28.12.06

O que uma gaja quer...

... é ver os dois gajos mai lindos do mundo no mesmo filme.

21.12.06

diz que isto é um blog de gaja...

Reparei agora que passei 2006 a ouvir Gajos Mesmo Muito Barbudos



A bela excepção que confirma a regra é...


Eu não digo?

Estamos velhas!

20.12.06

Flip-flops

Gajas,

Todas nos ja reparamos no peculiar sentido (ou falta dele) de fashion do americano comum. Se uma gaja vai por uma das belas ruas das nossas cidades e ve alguem de sandalias e meias sabe com 99% de seguranca que essa pessoa e americana.

Pois como todas sabem este e ja o meu terceiro ano a viver numa "bela" cidade num deserto americano... Aqui, mais de 350 dias por ano temos sol. O frio e raro. De facto apenas ha duas ou tres semanas ficou frio. Entre Dezembro e Janeiro, a maioria dos dias oscila entre os 15 e os 0 graus celcius. Agora tambem e verdade que quando faz frio faz frio a serio. Que falta faz esse lindo mar para tornar o clima ameno...

Neste momento sao as cinco da tarde e la fora estao 8 graus celcius. Eu como boa menina que sou estava la fora a tremer de frio a fumar o meu cigarrito. Nesses cinco minutos vi duas coisas que acho que so aqui se veem:1) um marmelo de t-shirt, calcoes e flip-flops (vulgo chinelas), 2) uma gaja de gorro, luvas e cachecol e nos pezinhos umas simples flip-flops....

Digam-me gajas qual e a paranoia das flip-flops? Bem sei que e uma maravilha sair de casa e continuar de chinelas, e tipo nao abdicar do conforto de ter o pezinho ao leu, mas com um frio destes? Onde ja se viu?


A facadas

16.12.06

Adivinha



Ontem fui a um concerto lindo!!! De quem?

7.12.06

Breve colecção de factos que pretende demonstrar (e creio eu que demonstra) que os portugueses são limpinhos

Nós, portugueses, temos a ideia generalizada de que somos piores do que os outros em tudo. Um desses preconceitos é que somos, vá lá, porcalhões. De facto, quando pensamos nas nossas ruas, se calhar esta ideia tem uma certa razão de ser: cospe-se para o chão, espalha-se lixo por todo o lado, não se apanham os cocós dos cães, os gajos fazem xixi pelos cantos quando bem lhes apetece, vomita-se de nojo mal se entra numa casa de banho pública, enfim, tudo coisas que fazem certamente arrepiar a pele a um escandinavo que cá chegue sem ter lido o capítulo "Quick facts about Portugal" do seu guia Lonely Planet. No entanto, basta visitar Madrid, por exemplo (ou Amsterdão - nunca lá estive mas sei isso de fonte segura) para se perceber que, se calhar, as nossas cidades até estão muito aquém do nível máximo de porcaria que uma metrópole pode suportar.

Mas quanto à higiene pessoal, minhas amigas, desdramatizemos: poucos povos se poderão orgulhar de ser tão lavadinhos como nós. Vamos aos factos:

- conheço, como é lógico, muito mais pessoas portuguesas do que estrangeiras; no entanto, as três pessoas mais malcheirosas com quem já convivi são um inglês, um irlandês e um argelino (a bem dizer, não conheço o argelino pessoalmente, mas o meu nariz já conviveu com ele o suficiente; e há que se lhe fazer justiça: o inglês anda muito melhor desde que casou com uma portuguesa).

- claro que também há portugueses malcheirosos, mas enquanto assim de momento só me lembro de um ou dois, poderia citar muitos outros exemplos estrangeiros de odor corporal desagradável, incluindo holandeses, alemães, belgas, franceses e americanos. Isto sugere que a taxa de pessoas malcheirosas (TPMC) é muito mais elevada fora de portas.

- curiosamente, até à data não tenho grande razão de queixa de espanhóis ou italianos, pelo que suspeito que a tendência para uma baixa TPMC é característica dos países mediterrânicos. Claro que quando se atravessa o estreito de Gibraltar a história é outra, como as gajas bem se recordarão!

- embora predominante, isto não é uma característica exclusiva dos gajos. Na realidade, em tempos conheci uma austríaca que disse com um certo tom de desdém que nós, portugueses, tomávamos banhos a mais.

Mas a história não se fica por aqui. Analisemos a situação da limpeza dentro das nossas casas. Os portugueses têm uma verdadeira obsessão por este assunto. Dona de casa (e dono também, não me digam que essas coisas são mariquices de gaja) que se preze tem a casa num brinquinho. Eu própria sofro por vezes por não poder manter o meu lar-doce-lar à altura - infelizmente, partilho o meu espaço vital com dois felinos que parecem sentir um especial prazer em sujar o que acabei de limpar. Há algum tempo, li algures que os portugueses dedicam mais não-sei-quantos-porcento do seu tempo às tarefas domésticas do que os habitantes do norte da Europa. Em concordância com este facto, o pouco que conheço do estado higiénico das habitações por esse mundo fora sugere-me que, mais uma vez, os portugueses se destacam pela positiva.

Estou orgulhosa comigo mesma: reparem que, não deixando de cortar na casaca de alguém, até consegui inaugurar uma nova tendência aqui no blog - a de dizer bem por comparação. Ah! E por favor não me acusem de xenofobia ou outra coisa do género: como poderão constatar, segui um raciocínio perfeitamente lógico e científico, à prova de qualquer preconceito. São os factos que falam, minhas amigas!

1.12.06

Poder de gata



(Descupem a falata de acentos mas o meu lindo MacBookPro nao tem acentos...)

Esta e uma posta de trauma para algumas de nos gajas.
Antes do mais, Chan Marshall, tem um poder unico de parar o tempo. A sua voz e tao grande que me faz imaginar que estou envolvida em algodao doce... Eu sei, eu sei, isto parece uma posta plagiada de uma novela cor de rosa da Danielle Steel. Mas e a mais pura verdade, para mim, que nem sou dada a musica "melada", nostalgica, urbano sentimentalista etc.., Cat Power tem um poder estranhissimo.
Posto isto, pouco tempo depois de ter partido para o exilio, a menina finalmente decidiu dar um concerto em Matosinhos. Obviamente tentei convencer as gajas que ainda residiam na Patria a irem ver o concerto. E elas foram, nao me lembro se apenas foi uma gaja ou se foram duas gajas mais o senhor V. Resultado: As gajas sentiram que aquilo nao foi um concerto mas um ultraje... A menina estava podre de bebada, mal disposta e dizem as gajas nao cantou uma unica musica do principio ao fim. Foi um happening de Drunken Power e nao um concerto de Cat Power.
Recentemente, ja depois da edicao do fabuloso The Greatest, Cat Power esteve aqui nesta cidade no meio do deserto onde estou desterrada. Depois de muito conflito interno decidi que nao iria a um concerto para me arriscar a ver um nao concerto. As minhas amigas deserticas que foram, amaram o concerto. A menina nao fez fita, tanto que tinha com ela uma Big Band que nao a deixava brincar... mais, deu um concerto memoravel e foi uma pessoa super comunicativa, doce e ate decidiu juntar-se ao publico para cantar. Foi um espectaculo de Ganda Power.
Nao se faz nao se faz...
E agora vai estar de novo em Portugal, este fim de semana.
Eu diria... Vao gajas vao... Bom ou mau sabem que vai ser unico...

E desculpem esta posta assim tao sem interesse. Depois deste hiato enorme, e depois de me ter demitido oficialmente do blog. ...Mas ainda sabia a password e senti que teria de vos tentra convencer a ir ver este Greatest concerto. Este nao e um regresso meu ao Blog... e apenas um Accident Power...

Jocas da facadas...

28.11.06

Correio Electrónico

De: Júlio Investigações
Para: Gaja Mouca

Oi como vai tudo jóia !
Oi como vai estou lhe enviando esse e-mail pois acho que você , não recebeu ele da outra vês que eu o enviei ,nem queria ter que fazer isto. estou até meio sem jeito de não poder te falar pessoalmente, mais me sinto na obrigação de te avisar, não sei se você já fico sabendo por outra pessoa ou não sabe ainda que a pessoa que você confia e ama esta lhe traindo... É difícil de acreditar numa historia dessa mais como as imagens valem maisque as palavras, estou te enviando fotos , para você ver com seus próprios olhos .



De: Gaja Mouca
Para: Júlio Investigações

Amigo Júlio:
Por aqui tudo jóia, obrigadinha. Espero que consigo também esteja tudo bem. Em primeiro lugar cá vai, completamente à borla, um conselho de amiga: faça um esforço para melhorar esse seu português. É que o facto de não ter posto uma única vírgula no seu devido lugar pode abalar a sua credibilidade, que na sua profissão é bastante importante.
Por outro lado, devo confessar que me foi difícil resistir à tentação de ver as fotografias que me endereçou. Não o fiz, obviamente, pois o meu computador anda imunologicamente muito fraquinho e qualquer virose pode ser-lhe fatal. Mas a estratégia é boa, amigo Júlio, e estou convencida que funcionará razoavelmente bem quando aplicada a namoradas/namorados/maridos/esposas/amantes que sofram de ciúme compulsivo.
No entanto, no caso de uma gaja descomprometida como moi même, as suas mensagens erram o alvo, acabando por cair em saco roto. Recomendo-lhe por isso que não volte a despender o seu precioso tempo com a minha caixa de correio electrónico. Já agora, se esbarrar por aí com os senhores seus colegas do “enlarge your penis", explique-lhes por favor que não possuo um (razão pela qual também não estou interessada em comprar Viagra).
Devo contudo confessar-lhe que achei a sua abordagem algo inovadora no mundo SPAM e merece, por isso, todo o meu respeito. Continue o bom trabalho!

24.11.06

Vais mais uma prova da inexorabilidade do tempo?

Ah pois é...
Chama-se Frances Bean e é a filha de Kurt Cobain!

A idade das coisas

Uma gaja chega aos 30 e leva as mãos à cabeça. Começa a comprar cremes anti-rugas, a tricotar e a dizer “no meu tempo”. Não que fale por experiência própria, que ainda não tenho 30 anos. No entanto já não tenho direito a ter um cartão jovem, o que constitui um sinal dramático. Vivo naquela espécie de limbo que causa confusão às senhoras dos balcões, que vão alternando as “meninas” com as “senhoras” numa grande indecisão. Para já ainda tenho alguma tranquilidade em relação à passagem do tempo. Depois logo se vê, como lidarei com os pés de galinha e os cabelos brancos.

