27.2.06

A ceguinha

Nota: Esta é uma posta politicamente incorrecta. Não aconselhamos a sua leitura a pessoas sensíveis. Não temos livro de reclamações e disso podem queixar-se à DECO.

Uma das personagens do Porto por quem nutro especial antipatia é a ceguinha do túnel de S. Bento. O problema não é tanto a sua mão sempre estendida, a cantilena "dê uma esmola à ceguinha". O que me irrita nela é que, quando passa alguém que não resiste ao lamento e lhe larga uma moeda, a senhora invisual diz "deus lhe conserve os olhinhos". Deus lhe conserve os olhinhos? Mas o que ela quererá dizer com aquilo? Que aos restantes transeuntes sem moedas ou sem pachorra nada lhes dá o direito de conservar os olhinhos? É alguma praga que lhes roga? Este é um assunto particularmente sensível para mim, uma vez que um ouvidinho já lá foi à sua vida, deixando-me mouca como um tamanco. Desde então prezo muito os meus olhinhos isentos de dioptrias.

Há ainda outra coisa que me intriga na ceguinha: se numa semana se passa por ela e se lhe vêem as brancas própria da idade, já na semana a seguir as não tem, no seu cabelo apanhado, sempre perfeitamente pintado e penteado. Uma gaja repara nestas coisas, está-nos no sangue .
Eu suspeito que a ceguinha do túnel vai ao cabeleireiro mais vezes do que eu. É verdade que também não é difícil, que eu só vou cortar umas pontas lá à minha prima Teresa duas vezes por ano, alturas em que me ponho a par da vida da realeza europeia nos últimos meses, no meio de uma imensidão de Hollas atrasadas. É certo que a ceguinha tem direito a andar penteadinha. Eu até acho bem. Eu também tenho o direito de não contribuir com as minhas moedinhas. Nem sequer a troco de um "deus lhe conserve os olhinhos".

Agora que já me sinto a mais vil das gajas por denegrir a imagem de uma pedinte, não bato mais na ceguinha.

26.2.06

Americanices de lágrima ao canto do olho...

Olá olá gajas,

A mana tesoura finalmente chegou aos EUA. Passaram já 18 horas desde que saí aí do burgo e a viagem ainda não terminou. Estou ainda em Denver, CO, à espera do meu avião final. Estou a beber a minha primeira “diet soda”, a escrever esta posta e a olhar para a neve nos picos das montanhas.
Durante a viagem Frankfurt/Denver, vi dois filmes. Duas verdadeiras americanadas. O primeiro foi “in her shoes” com a Shirley Maclane e a Cameron Diaz. O segundo foi o “Elizabethtown” com o giraço do Orlando Bloom e a hiper gira Kristin Dunst. Como disse são duas americanadas de primeira, dois melodramas a puxar ao cómico, ou duas comédias a puxar à lágrima. A mana tesoura no entanto como é uma desgraçada duma sentimental chorou o coração fora (do inglês “cry one’s heart out”). Não sei o que se passa comigo. Se calhar era só o cansaço, se calhar sou mesmo é uma piegas, mas não percebo como é que com um filme que amei como o “Brokeback mountain” não verti uma simples lágrima e com estas merdices foi o que foi. Não que a história dos cowboys não tenha mexido comigo. Mexeu, ainda estou a pensar nele, mas se calhar só mesmo com filmes maus é que isto em acontece.
Mas isto não interessa nada. Queria apenas dizer-vos que voltei, que estou praticamente em casa e que assim que tenha acesso à Internet irei ver o que se passa nas gajas no corte e nos blogs dos nossos amigos.
Uma beijoca grande, entre a neve do colorado e os magníficos saguaros do deserto que me espera!

A mana tesoura

P.s.: No meio da excitação e das lágrimas esqueci-me de fazer um comentário. É que realmente este país tem do melhor e do pior. Este aeroporto, que é enorme, tem apenas uma sala de fumo. Sala de fumo essa que mais não é que um bar. O problema é que só te deixam lá fumar se comprares uma bebida. Agora mesmo um homem veio tentar fumar um cigarrinho e por acaso nem queria beber. Pois a empregada disse que ele tinha de apagar o cigarro e sair. Ele ia tirar mais umas passas e a p*t* da gaja nem isso o deixou fazer. Realmente assim não é nada difícil ser uma super potência e ter uma economia que continua a crescer mesmo no meio de uma grande crise internacional. Enfim, americanices…
(Posta escrita no ido dia 23 Fevereiro de 2006)

24.2.06

Posta escrita num momento de fúria!

Uma gaja concorre para um trabalho X na Entidade Y.
A Entidade Y manda um mail a dizer que a lista dos candidatos admitidos para o trabalho X está na sua página da internet.
A gaja vai lá ver.
A gaja procura o seu nome na ordem alfabética.
A gaja encontra o nome.
"Admitida" grita a gaja! E pula de contente!
A gaja repara que à frente do seu nome está escrito "Admitido B".
A gaja suspeita.
A gaja procura o singnificado de se ser "Admitido B".
A gaja encontra o significado, em itálico, as letras pequenas: As listas de Candidatos Admitidos encontram-se agrupadas em “Admitido A” e “Admitido B”. Os candidatos admitidos do Grupo A e apenas estes (uma vez que são mais do que o número de vagas) serão submetidos a avaliação curricular a que se seguirá uma entrevista...

