvéticos. Seria impossível fazer uma versão portuguesa da campanha "Viúvas do Mundial". Os suiços, pelos vistos, não ligam à bola (ou estão a contar com uma curta participação da sua selecção nacional), o que os deixa disponíveis para consolar as pobres esposas ofendidas. Em Portugal, pelo contrário, vai ser complicado encontrar um gajo, um único que seja, disposto a trocar a televisão e as mines por uma alemã carente.
Aqui, coitadinhas, duvido que se safassem!
2.5.06
Por uma juventude sem mácula!
24.4.06
Pequeno pensamento sobre a (im)previsibilidade
Qual é a característica feminina que é que irrita mais o elemento masculino de um casal? Enfim, pode haver inúmeras respostas, mas julgo que a mais consensual será a imprevisibilidade da gaja. O meu pai, por exemplo, queixa-se frequentemente "Não sei o que deu hoje à tua mãe!".
E o que é que irrita mais uma gaja? Precisamente a previsibilidade do parceiro... Coisas do género "Irra! O teu pai deixa sempre as meias sujas no meio do quarto!".
E de repente apercebi-me. Conheço muito poucos gajos imprevisíveis. Será de mim ou será deles?
17.4.06
Les ponhonheaux
agreable - agradável
14.4.06
de como escrever um auto pode demorar uma tarde
Fui à esquadra acompanhar uma amiga, por causa de uma mala extraviada. Foi preciso dizer o nome da visada, o local do extravio e ainda fazer uma descrição exaustiva do conteúdo da mala. Se para qualquer mortal elaborar um rol das coisas que uma gaja guarda na mala pode ser demorado, imagine-se para um agente da PSP que escreve só com um dedo. Mordisquei as unhas, contei as moscas na sala, andei dezenas de vezes de um lado para o outro do balcão, num derradeiro teste à minha humana paciência!
Quando o senhor agente da PSP se preparava para imprimir o auto, algo acontece! O computador, caprichoso, bloqueia. O agente, aflito, pergunta:
13.4.06
Diário de uma gaja asmática II
10.4.06
Ministro da Economia estagia na Finlândia
5.4.06
Querida Manca
E não se esqueça! Todos aguardamos ansiosamente o desfecho da novela "a gaja e o benfiquista". Conte-nos tudo!
beijos
4.4.06
ai se ele cai
Parvoíce em torno de sinónimos
Proferido por um inteligentíssimo jornalista da SIC no noticiário de hoje
3.4.06
Por falar em Adriana Calcanhot(t)o
Que acontecimentos na vida de uma artista...
(1994)
...levarão a que se lhe cresca um T no meio do nome?
(2002)
1.4.06
A última ceia
A gaja mouca e a gaja manca abraçam-se em lágrimas e afastam-se lentamente. Foi bom enquanto durou.
31.3.06
maneiras imaginativas de controlar o défice
30.3.06
Ou eu ou o benfica
28.3.06
27.3.06
Berlusconi, il grande pagliaccio
21.3.06
aos gatunos conscienciosos
15.3.06
Ele é que era o presidente da junta
"Chamadas eróticas pagas com terrenos
A Portugal Telecom (PT) leva, hoje, à praça, no Tribunal da Guarda, três terrenos penhorados à Junta de Freguesia do Rochoso para cobrar parte de uma dívida superior a 50 mil euros, mais juros de mora contabilizados desde 1998. Uma conta de telefone avultada que resultou das chamadas eróticas efectuadas por um anterior presidente da Junta, que se demitiu pouco depois de rebentar o escândalo. (...) Nesse ano, José Pires Sanches, eleito nas autárquicas de 1997, numa lista independente, foi obrigado a demitir-se de funções ao ser confrontado com uma volumosa conta de telefone, telefonemas realizados em apenas dois meses e meio. O caso foi parar a tribunal, mas o Ministério Público arquivou a queixa-crime contra o autarca.(...)"
in JN, 14.03.2006
As gajas ficaram pasmadas com o volume da dívida e decidiram explorar o assunto. Quisemos tentar perceber afinal quanto tempo por dia é que o senhor José Sanches passaria ao telefone em vez de trabalhar. Sendo assim, assumimos que dois meses e meio correspondem a 55 dias úteis (e que o senhor não ia "trabalhar" ao fim de semana) e que o preço por minuto das chamadas para linhas eróticas é de dois euros. Para falar a verdade, não passámos muito tempo a investigar o preço; poderá ser mais, perguntamos nós? Parecer-nos-ia uma exorbitância, mas neste mundo tudo é possível (e a prova está à vista)!