A idade é coisa relativa. O meu gato, por exemplo, ainda não tem 6 anos e o seu grau de senilidade é já tão avançado que arranca o próprio pêlo à dentada. O meu carro, com o dobro da idade do meu gato, precisa de tanta intervenção cirúrgica, tanto transplante, que diria que o auge da sua vida activa já passou há muito. Estão velhos, tanto o gato como o carro.

E os blogs? Qual é o tempo de vida de um blog? A partir de que idade pode um blog ser considerado idoso? O “gajas no corte” fez dois anos este mês. Desta vez não se escreveu posta de aniversário nem se comemorou a efeméride. As gajas esqueceram-se da data, qual marido insensível que se esquece do aniversário do casamento.
Será que, tal como acontece com as gajas, a determinada altura a contagem pára? Ou estaremos no limite da nossa longevidade bloguística? Estaremos nós com os pezinhos para a cova, na iminência de fechar o tasco? Digam-me, amigas gajas, dois anos já chegam?

16.11.06

A propósito desta posta:

Era o único lugar para deficientes naquele piso do parque de estacionamento.
Dois carros competiam por ele.
Os seus ocupantes, de vidro aberto, trocavam feíssimos insultos.
Um deles esgrimia o dístico de condutor com deficiência, como prova suprema da sua razão.
O outro também.

13.11.06

VENDO

Apartamento de assoalhada e meia no centro do Porto, perto da Torre dos Clérigos, a cinco minutos da Ribeira para quem vai a descer ou a 15 para quem vai a subir.

Próxima do maior centro de transacção comercial do Norte, a Feira da Vandoma.
Vários serviços próximos: tascas, agências funerárias e uma sede do PS. E ainda um sapateiro tradicional, que mantêm na parede um calendário desde 1963, com a Brigitte Bardot meia desnudada.

Rua com animação diária garantida, incluindo porrada pelo menos uma vez por mês.
Animação musical ao fim de semana, a partir das oito da manhã. Animação extra em dias de jogo do FCP, a cargo dos Ultras da Cordoaria.
Periquitos, cães, peixeiras, bêbados, amoladores, carros do lixo e mães insultando seus filhos da janela, tudo incluído no preço do imóvel.

No caso de não haver interessados na compra efectiva, troco o apartamento por um local onde possa dormir descansada.

Respostas para este blog.

24.10.06

As coisas que uma gaja aprende...

Qual o país com mais mulheres eleitas “Miss Universo” per capita?

Esta foi uma das perguntas que me saiu no Buzz, aquele jogo da PlayStation, uma espécie de concurso apresentado por um bonequinho histérico, de cabelo amarelo, que seria igual ao Herman José se ele tivesse menos 80 Kg, mas que tem a voz do Jorge Gabriel. Podia ser pior. Podia ter a voz do próprio Herman e cantar canções do Frank Sinatra entre cada uma das perguntas. Venha de lá o Jorge Gabriel, do mau o menos.

Mas voltemos à problemática das “Miss Universo”. Umas das hipóteses de resposta era Venezuela, ou México, ou um outro país assim do género. Eles realmente são grandes produtores de misses. Gajas que as televisões locais aproveitam para protagonistas daquelas telenovelas horríveis e intermináveis, que depois, anos mais tarde, são adaptadas para Portugal, para dar emprego às nossas misses (que nunca chegam a Universo) e a essa gente toda da Operação Triunfo e dos Ídolos e assim. Mas na América Latina aquilo é muita gente. São mesmo muitos, eles. É terra onde nasce muita criança. Mesmo que ganhem o concurso de Miss Universo quase todos os anos, per capita é capaz de não dar grande coisa - exclui logo essa hipótese.

Acabei por responder Trindade e Tobago, a hipótese b. Convenhamos que se Trindade teve de se juntar a Tobago para aquilo ser um país que se veja, então é porque não é muito grande. Até aposto que, se não fossem os concursos de Miss Universo, a maioria das pessoas nem sabia que existia um país a chamar-se Trindade e Tobago. E também não me custa a crer que lá existam gajas giras. Afinal não é nas Caraíbas? É suposto nas Caraíbas haver gajas giras e praias e palmeiras. Se formos a ver, Trindade e Tobago até acaba por ser bem pertinho da Venezuela. A nado deve chegar-se lá num instante. Se calhar há muitas gajas giras de Trindade e Tobago a nadar até à Venezuela para participar nos castings da Floribella lá do sítio. Nem é preciso ser muita gira. Basta dizer, com uma mão na anca, “Soy de Trinidad e Tobago” - causa logo impacto!

Voltando ao Buzz, respondi Trindade e Tobago e apareceu logo o Jorge Gabriel a mandar vir. Resposta errada. A resposta certa, imaginem vocês, seria Islândia. Mas a Islândia tem gajas giras? Na verdade não conheço nenhuma islandesa para além da Björk. Tenho ideia que devem ser todas uma mistura de esquimó com escandinava. A Björk saiu mais para o esquimó. Que me perdoem os fãs, a miúda até pode ter muita pinta (que até tem!), mas a Björk não é gira. E também nunca podia ser Miss. Não deve medir mais de metro e meio e tem os dentes tortos. Nunca imaginei que a Islândia tivesse mais Misses Universo per capita que qualquer outro país. Mas até faz sentido. Por causo do per capita, lá está. Aquilo é país para ter mais gelo que outra coisa. E para o pessoal que tem frieiras e sofre de má circulação é capaz de ser tramado. Eu debandava logo. Por isso devem ser pouquinhos, lá na Islândia. Basta uma ou duas gajas giras e per capita é logo uma multidão, dispara logo no ranking.

Mas enquanto estava a jogar não se me ocorreu isto, e o Jorge Gabriel virtual também não nos deixa muito tempo entregues ao raciocínio... Uma chatice! Perdi 250 pontos com esta pergunta!

16.10.06

Qual é a coisa, qual é ela?

Quem escreveu isto?

"NASCI aos 2 de Fevereiro de 1939, na Figueira da Foz. Tive infância caprichosa e bem nutrida, no seio de uma família fortemente dominada pelo espirito, chamemos-lhe assim, da 1 ª República. Escusado será dizer que abundavam os dichotes anti-clericais, muito embora o meu pai desejasse que eu viesse a seguir a carreira eclesiástica. Em suma: não se percebia nada. Pelo menos à primeira vista. Por volta dos 16 anos, fixei-me com a família em Lisboa, para poder prosseguir a minha medíocre odisseia liceal. Instalado no colégio do dr. Mário Soares, acabei por ser expulso ao contrair perigosíssima doença venérea. Pensei, então, que entre a política e as fraquezas da carne devia existir qualquer obscena incompatibilidade e nunca mais fui visto na companhia de políticos. Tendo finalmente conseguido dissipar toda a fortuna na satisfação de brutais apetites, o meu garboso pai veio a falecer vitimado por cruel ataque cardíaco, deixando-me, perplexo e sem um chavo, a coçar a cabeça. Era chegada a hora de dar o corpinho ao manifesto, como a maior parte das pessoas. Filho que era de meu pai, atravessei senhorialmente muitos e variados empregos, mas em breve me apercebi que já não podia olhar o mundo da mesma maneira. Fui até Paris para ensaiar até onde me era possível ir. Não me era possível ir muito longe. Meses depois, «ayant connu pas mal de choses», era repatriado."

Não vale espreitar ao google...

13.10.06

OK teleseguro gaja

Há um pacote da OK teleseguro especial para Gaja. Por um lado achei meritório por parte destes senhores reconhecerem que as gajas são as suas melhores clientes. Porque somos constantemente acusadas de azelhice (embora não haja fundamento científico para esta assunção) mas ser azelha poderá, porventura, provocar alguns riscos e pequenas amolgadelas, mas não provoca acidentes graves. Já os gajos (vá, alguns gajos) parecem intrinsecamente incapazes de cumprir os limites de velocidade e não fazer ultrapassagens, característica que os torna o terror de qualquer companhia de seguros. No entanto, dei-me ao trabalho de fazer duas simulações aqui, alterando apenas a variável sexo e descobri que o OK teleseguro gaja é apenas e só 3 euros mais barato – o que é manifestamente pouco... As gajas mereciam mais!

Mas na verdade gostaria de vos falar do anúcio publicitário do OK teleseguro gaja. Aquele em que aparece um mecânico giro, um homem do reboque giro, um polícia giro. Tudo gente disposta a ajudar uma gaja em apuros. Ora isto é publicidade enganosa. Poderão os senhores da OK teleseguro garantir-me que da próxima vez que o meu carro ficar sem embraiagem, em vez de me mandarem aquele senhor obeso de bigode (de palito no canto da boca e tudo), me mandam o moço do anúncio? Não me parece… E polícias giros? Os polícias giros são como os pilhões, toda a gente sabe que não existem. Se alguém conhecer um exemplar ponha o dedo no ar, ou melhor, escreva um comentário aqui no blog. Não se pode iludir assim as mulheres deste país… E para terminar o anúncio, um toque final, a já famosa Marta com aquele sorrisinho cúmplice como que a dizer “quem é amiga, quem é?”. Ó Marta, filha, tem juízo!

10.10.06

RUM

Nascida e criada em Viana do Castelo, habituei-me desde cedo a julgar que tudo que vem de Braga é potencialmente mau (que me perdoem os meus amigos bracarenses - Cris, Nuno, gosto de vocês na mesma).
Não espero compreensão dos leitores oriundos de outras partes do país quanto a esta quezília regional, mas as questões da rivalidade minhota estão-me no sangue...
Esta gente veio deitar por terra todas as minhas teorias. Tornaram-se companheiros de viagem indispensáveis, agora que passo horas ao volante entre Viana e Montalegre. Pronto! Eu admito tudo - afinal Braga tem coisas (muito) boas!

9.10.06

50 foot Queenie

Existe uma expressão que define perfeitamente a regularidade com que actualizamos este blog nos últimos tempos: é quando o rei faz anos! Neste caso, e para não descurarmos da nossa atitude feminista perante o mundo, quem faz anos hoje, senhoras e senhores, é a Rainha!
Polly Jean Harvey nasceu a 9 de Outubro de 1969 e em boa hora deixou a quinta onde cresceu para se tornar nesta radiosa estrela do rock!
Se pretendêssemos exaltar um modelo masculino, poderíamos tê-lo feito na semana passada, altura em que Sua Majestade Thom Yorke completou os seus 38 anos (quem diria, o nosso pequeno zarolho já vai quase nos 40). Mas não. Este é um blog de gaja, a nossa musa será uma gaja, a Gaja! Salvé a Rainha! Ela própria o diz, coberta de razão: "I’m one big queen, no one can stop me".

10.9.06

To Kalé, with love

Queiram os caros leitores desculpar-nos estes nossos períodos de ausência. Eu pessoalmente, tenho andado raladíssima com o meu bichano que arranjou uma doença metal – a dermatite psicogénica – e todos os dias me debato com o dilema “será ou não legítimo administrar anti-depressivos a um gato”, o que me deixa mentalmente esgotada! As restantes gajas têm também seus afazeres e preocupações das mais diversas naturezas, não tendo sido possível actualizar o blog com a assiduidade que todas desejaríamos.

Mas a quem devemos mesmo um pedido de desculpas é ao nosso muito querido colaborador e fidelíssimo amigo Monsieur Karl Lagerfeld, que completou este fim de semana mais uma magnífica Primavera, sem que a efeméride tenha sido devidamente assinalada neste blog. E Kalé bem o merece. Quem mais nos poderia surpreender com postas como esta ou esta? Relembro aqui um dos meus excertos favoritos, como breve exemplo da sua genialidade:

Diz-me o charming Rufus Wainwright ao ouvido um destes dias: «Kalé, dear, I’m so fucking tired of being an American gay messiah in this Bush’s Jesusland; I swear one of these days I’ll move to Portugal to rock what’s still left of my brains out». Retorqui-lhe que sim, que ma chambre serais toujours sa chambre, que rien jamais nous manquerais s’il choisissais venir – com o que a primadonna rematou: «and I always wanted to know what it’s like to live in a monarchy».

Deixamos pois a nossa sentida homenagem a esse mito da haute-couture. Bem haja, caríssimo! O nosso singelo presente segue aqui!

4.9.06

interesse público

Perante as ameaças da FIFA, a Federeção Portuguesa de Futebol vai invocar o interesse público "de forma a repor as deliberações da Comissão Disciplinar da Liga Portuguesa de Futebol Profissional e do Conselho de Justiça".
Foi isto que li aqui. Não sei muito bem o que quer dizer. Até já tentaram explicar-me isto do caso Mateus, mas sem sucesso. São demasiadas variáveis para o meu cérebro de gaja. Mas retive uma expressão: INTERESSE PÚBLICO. É claro que os campeonatos de futebol têm interesse público. Assim como, passo a enunciar:
  1. a tertúlia cor de rosa do programa da Fátima Lopes
  2. a banda da Praça da Alegria
  3. as saias da Floribella
  4. o Manuel Luís Goucha
  5. o frango da Guia
  6. os discos do Tony Carreira
  7. o consultório sentimental da revista "Maria"
  8. o Noddy

Moral da posta: nem tudo o que luz é ouro, nem tudo o que é adorado por milhares de portugueses é de interesse público...

15.8.06

Um ano depois...

Sim, foi exactamente há um ano que aconteceu a desgraça que me forneceu o pseudónimo. A foto da esquerda foi tirada cerca de uma hora depois da queda e não revela nem por sombras aquilo em que o pé de uma gaja se consegue transformar depois de sofrer uma ruptura de ligamentos. A foto da direita foi tirada hoje e serve para demonstrar que o pé está bom e recomenda-se.
Lembrei-me que esta seria uma boa ocasião para vos pedir um favor. Amigas, parem de me chamar manca! Se, por uma questão de coerência com o nome dado à gaja mouca, ainda quiserem adjectivar-me com base nas minhas deformidades físicas, lembro-lhes de que têm muito por onde escolher: gaja míope, gaja estrábica, gaja com escoliose... isso ficará ao vosso critério. Mas manca, nunca mais!

7.8.06

Ai meu lindo Agosto

Agosto é aquele mês horrível em que toda a gente está de férias. Milhares, senão milhões de portugueses encaminham-se para as mais variadas estâncias balneares aquém e além fronteiras e até para o Algarve. Neste remar contra a maré que é nosso apanágio, as gajas continuarão, no entanto, a trabalhar. E a contorcer-se de dores naquela região do corpo que liga o braço ao antebraço. A algumas das gajas resta a mísera consolação dos seus gabinetes com ar condicionado. Eu tive de me mudar para o Interior Esquecido e Ostracizado (IEO). De uma forma geral, sobrevive-se razoavelmente bem no IEO, embora às vezes me pergunte se alguma força suprema não terá mudado esta parte do país lá para os lados do equador, tal é o calor que se faz sentir. Também há muito calor humano, graças a deus! Se o Interior fica Esquecido durante todo o ano, é em Agosto que todos se lembram dele. É a altura em que todas as aldeias e vilas Ostracizadas recebem seus pródigos filhos de braços abertos e ao som da Ana Malhoa, do Tony Carreira e de muitíssimos outros obscuros agrupamentos musicais que a maioria da população portuguesa tem a felicidade de desconhecer.

Mas, perguntam vocês (e cheios de razão), onde queria eu chegar com isto tudo? É que esta minha nova condição irá ditar o meu afastamento temporário da blogosfera. Nas minhas anteriores expedições, costumava recorrer a um destes estabelecimentos denominados “espaço Internet”, criados com o muy nobre desígnio de levar as novas tecnologias à desfavorecida população do IEO. No entanto, no belíssimo mês de Agosto este sítio encontra-se completamente atulhado de turistas, desses que acham piada a viajar para sítios exóticos como Trás-os-Montes para praticar Parapente ou Canyonning e outras coisas verdadeiramente radicais. Eu acho que o facto de cá terem chegado é, por si só, já bastante radical, mas isso agora não interessa nada. O que interessa é que nunca há lugares disponíveis para biólogas desterradas em trabalho de campo.
Mas prometo que se tiver oportunidade passo por aqui para contar as novidades das terras do Padre Fontes. Fica então combinado!

25.7.06

Ana Mamalhoa (ou a fonte inesgotavel do corte)

O título diz tudo. Esta pérola veio parar-me às mãos (ou ao ecrã do meu portátel) e desde então sou uma gaja diferente. Porquê? Porque nunca mais precisei de me esforçar para fazer o que mais gosto: cortar. Quando não há outro assunto, corta-se na Ana. Então vamos por partes:

1. Site. Por si só, é genial. O rosa, as estrelas, a foto, a publicidade à FHM. Desculpem lá gajos... mas vocês compram mesmo uma revista que está "buéréré"?

2. Biografia. Tirando os erros gramaticais, até gostei de ler. Ao longo do texto vamo-nos apercebendo de que Ana é uma pessoa fantástica, talentosa, simpática, famosíssima e latina. Que mais pode um gajo querer?

3. Discografia. É de louvar o esforço que Ana sempre dedicou à sua imagem. A quantidade de roupa que mostra vai variando na razão inversa da quantidade de silicone nas suas mamocas. O meu favorito: Hot Reggaeton by Lil' Queen. Sim, estávamos a precisar de mais uma branca com a mania que é preta. E não esqueçam: foi Ana quem introduziu o Reggaeton em Portugal!

4. Fotos. Hmmm.... é mesmo preciso dizer alguma coisa? É. É preciso dizer que esta GAIJA BOUA era o ídolo de milhares de crianças do nosso Portugal. Que agora são adolescentes: enquanto os rapazes esgalham o pessegueiro com as fotos, as raparigas querem ser iguais a ela.

5. VIP. Não percebi que parte disto é VIP. Será o senhor Hussein que toca baixo e usa bigode e permanente, aposto. Ah não, é porque Ana grava num "record studio" (fica sempre bem dizer em inglês, mesmo quando não é preciso).

6. Links e Contacto. Acho que estão ali só pra encher. Gostava era que a secção Vídeo estivesse disponível. É desta que Ana começa a fazer filmes porno?

Por TODAS estas razões (e muitas mais haveria mas não quero fazer este post ainda mais longo) acho que Ana devia ter direito a uma estátua no centro de uma praça de Portugal, o seu nome numa rua, um feriado nacional em sua homenagem e ser sepultada ao lado da Amália. Já fiz a minha parte. A partir de amanhã posso sair à rua com uma t-shirt a dizer "I f***ed Ana Malhoa"


"Eu quero ouvir essas palmas!!" (by Ana)

Sempre vossa
FriFri

14.7.06

Let's do it for the kids

Não é fácil ser-se Presidente da República em Portugal. É preciso ter uma boa dose de imaginação para manter-se sob as luzes da ribalta e parecer ocupado durante 5 longos anos. Existem alguns governos que resolvem colaborar metendo água, dando assim a oportunidade ao PR de fazer alguma coisa com real importância. Mas em condições ditas normais é preciso inventar qualquer coisa que os faça sair de Belém, calcorrear o país, beijar criancinhas e aparecer nas televisões, não dando aos portugueses oportunidade para se esquecerem da sua existência. Se Sampaio teve as suas presidências abertas, Cavaco Silva apresenta o seu "Roteiro para a Inclusão". Foi esta a maneira que o actual PR arranjou para manifestar a sua preocupação com os excluídos, os toxicodependentes, os pobrezinhos, as mulheres e as criancinhas mal tratadas. Só lhe fica bem a caridadezinha, a ele e à Santa Casa da Misericórdia. O que já não lhe fica tão bem é apelar ao "espírito cristão de dávida e serviço" ou sugerir que os pais que se divorciam pensam primeiro na sua felicidade e só depois na dos filhos. E para que não seja acusado de conservadorismo ou tradicionalismo bacoco, lá refere um estudo que diz que o risco de pobreza sobe para o dobro em famílias monoparentais. Pois claro, com uma segurança social em falência, com os custos da educação e da saúde, mesmo no sistema público, acredito que seja realmente complicado criar um filho sozinha(o). Mas Cavaco Silva tem a solução: não se divorciem (ou se forem solteiros, casem-se) e acabem com essa modernice das famílias monoparentais. Vá lá, façam-no pelos miúdos!