Chegámos então à surpreendente conclusão de que o senhor José Sanches poderá ter passado em média 7 horas e meia por dia a ligar para linhas eróticas... Repetimos, 7 horas e meia!
Se o seu horário fosse de oito horas, como é normal (e não temos razões para acreditar que este autarca fosse um apaixonado pelo trabalho), isto deixava-lhe meia hora por dia para tratar dos problemas da freguesia que o elegeu.
Ficamos ainda intrigadas com o facto da queixa-crime ter sido arquivada. Os senhores do Ministério Público devem ter considerado que a falta do que fazer por terras do Rochoso, onde só há dois cafés e uma mercearia, são fortes atenuantes - um homem tem de se entreter com qualquer coisa...
14.3.06
circular interna
É com muito pesar que a provedoria deste blog tem notado que andais a produzir muito pouco e que, quando o fazeis, é invariavelmente sem qualquer vislumbre da arte que antes dominaveis na perfeição – o corte. Apenas a título de exemplo, a Mana Tesoura, que actualmente se dedica quase única e exclusivamente à crítica cinematográfica, utiliza expressões como “Reese Witherspoon (…) revela-se uma actriz fenomenal” ou “menina loira da voz sedutora (Scarlet Johanson) está fabulosa”. Mas o que é isto? Não é este tipo de adjectivos que costumava, nos tempos áureos, ser lido por aqui, ora não? Se as coisas continuarem desta maneira, o melhor é mudardes de blog. Usai aquele template azul celeste para combinar com essas postinhas quase angelicais que escreveis. E já agora mudai também o nome para “raparigas de boas famílias na amena cavaqueira e sem maldade”. Achais bem?
Estais constantemente a perder boas oportunidades de escrever belas postas. Que tenhais deixado passar a visita do Senhor Bill Gates a Portugal absolutamente em branco perdoa-se, embora não se compreenda. Mas que não tenha havido um mísero comentário à sumptuosa presença da Dolly Parton na cerimónia dos Óscares isso é, de todo, inaceitável. E que tendes a dizer em relação à afirmação de Ribeiro e Castro, dizendo não ser nenhum chefe de banda? Não digais que não estava a mesmo a pedi-las! Piada tinha era cortar no Paulinho, com certeza. Mas não subestimeis o potencial dos restantes membros do PP! Aliás, não subestimeis todo um país onde todos os dias acontecem coisas que são para vós, amantes do corte, diamantes em bruto. Lapidai gajas. Lapidai!
Agora ide. Ide para vossas casas e voltai só quando tiverdes recuperado o brio e o veneno!
Ass.
A provedoria do gajas no corte
8.3.06
O enxoval
Eu diria que o enxoval é o terror de qualquer gaja. Durante anos ele representou a mais vil descriminação contra as mulheres – todos os Natais e aniversários, enquanto os meninos recebiam brinquedos, milhares e milhares de meninas do nosso Portugal foram presenteadas, por familiares de gosto duvidoso, com artigos para o enxoval. Não se faz!
Depois de cada Natal lá acabava tudo numa arca bafienta ou no fundo de uma armário da casa materna, junto com uma dúzia de bolas de naftalina. E depois por lá ficava abandonado e todas desejávamos fervorosamente não ter de desenterra-lo nunca. Um dia uma gaja decide mudar-se e finge esquecer-se de todos artigos têxteis-lar que acumulou durante uma vida. Umas vezes passa. Outras vezes não.
Acontece que o abandono do enxoval pode acarretar sérios problemas. Em primeiro lugar a família costuma ficar deveras sentida com a não utilização do material fornecido. Em segundo lugar há aquela altura da vida da gaja em que ela se apercebe da real utilidade da treta do enxoval e a necessidade é tal que qualquer uma pondera a utilização de umas toalhitas bordadas ou de uns panos de cozinha com o Galo de Barcelos.