11.7.06

O aveirense mais famoso

No passado domingo, vi na televisão uma reportagem sobre o concelho de Cinfães, em que, a certa altura, mencionaram o cinfanense mais conhecido de todos os tempos, Serpa Pinto.
Tomada pelo ímpeto regionalista de que sofro ocasionalmente, decidi dedicar-me ao exercício de escolher o aveirense mais famoso. Foi difícil chegar a uma conclusão. Muitos dos nomes que me ocorreram apenas são famosos na própria cidade. Por exemplo, qualquer filho da terra reconhecerá o nome do republicano José Estêvão, do anti-fascista e escritor Mário Sacramento ou mesmo do Atita, a popular figura que ensinou metade da população de Aveiro a nadar, ali mesmo num braço da ria. Mas a verdade é que, por mais famosas que sejam entre os habitantes da cidade dos moliceiros, estas personalidades são ilustres desconhecidos para o resto do país.
Lembrei-me também de aveirenses emprestados, pessoas que, já em idade adulta, desenvolveram uma ligação especial à terra. Para além da princesa Santa Joana, a padroeira da cidade, o mais famoso desta categoria é, sem dúvida, Paulo Portas, que decidiu inventar uma ligação a Aveiro (chegou ao cúmulo de se tornar sócio do Beira-Mar, vejam lá) para conservar o distrito como o último reduto do CDS/PP. Obviamente, estes também não contam.
Já me estava a ver a desafiar-vos, amigas gajas, a apresentarem um conterrâneo de que se pudessem orgulhar tanto como eu do Zeca Afonso ou do Fernando Pessa. No entanto, a minha consciência obrigou-me a excluí-los. A verdade é que ambos saíram de lá em tenra idade, basicamente para não mais voltar, sem criarem grandes laços à terra. Certamente nem se lembravam de lá ter vivido. E enfim, se o critério fosse apenas a naturalidade, então eu própria, que tive a maldita sorte de ir nascer a Coimbra, não era aveirense, o que é um insulto! Em minha opinião, para se ser de Aveiro é preciso ter crescido na cidade, ter sido educado por ela.
Reduzidas as possibilidades, detive-me um pouco a pensar em Paulo Pedroso, mas achei que este político já gozou de toda a dose de fama que algum dia conhecerá e que dificilmente voltará à ribalta…
Já estava em desespero de causa (onde é que já se viu, Cinfães ter gerado uma pessoa famosa e Aveiro não?), quando se fez luz… e que terrível luz! Senhoras e senhores, apresento-vos o aveirense mais famoso, pelo menos o mais famoso de que me consegui lembrar…


Por favor, cibernautas aveirenses (e não só!) que venham cá parar, alguém se lembra de outra personalidade que destrone este senhor, que nem uma tinta para o cabelo em condições sabe escolher?

7.7.06

Última posta sobre futebol

"Se o Portugal perder os jogos que lhe faltam a culpa será desta posta!!!" - Isto exclamava o Senhor Tudo no Seu Devido Lugar, qual vidente, a propósito da nossa última publicação. Isso de facto aconteceu, mas não queremos essa responsabilidade para nós. Não somos culpadas. A culpa vai inteirinha para a personalidade esquizofrénica da Nossa Senhora. Isto de desmultiplicar-se em milhares de variações regionais, ele é a Nossa Senhora de Fátima, a Nossa Senhora do Caravaggio - só para citar aquelas que ultimamente estão mais em voga - tinha de trazer problemas, mais tarde ou mais cedo. Esquizofrenia pura, é o que vos digo.
Se pensarmos nos possíveis traumas de Nossa Senhora, vemos que não é para menos - se eu fosse assim excluída da Santíssima Trindade também arranjava uma doença mental séria. Isso não se faz a uma gaja, agora que a aturem o Pai mais o Filho e o Espírito Santo. Mas ao menos que não a deixassem imiscuir-se em assuntos da bola.
A influência da Mãe de Cristo é tal que qualquer país com tradição futeboleira adora a Virgem em alguma das suas múltiplas vertentes. Quanto maior é fervor futebolístico, maior o número de Nossas Senhoras, salvo raras excepções. O Uruguai, por exemplo, primeiro campeão do Mundo, deve tudo à Nossa Senhora do Trinta e Três; aos brasileiros nem a Nossa Senhora da Aparecida mais as 356 versões nacionais da Virgem lhes valeu este ano!
Para hoje está marcado o duelo entre as versões Nossa Senhora do Loreto e Nossa Senhora de Lourdes. Enquanto os italianos se congratulam por deter em seu território a casa onde Nossa Senhora viveu, que voou misteriosamente de Nazaré até Loreto, os franceses trazem consigo a vantagem de ter a sua aparição da Virgem certificada pelo Vaticano! Mas este selo de garantia papal não significa uma vitória fácil dos gauleses. Veja-se como ontem Nossa Senhora de Fátima, também ela devidamente certificada e muitíssimo respeitada nas mais altas instâncias da igreja católica, perdeu com a sua quase desconhecida congénere alemã, a "Mãe, Rainha e Vitoriosa Três Vezes Admirável de Schoenstatt". Reparem bem: três vezes admirável. Repito: três. Não há coincidências, meus amigos, não há coincidências!

2.7.06

“Obrigada Nossa Senhora de Fátima” ou “O Anjo” ou “A Quarta Posta Seguida Sobre Futebol”

A Nossa Senhora de Fátima é uma gaja influente. Só alguém em muito boa conta lá em cima poderia ter sido responsável pelo desvio da trajectória do sol algures na Cova da Iria, ou por fazer três pastorinhos até então desconhecedores da existência da Rússia anunciar a sua conversão.
Na actualidade, a mais portuguesa das divindades continua a dar cartas, senão vejamos: após o feito heróico de impedir que a mancha do Prestige chegasse à nossa costa, Nossa Senhora atingiu ontem um novo ponto alto na sua carreira, ao conduzir Portugal à vitória sobre Inglaterra. Segundo declarações de Gilberto Madaíl, é ela a grande responsável pelas defesas de Ricardo. Há inclusivamente quem defenda que quando Ricardo fala é Nossa Senhora quem se ouve, o que certamente explica a sua voz angelical.
Rezemos pois todas juntas a Nossa Senhora de Fátima para que, por intermédio do seu anjo, continue a manter as bolas longe da nossa baliza!

16.6.06

Terceira posta seguida sobre futebol

É verdade, meninas, a reincidência na temática futebolística está a dar cabo da nossa credibilidade. Mas - co' a breca! - temos a desculpa do Mundial, e não pude resistir a fazer este post e a copiar a notícia que se segue.
Reparem como a comunicação social é tendenciosa! Apesar de tentar dar uma no cravo e outra na ferradura, parece-me inequívoco que o autor deste artigo toma instintivamente o partido do gajo... Nunca é fácil ser-se gaja, mas em altura de Mundial a coisa ainda se complica mais!

"Chinês tranca a mulher no quarto para poder ver o Mundial em paz

Em Inglaterra, na Holanda ou na China, as mulheres são um pouco iguais. Ditadoras com rasgos autoritários. Esta estória, chega do Oriente, por acaso. Um chinês estava na sala a ver o Argentina-Costa do Marfim, quando a mulher se levantou da cama, foi à sala e lhe desligou a televisão. Queixava-se que eram três horas da manhã - a diferença horária tem destas coisas - e que não conseguia dormir perante os gritos do marido a cada jogada de maior perigo.
E então desligou o aparelho. Sem sequer procurar perceber as razões do homem a quem prometera no altar respeitar nos bons e nos maus momentos. O adepto, de apelido Li, que vive na cidade de Putian, no sudeste chinês, respondeu na mesma moeda. Sem questionar as razões da mulher, pegou nela e trancou-a no quarto para poder ver o jogo em paz. No final fica a certeza de que no mínimo falta algum espaço para o diálogo nesta relação conjugal. " in Mais Futebol

15.6.06

Os deuses devem estar loucos

Pegando na deixa da gaja que tem sonhos eróticos com o Scolari (polamordedeus, com tanto gajo bom por aí podia ter arranjado uma coisita melhor, não?) queria aqui deixar a minha opinião sobre esta colecção do Público.
Pronto, não vou falar do lettering escolhido, que é o mesmo que eu usava nos meus trabalhos de História do 9º ano. Nem vou dizer mal do título que me faz lembrar uma comédia chinesa que passa na TVI aos domingos à tarde.
Eu sei que sou gaja. E não percebo nada de futebol. Mas não tinham outro futebolista português que não o Rui Costa para incluir nesta série? Sei lá, se era pra escolher só um, eu ia mais pro Futre ou pro Fernando Gomes, que até foi bota de ouro e tudo.
Ok. Se querem o Ruizinho tudo bem, mas pelo menos escolhiam uma foto mais catita (parece saído do Planet of the Apes). E não podiam escrever algo menos ambíguo que "As provas duraram 10 minutos e Rui acabou com duas bolas..."?

FriFri

14.6.06

Maldito Mundial!

Hoje tive outro sonho estúpido. Foi assim: estava eu a tentar descortinar um erro num ficheiro de computador para usar num programa (só isto já é um tradicional pesadelo de quem trabalha na área das gajas), quando aparece o meu orientador. Só que o meu orientador não era ele próprio, era nada mais nada menos do que o Scolari, que, atrás de mim, só dizia: "não pode falhar", "não pode falhar", "não pode falhar", "não pode falhar". A bem dizer, nos tempos que correm quer o Scolari quer o meu orientador fazem o mesmo pela minha tese (nada), pelo que a confusão poderá ser natural.
Mas o que eu queria salientar aqui é como se já não bastasse ter de aturar diariamente conversas sobre futebol, postas sobre futebol, reportagens sobre futebol, análises sobre futebol e, de vez em quando, jogos de futebol, hoje tive um sonho relacionado com futebol. Como o sonho foi mais do género pesadelo, dormi pouquíssimo e como resultado hoje estou ensonada, pouco produtiva e mal humorada. A culpa é do mundial. Estou mesmo farta!

9.6.06

Teenagers, paizinhos, camisas às bolinhas e muita música ró!