No meu caso pessoal, o que me livrou de conflitos familiares de maior foi ter arranjado uma casa minimal. A escassez de mobiliário é tal que a torna muito pouco naperonável.
Deixo-vos, no entanto, algumas sugestões. Em primeiro lugar não custa nada tentar, desde cedo, sensibilizar a família para que, de facto, a existência de rendas e folhos é totalmente desnecessária. Pode também tentar a troca directa de artigos barrocos pelo modelo básico – algumas mães e tias estão disponíveis a negociações desse género. Em último caso, uma gaja com sentido prático pode sempre reciclar, descoser rendas e bordados, cortar lençóis, etc… Olhe, use a imaginação!
6.3.06
Crash
2.3.06
1.3.06
O Carnaval à portuguesa
Ontem fui a Podence, aldeia do concelho de Macedo de Cavaleiros, e delirei com os caretos. Para quem não sabe, os caretos são uma espécie de diabretes que têm as suas origens em rituais pagãos de fertilidade e que se festejam um pouco por todo o lado em Trás-os-Montes, embora estejam em perigo de extinção. É como um ritual de passagem dos rapazes à idade adulta. Fazem tropelias, entram em todas as casas da aldeia, dizem as verdades que lhes vêm à cabeça e perseguem as raparigas, a quem tentam acertar com os chocalhos que têm à cintura. Ainda tenho as nódoas negras nas costas dos quatro chocalheiros que me elegeram como alvo. Só me senti um pouco desconfortável com o careto franzino e com cerca de metro e meio que me abordou - poderia ser um rapazito de 13 anos? Não achei bem e neste caso em particular dei por mim a pensar que se calhar o carnaval com "tudo à mostra" às vezes tem as suas vantagens...
27.2.06
A ceguinha
26.2.06
Americanices de lágrima ao canto do olho...
A mana tesoura finalmente chegou aos EUA. Passaram já 18 horas desde que saí aí do burgo e a viagem ainda não terminou. Estou ainda em Denver, CO, à espera do meu avião final. Estou a beber a minha primeira “diet soda”, a escrever esta posta e a olhar para a neve nos picos das montanhas.
Durante a viagem Frankfurt/Denver, vi dois filmes. Duas verdadeiras americanadas. O primeiro foi “in her shoes” com a Shirley Maclane e a Cameron Diaz. O segundo foi o “Elizabethtown” com o giraço do Orlando Bloom e a hiper gira Kristin Dunst. Como disse são duas americanadas de primeira, dois melodramas a puxar ao cómico, ou duas comédias a puxar à lágrima. A mana tesoura no entanto como é uma desgraçada duma sentimental chorou o coração fora (do inglês “cry one’s heart out”). Não sei o que se passa comigo. Se calhar era só o cansaço, se calhar sou mesmo é uma piegas, mas não percebo como é que com um filme que amei como o “Brokeback mountain” não verti uma simples lágrima e com estas merdices foi o que foi. Não que a história dos cowboys não tenha mexido comigo. Mexeu, ainda estou a pensar nele, mas se calhar só mesmo com filmes maus é que isto em acontece.
Mas isto não interessa nada. Queria apenas dizer-vos que voltei, que estou praticamente em casa e que assim que tenha acesso à Internet irei ver o que se passa nas gajas no corte e nos blogs dos nossos amigos.
Uma beijoca grande, entre a neve do colorado e os magníficos saguaros do deserto que me espera!
A mana tesoura
P.s.: No meio da excitação e das lágrimas esqueci-me de fazer um comentário. É que realmente este país tem do melhor e do pior. Este aeroporto, que é enorme, tem apenas uma sala de fumo. Sala de fumo essa que mais não é que um bar. O problema é que só te deixam lá fumar se comprares uma bebida. Agora mesmo um homem veio tentar fumar um cigarrinho e por acaso nem queria beber. Pois a empregada disse que ele tinha de apagar o cigarro e sair. Ele ia tirar mais umas passas e a p*t* da gaja nem isso o deixou fazer. Realmente assim não é nada difícil ser uma super potência e ter uma economia que continua a crescer mesmo no meio de uma grande crise internacional. Enfim, americanices…