Na quarta-feira, as gajas baldaram-se ao trabalho, apanharam um comboio e foram até à capital. Às cinco e meia da tarde já estavam sentadinhas no chão à sombra do palco principal do Super Bock Super Rock, ansiosas por ver a estreia dos meninos Editors em terras portuguesas.
Assim que olhámos em volta, quase morremos de susto: "Ai qu'isto é só miudage!" Havia na primeira fila gente mais nova do que a minha mochila! Mas o que era um esgar de horror cedo se transformou num sorriso maravilhado. É que as meninas da primeira fila, como teenagers que eram, ainda estavam em fase de crescimento e eram em geral bastante baixotas. Estar num concerto e ser mais alta do que a média é uma agradável novidade para a gaja manca (sim, que a gaja mouca não tem problemas desses!), que ainda recorda com tristeza aquela noite de Julho em que ficou atrás de uns gigantescos ingleses que não a deixaram ver Thom Yorke e companheiros em todo o seu esplendor.
Por isso, obrigada Keane por serem quem são e encherem as plateias de gente de baixa estatura!
Sem cabeças pela frente, o concerto de Editors excedeu as expectativas. Foi sentido, intenso, íntimo apesar do local a isso não ser propício, musicalmente perfeito. Voltem, meninos, por favor! E venham conhecer o Porto, para a próxima! Acabado o concerto de Editors, ouviram-se uns sons familiares vindos do palco nacional... Sim, eram eles, os nossos já conhecidos Weatherman! E lá estava o nosso também conhecido paizinho a tirar fotos da plateia, a trautear as músicas e a aplaudir entusiasticamente! A seguir, os fabulosos dEUS! Eu, que já não via um concerto deles há oito anos oito e estava à espera que estivessem mais calmos, espantei-me perante o concerto electrizante que nos proporcionaram! É bom saber que há coisas que não mudam!
Após o concerto de dEUS, iniciou-se a longa espera por Franz Ferdinand. Houve demasiado tempo para cerveja e bifanas, por isso as gajas, em jeito de passatempo e sempre atentas às coisas da moda, começaram a contar as camisas sem costas às bolinhas que iam aparecendo. Acreditem, minhas amigas, a Zara deve andar a fazer promoções daquelas coisas. Vimos dezenas de exemplares do mesmo modelito, em variadas cores! Estavam por todo o lado. Se por acaso eu tivesse dormido alguma coisa nessa noite, teria certamente sonhado com blusas às bolinhas! Já que pegámos neste assunto, segundo os mandamentos da nossa rainha da moda FriFri, é foleiro levar para os concertos t-shirts da banda que vamos ver; mais foleiro ainda, digo eu, é pertencer a uma banda e levar uma peça de roupa com o nome da dita cuja. E tenho dito tudo o que tinha a dizer sobre os Cult, porque o resto fica imperceptível no meio de um grande bocejo.
Para os Keane nem sequer olhei; bastou-me a dor de cabeça que se ia instalando à medida que desfiavam o seu rol de sucessos.
E eis que começa o concerto de Legendary Tiger Man, um one-man-show que fiquei com vontade de rever! Pena foi que tivesse durado tão pouco!
E finalmente, os Franz Ferdinand. Não foram o melhor da noite porque os Editors açambarcaram desde logo essa posição, mas foi um grande concerto! Uma enorme presença e uma empatia reservada aos que realmente se divertem em palco... Os verdadeiros artistas!

30.5.06

Fly Pam Ann

Como gaja viajada que sou, passo muito tempo em aeroportos e dentro de aviões (às vezes até nas casas de banho, mas isso é outra história). E não entendo algumas regras que se impõem quando uma gaja está apressadíssima para conseguir embarcar a tempo. Ter que tirar TUDO que é de metal, para poder passar naquela maquinazinha... Ó senhores, isso não é nada prático. Uma gaja leva relógio, brincos, colar, fivela no sapato, cinto, anel, óculo de sol com aplique metálico e tal e tal. Claro que quem está atrás só se pode queixar com o tempo que demoramos a tirar tudo para depois descobrir que a máquina é hiper-sensível e apita mesmo sem razão.
Outra coisa que me irrita é o facto de não poder levar certos objectos comigo no avião. Tá mal, tá mal. Imaginem que uma gaja quer ir aos saldos a Paris, um fim-de-semana. Leva um saquinho pequeno, com tudo lá dentro. Incluindo tesourinha, lima, corta-unhas e pinça. Depois aparece-nos o senhor segurança a dizer que temos de depositar tudo no recipiente de acrílico (das primeiras vezes até pensei que depois fizessem um sorteio com aquela tralha toda). Pronto, ok, uma tesoura eu até compreendo... poderá ser utilizada para fins menos diplomáticos. Mas uma pinça??? Que pode alguém fazer com uma pinça? Depilar uma pessoa até à morte? Já imagino o senhor taliban a dizer "Ou mudam a rota do vôo ou faço a sobrancelha ao piloto!!"
Enfim, nada como ser rico e ter o seu jacto particular.

FriFri
*in barcelona

22.5.06

AS GAJAS VÃO!!

eurofestival


O Sócrates é que é um gajo com visão. Com tanto país desenvolvido para copiar, foi logo escolher a Finlândia. Ele deve ter um dedinho que adivinha. Porque este fim de semana ficou definitivamente provado que os finlandeses são os maiores! Já não restam dúvidas em relação a isso. Afinal a Finlândia levou ao Festival da Eurovisão uma "banda de hard-rock" e - que espanto - GANHOU! Para os felizardos que tinham coisas mais giras para fazer no sábado à noite e não viram, eu desenvolvo: a banda em questão chama-se Lordi, grunhiram uma "canção" chamada Hard Rock Hallelujah, usavam máscaras e lentes de contacto e roupa esquisita, um misto entre Rammstein e Slipknot. Tinham, tal como os clássicos Kiss, uma verdadeira obsessão por mostrar e abanar freneticamente a língua fora da boca.
Quem quase tinha uma série de ataques cardíacos em directo era o Eládio Clímaco. O senhor explodia de indignação de cada vez que uma apresentadora sorridente gritava excitadíssima "Finland, 12 points!". No final, soltando um suspiro, disse "A nova Europa já não gosta de baladas românticas". Foi o amargo desabafo de um comunicador da velha guarda que tem medo de ser substituído para um gajo vinte anos mais novo e fã dos Moonspell, que cá para mim, ainda vão ser indigitados directamente por José Sócrates para representar Portugal no Eurivison 2007.
Pessoalmente, não desgostei deste resultado. É que estavam em Atenas dezenas de palhaços vindos de toda a Europa, mas apenas os finlandeses tiveram a coragem de admitir frontalmente que o eram. E foram recompensados por isso!

19.5.06

Campo Pequeno em Grande

O Campo Pequeno reabriu. Reabriu com toda a pompa e circustância e em directo para a RTP. A apresentar a gala estava o Júlio Isidro (que surpreendentemente ainda não se reformou), o Jorge Gabriel, a Merche Romero e todas as outras talentosas meninas que costumam acompanha-la. Lá estavam todos os grandes profissionais da RTP, repetindo entusiasticamente, sempre que o vocabulário lhes faltava, esse slogan absolutamente inspirado e completamente imprevisível "Campo Pequeno em Grande!". O entretenimento das massas ficou a cargo do Filipe La Féria e seus muchachos, do Pedrito de Portugal e outros marialvas, fadistas, toureiros, cavaleiros e forcados, para gáudio dos aficionados. Entre os ilustres convidados estavam a falecida Lili Caneças e o abominável Alberto João (que veio à terra dos cubanos informar que o Campo Pequeno se ergue do chão graças a empresários madeirenses, essa é que é essa).

Lembrei-me de alguns dos nossos colegas blogueiros (já não sei se este, este ou este) e de uma expressão que costumavam utilizar: "Era metê-los a todos no Campo Pequeno".

Pronto amigos, afinal para o Campo Pequeno foram todos por seu próprio pé. E depois? Qual era o plano seguinte? Era metê-los no Campo Pequeno e...? Explodir com o edifício? Gasea-los a todos? Fazê-los comer canapés recessos ou cocktail de camarão estragado? Satisfaçam lá a minha mórbida curiosidade!

16.5.06

Pero que los hay, los hay!

A sociedade portuguesa está a precisar de um abanão.
Apesar da fama de sermos um país de brandos costumes, o que é certo é que os portugueses são, em geral, muito pouco tolerantes. Basicamente isso acontece porque gostam de passar despercebidos, e reprovam ou (na versão mais politicamente correcta) fazem piadas sobre quem se "armar" em diferente. E assim é em relação à comunidade gay.
Conheço muito boa gente que se diz de esquerda, tolerante e respeitosa em relação às opções dos outros, que quase que se benze à simples ideia de ver dois homens ou duas mulheres de mãos dadas ou, pior ainda, abrenúncio, a beijarem-se num espaço público! As gajas já falaram várias vezes sobre a excessiva necessidade que os homens portugueses têm de constantemente se afirmarem muito machos, e a recusa da homossexualidade (masculina, entenda-se, que a feminina até é muito bem vista pelos homens do nosso país) faz sem dúvida parte desse pacote.
E não adianta os exemplos das (poucas) figuras públicas que tiveram a coragem de se assumir para que os portugueses comecem a encarar a homossexualidade como algo perfeitamente normal e imerecível de uma conversa em tom cusco entre vizinhas ou em tom de de gozo entre amigos muito machos. Normalmente quem se assume são os artistas e toda a gente sabe que os artistas são gente, enfim, extravagante, em quem os portugueses não se revêem.
Por isso lembrei-me: Portugal precisa de ver um futebolista a sair do armário. Que melhor exemplo para o macho latino do que ver o protótipo do machão, um ídolo, a afirmar-se gay?
E não me tentem convencer de que não há futebolistas homossexuais, que eu não acredito. Mesmo que as gajas não o soubessem de fonte segura, a mera aplicação da lei das probabilidades torna este facto indiscutível. Segundo a Opus Gay, um em cada dez portugueses, ou seja, perto de um milhão, são homo ou bissexuais. Sendo assim, poderão existir pelo menos 2 homossexuais na equipa que Scolari convocou para o Mundial.
Meus amigos (e agora dirijo-me aos jogadores; eu sei que eles não devem ler o nosso blog, mas alguém por favor que lhes dê o recado), as gajas apelam: saiam do armário! Fariam ao país um favor bem maior do que a marcar golos na Alemanha!

8.5.06

A Lei do Cúmulo Suportável

Já disse aqui que odeio a Constança Cunha e Sá? Se disse não há problema nenhum porque dizer que não se gosta da Constança Cunha e Sá nunca é demais. E porque estou eu a falar desta megera? - perguntarão vocês. Porque ontem estava a almoçar num restaurante onde a televisão estava ligada na TVI e ouvi-a comentar o congresso do CDS/PP*. Só uma coisa pode ser pior que um congresso do CDS/PP, que é um congresso do CDS/PP comentado pela Constança Cunha e Sá.
Não devia ser permitido juntar assim duas coisas muito más. É como um filme do Steven Segal com banda sonora do Justin Timberlake. Ou um livro do Dan Brown com prefácio da Margarida Rebelo Pinto. Ou um tamagochi com design Fátima Lopes...
Eu proponho a legislação destes fenómenos. A criação de uma lei que proíba estas situações, de uma vez por todas. Podia chamar-se a Lei do Cúmulo Suportável. Para proteger a sanidade de uma gaja!

*Joãozinho, filho, eu sei que o papá lhe disse que não há limites para a ambição, mas controle-se jovem, controle-se!

3.5.06

as viúvas do mundial

"Queridas senhoras. Porque não escapar-se do Mundial deste Verão e viajar para um país onde os homens ocupam menos tempo com o futebol e mais tempo convosco?" Este é o lema principal de uma campanha publicitária que a Suíça irá lançar na televisão para seduzir as mulheres dos muitos homens que, durante o mês de Junho, vão estar colados ao televisor ou nos estádios a assistir ao Mundial da Alemanha. Intitulada "Viúvas do Mundial de Futebol", a campanha irá encorajar as visitas femininas àquele país europeu – que faz fronteira com a Alemanha – durante o "eterno" mês da principal prova desportiva de 2006. No "spot" televisivo, vários homens surgem em tronco nu, exercendo as suas profissões. E aqui incluem-se um lenhador, um alpinista, um "sexy" motorista de comboio ou um agricultor a mungir uma vaca. Aliás, o spot termina com o Mister Suíça a retirar o leite da vaca.

in "O Jogo Online"

Estes Suiços têm umas ideias muitas giras. Têm têm! Promover gajos! Essa ainda não nos tinha passado pela cabeça.

É claro que, quando vimos esta campanha, logo nos pusemos a imaginar a sua transposição para a realidade portuguesa. Ao contrário de suiços limpinhos e sem sal, apareceria o "sexy" taxista, o trolha exclamando "anda cá que num t'aleijo", ou ainda talhantes, merceeiros, padeiros, um desfile de palitos no canto da boca, bigodes farfalhudos, barrigas, garras higiénicas, tatuagens "amor de mãe" e fios de ouro com medalhinhas da Nossa Senhora de Fátima. Não se ofendam gajos, que sabemos que os homens portugueses não são todos assim. Mas imaginamos a publicidade como uma espécie de convite ao engate folclórico, uma homenagem sentida a um produto que, pelo menos lá para os lados do Algarve, vende mais que o tremoço - o macho latino!

Mas depois lembramo-nos de um pequeno problema, uma fundamental diferença entre portugueses e helvéticos. Seria impossível fazer uma versão portuguesa da campanha "Viúvas do Mundial". Os suiços, pelos vistos, não ligam à bola (ou estão a contar com uma curta participação da sua selecção nacional), o que os deixa disponíveis para consolar as pobres esposas ofendidas. Em Portugal, pelo contrário, vai ser complicado encontrar um gajo, um único que seja, disposto a trocar a televisão e as mines por uma alemã carente.

Aqui, coitadinhas, duvido que se safassem!

2.5.06

Por uma juventude sem mácula!

Para estas gajas será talvez um pouco tarde, mas aqui fica este apelo. Talvez sensibilize alguma alma virgem que passe por aqui...
Obrigada amiga vpfcd por partilhar esta jóia!
(as coisas que se encontram na internet, co'a breca!)

24.4.06

Pequeno pensamento sobre a (im)previsibilidade

Aqui há uns tempos, ao meditar sobre a vida de casais que conheço, cheguei a uma conclusão interessante e apeteceu-me hoje partilhá-la com vocês.
Qual é a característica feminina que é que irrita mais o elemento masculino de um casal? Enfim, pode haver inúmeras respostas, mas julgo que a mais consensual será a imprevisibilidade da gaja. O meu pai, por exemplo, queixa-se frequentemente "Não sei o que deu hoje à tua mãe!".
E o que é que irrita mais uma gaja? Precisamente a previsibilidade do parceiro... Coisas do género "Irra! O teu pai deixa sempre as meias sujas no meio do quarto!".
E de repente apercebi-me. Conheço muito poucos gajos imprevisíveis. Será de mim ou será deles?

17.4.06

Les ponhonheaux

Antigamente o regresso do emigrante era um fenómeno sazonal, que acontecia num período de tempo muito definido - o mês de Agosto. Logo no início do mês enchiam as praias, as romarias e as estradas, mas em Setembro já estavam de volta ao trabalho.
Nos dias que correm tudo mudou! Aparentemente indiferentes à crise e ao aumento do preço dos combustíveis, este ano fizeram-se à autorute bastante mais cedo e rumaram até ao seu querido Portugal, os mais velhos porque já estão na retrete, outros para uns dias de vacances da Páscoa.
É agreable saber que a vida corre bem aos nossos emigras, que podem viajar mais vezes, profitar a vida e tudo e tudo e tudo. O único senão é que eles continuam a ser os maiores ponhonheaux da estrada alguma vez vistos! Não sei como se conduz lá para os lados de Champigny, mas aqui comportam-se como se tivessem tirado a carta de condução em Marrocos (país onde circular nas rotundas no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio é facultativo).
Por isso deixo aqui um apelo, tal como já fez o Graciano Saga! Emigrante, faz cuidado! Não deites a tua vida (nem a minha, que ia tão sossegadinha na minha faixa) na pubela! E se em Agosto viesses de avião? A Ryanair já voa para Paris!
.
Pequeno dicionário françoguês-português
autorute - autoestrada
retrete - reforma
vacances - férias
agreable - agradável
profitar - aproveitar
ponhonheaux - adaptação livre da autora da palavra ponhónhó (everything in its right place™)
Champigny - o m.q. arredores, arrebaldes de Paris
faz cuidado - tem cuidado
pubela - caixote do lixo

14.4.06

de como escrever um auto pode demorar uma tarde

Foi a escrita da posta anterior que me fez recordar o episódio do senhor agente da PSP que demorou uma tarde para escrever um auto. Tudo porque tinha todos os dedos de ambas as mãos paralizados de medo do bicho informático, excepto o indicador da mão direita, que utilizava com a rapidez alucinante com que uma preguiça sobe a uma árvore.
Fui à esquadra acompanhar uma amiga, por causa de uma mala extraviada. Foi preciso dizer o nome da visada, o local do extravio e ainda fazer uma descrição exaustiva do conteúdo da mala. Se para qualquer mortal elaborar um rol das coisas que uma gaja guarda na mala pode ser demorado, imagine-se para um agente da PSP que escreve só com um dedo. Mordisquei as unhas, contei as moscas na sala, andei dezenas de vezes de um lado para o outro do balcão, num derradeiro teste à minha humana paciência!
Quando o senhor agente da PSP se preparava para imprimir o auto, algo acontece! O computador, caprichoso, bloqueia. O agente, aflito, pergunta:
- Alguma das senhoras percebe de computadores?
- Porquê, Senhor Agente? Algum problema?
- Bloqueou...
- Experimente fazer crtl + alt + del...
- Mas assim não perco tudo?
- Perde tudo? Não salvou o auto?
- Salvar...??
Foi aí que da minha mente em fúria começou a nascer um filme. Imaginei a cena em câmara lenta... Eu, com um salto acrobático tipo Matrix, a voar para o outro lado do balcão, a retirar de um golpe o revólver do coldre do polícia, a apontar-lhe a arma com as duas mãos estendidas. Eu a berrar-lhe, malvada "Vá, quero as duas mãos no teclado! Já!! Está a usar os dedos todos! E livra-te de escrever menos de cinco palavras por minuto, senão rebento-te os miolos!!".
...Quando acordei para a triste realidade, estava a minha amiga, resignada, a repetir o seu nome, a morada, o número do bilhete de identidade, tudo outra vez. Acabado o meu filme, fui obrigada a ir para o pátio apanhar ar, não fosse incorrer no crime de desrespeito à autoridade!

13.4.06

Diário de uma gaja asmática II

Odeio a Primavera. Porcaria de estação. Uma gaja quer trabalhar e está a Serra cheia de tojos e urzes floridos. Eu sei que é de gaja ser romântica, gostar de flores e destes cenários música-no-coração. Eu até acharia piada - que o meu coração não é de pedra - não fosse o maldito do pólen. Já espirrei mais hoje do que nos restantes dias do ano todos juntos. É que eu sou uma gaja ocupada. Tenho coisas para fazer. Não me dá jeito nenhum ter agora as histaminas feitas histéricas, todas aos pulos!

E depois, se fossem só os olhos inchados e os espirros, uma pessoa ainda tolerava tudo isso da Primavera, florzinhas e tal. O pior é a asma. Depois disto costuma chegar um ataque. Começo já a pressenti-lo, a chegar nos biquinhos dos pés. Mas ele que venha. Estou a escrever esta posta só com o dedo indicador da mão direita, qual agente da PSP, porque na esquerda seguro estoicamente a bomba, armada para o contra-ataque! Ele que venha!

E já que da outra vez achei piada ao conceito do ataque de asma com banda sonora integrada, também já tenho preparada a música para o próximo episódio de dispneia - vai ser o "Birds Make Good Neighbours". Até vos digo mais, Mr. e Mrs. Rosebuds - os passarinhos até tá muito bem; agora flores...

10.4.06

Ministro da Economia estagia na Finlândia

A obsessão de José Sócrates pelo modelo finlandês levou-o a sugerir um estágio de seis meses em Helsínquia a Manuel Pinho, Ministro da Economia.
Segundo a agência Lusa, a decisão terá sido tomada durante um conselho de ministros onde alguns membros do executivo (acometidos por súbitas crises de lucidez) tentaram explicar a Sócrates as diferenças entre aquele país nórdico e Portugal. Admitindo que os diversos planos do governo não estariam a produzir os efeitos desejados e que seria necessário tomar algumas medidas adicionais, o Primeiro Ministro decidiu enviar um dos seus ministros estagiar na Finlândia. O critério que levou à selecção de Manuel Pinho foi o simples facto de ser o ministro com mais tempo livre, uma vez que Portugal já praticamente não dispõe de Economia.
A ida do Ministro pode, no entanto, estar comprometida por motivos orçamentais. O responsável pela pasta da Economia argumentou que o seu salário não dá para pagar nem umas águas furtadas sem aquecimento em Helsínquia. José Sócrates deu-lhe razão e ambos estão já a tratar de uma candidatura a uma bolsa do PRODEP, que juntamente com algum dinheiro que as tias de Manuel Pinho lhe costumam oferecer pela Páscoa, deverão custear a viagem.

5.4.06

Querida Manca

Parabéns a você! Esperamos que conte muitos anos mas que pareça para sempre contar poucos, como convém a uma verdadeira gaja!

E não se esqueça! Todos aguardamos ansiosamente o desfecho da novela "a gaja e o benfiquista". Conte-nos tudo!

beijos

4.4.06

ai se ele cai

Partiu hoje rumo a Angola um avião da TAP transportando José Sócrates e uma comitiva de cerca de 70 empresários que representam um terço do PIB português. Não sendo eu uma fã dos Xutos e Pontapés creio que, subconscientemente, foi esta a razão que me fez passar o dia inteiro a trautear alegremente "Ai se ele cai, vai-se partir..."!

Parvoíce em torno de sinónimos

"Por toda a cidade (de Barcelona) já se vê a côr vermelha - encarnada, neste caso - do Benfica..."

Proferido por um inteligentíssimo jornalista da SIC no noticiário de hoje

3.4.06

Por falar em Adriana Calcanhot(t)o


Que acontecimentos na vida de uma artista...

(1994)

...levarão a que se lhe cresca um T no meio do nome?

(2002)

1.4.06

A última ceia

Ao fim de quase ano e meio de blog, mais de 130 postas e quase 8000 visitas, é com o coração desfeito em lágrimas (ou não) que anunciamos o fecho das portas e que vos deixamos, amigos, conhecidos, visitantes, comentadores anónimos, um último adeus.
Foi uma decisão difícil mas necessária. As gajas M&M (Manca e Mouca) sentem-se demasiado solitárias nesta cruzada, com o desaparecimento súbito do Mana Tesoura e com as fugazes aparições da FriFri (quase sempre para dizer disparates). Do menino Kalé não temos notícias há semanas... Perdeu-se assim o entusiasmo inicial e este blog tornou-se um fardo demasiado pesado para as nossas costas (principalmente para as da manca, que tem escoliose).
Agora que tudo acabou, não faz sentido carregarmos mais os terríveis segredos que esta casa esconde. Por exemplo, para além do menino Kalé ser gajo, facto que nunca escondemos, a Mana Tesoura e a FriFri também o são. Sim, esta é TODA A VERDADE. Nós somos as únicas representantes da classe gaja neste blog. Também por isso este espaço está em perigo. Sem o invisível mas sempre presente toque de masculinidade que traziam nossos desaparecidos companheiros, estão abertas as portas para os poemas, para as canções da Adriana Calcanhotto, para as fotografias dos gatos (que são muitos). Antes o fim que isso. Somos só duas gajas, não aguentamos esta pressão.
Pedimos perdão. A vós nossos amigos e camaradas, por termos revelado a vossa identidade, qual batman a quem se tira a máscara (ou os collants) e a vós leitores, por vos termos mentido e desapontado.

A gaja mouca e a gaja manca abraçam-se em lágrimas e afastam-se lentamente. Foi bom enquanto durou.

31.3.06

maneiras imaginativas de controlar o défice


Abre já no próximo mês, no Parque das Nações (naquele que antigamente era o Pavilhão do Futuro), o novo casino de Lisboa. E o Senhor Mega Ferreira veio já avisar que está a pensar numa grande área comercial e um hotel ali para o Centro Cultural de Belém. Óptimas ideias, o que é preciso para vencer esta crise é espírito empreendedor.
Aliás, julgo que se deveria retomar a santanesca ideia de transformar também o Parque Mayer num casino. Sejamos sinceros: todos os portugueses de bom gosto preferirão com certeza uma centena de slot-machines, umas mesas de black jack e duas ou três roletas a uma revista do La Féria!
Eu iria mais longe. Proponho mesmo que se transforme Lisboa na Las Vegas da Europa. Mais uns casinos, uns hoteis temáticos aqui e ali, umas capelinhas de casamentos instanstâneos na zona das Docas. Depois era só espalhar uns néons Welcome to Lisbon nas entradas da cidade e à porta do aeroporto. Poderiam ser cor-de-rosa, ficaria bonito.
Para além da cedência de espaços públicos ao desbarato, estou ainda a imaginar uma outra enorme vantagem desta nova Lisboa. Ajudaria até a controlar o défice. O estado poderia fazer um protocolo com os proprietários e todos os supranumerários da função pública seriam convertidos em funcionários de casino. Punha-se essa gente toda a trabalhar, a trocar dinheiro por fichas, a vender tabaco ou chocolates em tabuleirinhos, todos com fatiotas de lantejoulas e pequenos chapéus ridículos. Toda a moça com uma boa perna poderia até chegar a corista, se assim o desejasse. Os homens bem apessoados e capazes de dizer Faites vous jeux e Rien ne va plus seriam automaticamente promovidos a croupier! Isto sim, seria a verdadeira reforma da administração pública!

30.3.06

Ou eu ou o benfica

Ele era um benfiquista ferrenho. Ela era uma gaja normal, cujo único crime era fazer anos no dia 5 de Abril. Quis o destino (ou a UEFA) que essa data coincidisse com a deslocação de um certo clube de equipamento encarnado ao campo de uma certa equipa catalã. Ela diz "Vamos jantar fora no meu aniversário?". Ele engole em seco, olha para ela com ar de pânico, e gagueja "Mas então e o Benfica?". Ela responde, com um olhar trágico "Então e eu?". O que irá acontecer? Não perca a continuação desta saga, aqui, neste blog.

28.3.06

(e recordar é viver)

27.3.06

Berlusconi, il grande pagliaccio

«Acusam-me muitas vezes de dizer que os comunistas comem os seus bebés. Mas leiam o livro negro do comunismo e lerão lá que na China de Mao eles não comiam bebés mas ferviam-nos para fertilizar os seus campos», disse Berlusconi numa acção de campanha em Nápoles.
Até me vieram as lágrimas aos olhos! Farto-me de rir com este gajo, tem mesmo piadinha! Até me faz lembrar o nosso AJJ! Tenho pena é que todo o seu talento, toda esta invulgar veia humorística estejam tão mal aproveitadas no mundo da política. Mas o circo já não é o que era - já não se reconhece um bom palhaço!

21.3.06

aos gatunos conscienciosos

Em nome de toda a minha família venho aqui agradecer publicamente aos senhores que tão habilidosamente furtaram o veículo do meu irmão da porta de nossa residência. Não só tiveram a decência de abandonar a dita viatura depois de pouco mais de uma semana de utilização, como tiveram a amabilidade de a deixar a escassos 70 kms de casa. Assim sim! Dá gosto ver que ainda há gente profissional. E eu que achava que já não se fazia gatunagem como antigamente!!
Larápio amigo, se me está a ouvir, deixo-lhe apenas mais um repto: importar-se-ia de devolver também o capot, a porta traseira, o pára-choques, os faróis, os piscas, o auto-rádio, as colunas e o escape? O macaco, o pnéu supelente e o triângulo nós arranjaros por cá, não se apoquente com esses pormenores! Se não for pedir muito, é claro! Sabe onde moramos, certo?

15.3.06

Ele é que era o presidente da junta

Esta semana uma notícia despertou a atenção das gajas. Mais um escândalo autárquico, a bem dizer, mas com contornos bastante particulares. Aqui está um excerto:

"Chamadas eróticas pagas com terrenos

A Portugal Telecom (PT) leva, hoje, à praça, no Tribunal da Guarda, três terrenos penhorados à Junta de Freguesia do Rochoso para cobrar parte de uma dívida superior a 50 mil euros, mais juros de mora contabilizados desde 1998. Uma conta de telefone avultada que resultou das chamadas eróticas efectuadas por um anterior presidente da Junta, que se demitiu pouco depois de rebentar o escândalo. (...) Nesse ano, José Pires Sanches, eleito nas autárquicas de 1997, numa lista independente, foi obrigado a demitir-se de funções ao ser confrontado com uma volumosa conta de telefone, telefonemas realizados em apenas dois meses e meio. O caso foi parar a tribunal, mas o Ministério Público arquivou a queixa-crime contra o autarca.(...)"

in JN, 14.03.2006

As gajas ficaram pasmadas com o volume da dívida e decidiram explorar o assunto. Quisemos tentar perceber afinal quanto tempo por dia é que o senhor José Sanches passaria ao telefone em vez de trabalhar. Sendo assim, assumimos que dois meses e meio correspondem a 55 dias úteis (e que o senhor não ia "trabalhar" ao fim de semana) e que o preço por minuto das chamadas para linhas eróticas é de dois euros. Para falar a verdade, não passámos muito tempo a investigar o preço; poderá ser mais, perguntamos nós? Parecer-nos-ia uma exorbitância, mas neste mundo tudo é possível (e a prova está à vista)!
Chegámos então à surpreendente conclusão de que o senhor José Sanches poderá ter passado em média 7 horas e meia por dia a ligar para linhas eróticas... Repetimos, 7 horas e meia!
Se o seu horário fosse de oito horas, como é normal (e não temos razões para acreditar que este autarca fosse um apaixonado pelo trabalho), isto deixava-lhe meia hora por dia para tratar dos problemas da freguesia que o elegeu.
Ficamos ainda intrigadas com o facto da queixa-crime ter sido arquivada. Os senhores do Ministério Público devem ter considerado que a falta do que fazer por terras do Rochoso, onde só há dois cafés e uma mercearia, são fortes atenuantes - um homem tem de se entreter com qualquer coisa...

14.3.06

circular interna

Caras associadas

É com muito pesar que a provedoria deste blog tem notado que andais a produzir muito pouco e que, quando o fazeis, é invariavelmente sem qualquer vislumbre da arte que antes dominaveis na perfeição – o corte. Apenas a título de exemplo, a Mana Tesoura, que actualmente se dedica quase única e exclusivamente à crítica cinematográfica, utiliza expressões como “Reese Witherspoon (…) revela-se uma actriz fenomenal” ou “menina loira da voz sedutora (Scarlet Johanson) está fabulosa”. Mas o que é isto? Não é este tipo de adjectivos que costumava, nos tempos áureos, ser lido por aqui, ora não? Se as coisas continuarem desta maneira, o melhor é mudardes de blog. Usai aquele template azul celeste para combinar com essas postinhas quase angelicais que escreveis. E já agora mudai também o nome para “raparigas de boas famílias na amena cavaqueira e sem maldade”. Achais bem?

Estais constantemente a perder boas oportunidades de escrever belas postas. Que tenhais deixado passar a visita do Senhor Bill Gates a Portugal absolutamente em branco perdoa-se, embora não se compreenda. Mas que não tenha havido um mísero comentário à sumptuosa presença da Dolly Parton na cerimónia dos Óscares isso é, de todo, inaceitável. E que tendes a dizer em relação à afirmação de Ribeiro e Castro, dizendo não ser nenhum chefe de banda? Não digais que não estava a mesmo a pedi-las! Piada tinha era cortar no Paulinho, com certeza. Mas não subestimeis o potencial dos restantes membros do PP! Aliás, não subestimeis todo um país onde todos os dias acontecem coisas que são para vós, amantes do corte, diamantes em bruto. Lapidai gajas. Lapidai!

Agora ide. Ide para vossas casas e voltai só quando tiverdes recuperado o brio e o veneno!

Ass.
A provedoria do gajas no corte

8.3.06

O enxoval

Só a palavra naperon, só por si, é um galicismo do mais piroso. Mas o pior problema do naperon é que ele nunca vem só. Traz consigo paninhos de tabuleiro, lençóis, toalhas e panos, tudo com muita renda, bordados, folhos e flores de cetim. Sim, estou a falar do ENXOVAL!

Eu diria que o enxoval é o terror de qualquer gaja. Durante anos ele representou a mais vil descriminação contra as mulheres – todos os Natais e aniversários, enquanto os meninos recebiam brinquedos, milhares e milhares de meninas do nosso Portugal foram presenteadas, por familiares de gosto duvidoso, com artigos para o enxoval. Não se faz!

Depois de cada Natal lá acabava tudo numa arca bafienta ou no fundo de uma armário da casa materna, junto com uma dúzia de bolas de naftalina. E depois por lá ficava abandonado e todas desejávamos fervorosamente não ter de desenterra-lo nunca. Um dia uma gaja decide mudar-se e finge esquecer-se de todos artigos têxteis-lar que acumulou durante uma vida. Umas vezes passa. Outras vezes não.

Acontece que o abandono do enxoval pode acarretar sérios problemas. Em primeiro lugar a família costuma ficar deveras sentida com a não utilização do material fornecido. Em segundo lugar há aquela altura da vida da gaja em que ela se apercebe da real utilidade da treta do enxoval e a necessidade é tal que qualquer uma pondera a utilização de umas toalhitas bordadas ou de uns panos de cozinha com o Galo de Barcelos.
No meu caso pessoal, o que me livrou de conflitos familiares de maior foi ter arranjado uma casa minimal. A escassez de mobiliário é tal que a torna muito pouco naperonável.

Deixo-vos, no entanto, algumas sugestões. Em primeiro lugar não custa nada tentar, desde cedo, sensibilizar a família para que, de facto, a existência de rendas e folhos é totalmente desnecessária. Pode também tentar a troca directa de artigos barrocos pelo modelo básico – algumas mães e tias estão disponíveis a negociações desse género. Em último caso, uma gaja com sentido prático pode sempre reciclar, descoser rendas e bordados, cortar lençóis, etc… Olhe, use a imaginação!

6.3.06

Crash

Como gajas que adoram o corte que somos deveriamos aproveitar esta altura do ano única para comentar os vestidos que desfilaram pela carpete vermelha. Mas não, a Mana Tesoura sente-se compelida a comentar antes as estatuetas. (Claro que o momento em que a mãe do filho do Ben Afleck quase caía foi lindo, mas esse dava uma posta só por si...)
Notas Positivas: Reese Witherspoon, Philip Seymour Hoffman e Ang Lee!
Notas Muito Negativas: A grande surpresa da noite para mim foi sem dúvida a vitória de "Crash" (Colisão). Como é que um filme destes é distinguido com o Oscar de melhor filme, quando havia na concorrência filmes como Brokeback Mountain e Capote? Primeiro, o filme é engraçado, OK admito isso. Mas por outro lado não é nada mais do que engraçado. Não é de todo original (O título é roubado do soberbo Crash do David Cronenberg e a ideia é em muito plagiada do fantástico Short Cuts do Robert Altman). O filme está rodeado de um suposto peso de comentário político, mas que raio de comentário? Quantos filmes já foram feitos sobre o assunto? Enfim, não me conformo com o facto de a mediocridade ser galardoada e apreciada. É triste dizer isto, mas lembra-me Portugal...
A mana tesoura

2.3.06

Relatório Trimestral do DEOCN

Este resumo não está disponível. Clique aqui para ver a mensagem.

1.3.06

O Carnaval à portuguesa

Ontem, pela primeira vez em muitos anos, decidi festejar o carnaval. Não, amigas gajas, não se assustem! Não desfilei num carro alegórico nem sambei de maminhas ao léu com a pele arrepiada com o frio do Fevereiro português! Não gosto de Carnavais importados! Quem chama aos carnavais que tentam imitar o do Rio "os mais portugueses de Portugal" está, em minha opinião, muito enganado!
Ontem fui a Podence, aldeia do concelho de Macedo de Cavaleiros, e delirei com os caretos. Para quem não sabe, os caretos são uma espécie de diabretes que têm as suas origens em rituais pagãos de fertilidade e que se festejam um pouco por todo o lado em Trás-os-Montes, embora estejam em perigo de extinção. É como um ritual de passagem dos rapazes à idade adulta. Fazem tropelias, entram em todas as casas da aldeia, dizem as verdades que lhes vêm à cabeça e perseguem as raparigas, a quem tentam acertar com os chocalhos que têm à cintura. Ainda tenho as nódoas negras nas costas dos quatro chocalheiros que me elegeram como alvo. Só me senti um pouco desconfortável com o careto franzino e com cerca de metro e meio que me abordou - poderia ser um rapazito de 13 anos? Não achei bem e neste caso em particular dei por mim a pensar que se calhar o carnaval com "tudo à mostra" às vezes tem as suas vantagens...

27.2.06

A ceguinha

Nota: Esta é uma posta politicamente incorrecta. Não aconselhamos a sua leitura a pessoas sensíveis. Não temos livro de reclamações e disso podem queixar-se à DECO.

Uma das personagens do Porto por quem nutro especial antipatia é a ceguinha do túnel de S. Bento. O problema não é tanto a sua mão sempre estendida, a cantilena "dê uma esmola à ceguinha". O que me irrita nela é que, quando passa alguém que não resiste ao lamento e lhe larga uma moeda, a senhora invisual diz "deus lhe conserve os olhinhos". Deus lhe conserve os olhinhos? Mas o que ela quererá dizer com aquilo? Que aos restantes transeuntes sem moedas ou sem pachorra nada lhes dá o direito de conservar os olhinhos? É alguma praga que lhes roga? Este é um assunto particularmente sensível para mim, uma vez que um ouvidinho já lá foi à sua vida, deixando-me mouca como um tamanco. Desde então prezo muito os meus olhinhos isentos de dioptrias.

Há ainda outra coisa que me intriga na ceguinha: se numa semana se passa por ela e se lhe vêem as brancas própria da idade, já na semana a seguir as não tem, no seu cabelo apanhado, sempre perfeitamente pintado e penteado. Uma gaja repara nestas coisas, está-nos no sangue .
Eu suspeito que a ceguinha do túnel vai ao cabeleireiro mais vezes do que eu. É verdade que também não é difícil, que eu só vou cortar umas pontas lá à minha prima Teresa duas vezes por ano, alturas em que me ponho a par da vida da realeza europeia nos últimos meses, no meio de uma imensidão de Hollas atrasadas. É certo que a ceguinha tem direito a andar penteadinha. Eu até acho bem. Eu também tenho o direito de não contribuir com as minhas moedinhas. Nem sequer a troco de um "deus lhe conserve os olhinhos".

Agora que já me sinto a mais vil das gajas por denegrir a imagem de uma pedinte, não bato mais na ceguinha.

26.2.06

Americanices de lágrima ao canto do olho...

Olá olá gajas,

A mana tesoura finalmente chegou aos EUA. Passaram já 18 horas desde que saí aí do burgo e a viagem ainda não terminou. Estou ainda em Denver, CO, à espera do meu avião final. Estou a beber a minha primeira “diet soda”, a escrever esta posta e a olhar para a neve nos picos das montanhas.
Durante a viagem Frankfurt/Denver, vi dois filmes. Duas verdadeiras americanadas. O primeiro foi “in her shoes” com a Shirley Maclane e a Cameron Diaz. O segundo foi o “Elizabethtown” com o giraço do Orlando Bloom e a hiper gira Kristin Dunst. Como disse são duas americanadas de primeira, dois melodramas a puxar ao cómico, ou duas comédias a puxar à lágrima. A mana tesoura no entanto como é uma desgraçada duma sentimental chorou o coração fora (do inglês “cry one’s heart out”). Não sei o que se passa comigo. Se calhar era só o cansaço, se calhar sou mesmo é uma piegas, mas não percebo como é que com um filme que amei como o “Brokeback mountain” não verti uma simples lágrima e com estas merdices foi o que foi. Não que a história dos cowboys não tenha mexido comigo. Mexeu, ainda estou a pensar nele, mas se calhar só mesmo com filmes maus é que isto em acontece.
Mas isto não interessa nada. Queria apenas dizer-vos que voltei, que estou praticamente em casa e que assim que tenha acesso à Internet irei ver o que se passa nas gajas no corte e nos blogs dos nossos amigos.
Uma beijoca grande, entre a neve do colorado e os magníficos saguaros do deserto que me espera!

A mana tesoura

P.s.: No meio da excitação e das lágrimas esqueci-me de fazer um comentário. É que realmente este país tem do melhor e do pior. Este aeroporto, que é enorme, tem apenas uma sala de fumo. Sala de fumo essa que mais não é que um bar. O problema é que só te deixam lá fumar se comprares uma bebida. Agora mesmo um homem veio tentar fumar um cigarrinho e por acaso nem queria beber. Pois a empregada disse que ele tinha de apagar o cigarro e sair. Ele ia tirar mais umas passas e a p*t* da gaja nem isso o deixou fazer. Realmente assim não é nada difícil ser uma super potência e ter uma economia que continua a crescer mesmo no meio de uma grande crise internacional. Enfim, americanices…
(Posta escrita no ido dia 23 Fevereiro de 2006)