Porra, entidade Y, que merda de eufemismo é este? Porque não me puseram directamente na lista dos excluídos? Deixam primeiro uma pessoa pular toda contente e depois vem com um "ah e tal e o camandro, afinal não"? É que eu assim vou fazer a minha vida para outro lado!

21.2.06

Viver no limite

Há pessoas ousadas. Pessoas que gostam de um desafio e que nunca negam à partida ciências que desconhecem. Pessoas rebeldes. Pessoas que vivem no limite. Pessoas que vão de S. Bento a Campanhã de comboio sem pagar ou que saem do autocarro pela porta da frente. Hoje eu também fui assim. Sabendo que me iam cortar a água às 9 da manhã, fui tomar banho às 8:58. Radical, hein?

Looking for Alexander

Era uma vez um gato preto, chamado Miau. Na verdade, o seu nome completo era Dom Miau, o que fazia dele para amigos e conhecidos Dom apenas. Dom era uma gato muito manhoso e pouco vaidoso, assaz assenhorado do seu nariz. Era ainda um felino muito caseiro, mas não era rara a vez em que era avistado a arquear o dorso ao Sol no alto de um muro, ou aprimorado nos seus afazeres de gato dengoso rua acima, rua abaixo. Dom gostava de namorar as ondas do mar, mas como era muito desleixado nas suas idas à praia, tempos havia em que as ondas ficavam agitadas e encrespadas de ciúme quando o seu namoro se fazia de Lua Nova.

Ora, foi num desses dias incertos de Inverno que Dom achou por bem ir ao Fantasporto. Calçou as pantufas (que os gatos, ao contrário da gente, só calçam pantufas para sair à rua), vestiu o impermeável escuro e lá foi até ao Teatro Rivoli para ver o seu filme. Dom, a quem não faltavam caprichos de menino mimado, tomou lugar num dos parapeitos das aberturas laterais do teatro e estava languidamente a lamber a pata esquerda quando as luzes da sala se apagaram. As suas pupilas cresceram até ofuscar o azul celeste dos seus olhos: a sessão ia começar.

Dom ficou maravilhado com as lindas imagens em sucessão no ecrã e com as sonoridades que vibravam dos altifalantes, mas como gato que era, pouco entendia da linguagem de gente. Tudo lhe pareceu mais estranho ainda quando reparou no burburinho que tomou conta da sala e viu as pessoas lá em baixo a começarem a sair, muito zangadas. Intrigado, Dom acercou-se do seu amigo gato Dorminsky, que encontrou atrás da tela, bojudo como sempre e de charuto na boca.

− Por que estão as pessoas todas a sair tão zangadas? – inquiriu Dom ao seu felino compadre.

− Porque isto é um filme canadiano falado em francês e ninguém se lembrou de o legendar! – ronronou o gato Dorminsky, incontido de gozo.

Desarmado perante tamanha tolice, Dom virou costas ao Fantasporto e foi passar o resto do serão na companhia das ondas do mar.

− KL

A santa vida da Mana Tesoura


Imagino eu que quem tem seguido este site com alguma atenção (sim, não é preciso assim tanta) já se apercebeu que a mana tesoura é… como descrever?!?! uma maluca. Pois, nem mais nem menos, ou talvez não… penso que é chegada a altura de revelar um pouco mais de mim.
Sou rapariga para ter sido criada num meio bastante católico, sempre fui também rapariga para gostar muito de livros e de arte, assim desde pequenina… Dentro do género, o que mais havia lá por casa eram imagens de santos e uma pequena biografia da Joana d’Arc. 2+2 coisa e tal, a rapariga torna-se numa adolescente fascinada pela Joana d’Arc que via como exemplo daquilo que uma gaja a sério deveria ser. A esta juntaram-se a imagem de outros santos transviados como a Santa Teresa de Ávila e o São Sebastião (e bem mais recentemente como já perceberam a Santa Wilgefortis). Não esquecer ainda o menino Jesus da Cartolinha ao qual, dizem as beatas lá da terra dos meus pais, lhe mudam a roupa todos os dias (eu vaidosa como tudo queria também ter um séquito de beatas que me mudasse a roupa todos os dias). Resultado: Que é que recebo ontem de prenda de aniversário das gajas? Sim, A vida extraordinária dos santos! Estiveram muito bem… mesmo muito bem. Fui para casa devorar o livro… mas os meus piores receios concretizaram-se. É que a minha imagem dos santos tem bem mais a ver com a Joana d’Arc do Dreyer ou com o Sebastienne do Derek Jarman, que com pias ladainhas proto-católicas.
Isto tudo para revelar um sonho: quero fazer O livro da vida dos santos… sempre adorei biografias, sempre adorei cuscar a vida alheia… agora que se banalizaram as pop e movie stars haverá terreno mais fértil para uma gaja como eu? A mim parece-me que seria um projecto fabuloso… ou então, dêem lá um desconto… pode ser só a mana que está com saudades do seu Tom e precisa é de sexo… Quem sabe, quem sabe?

Beijocas,

A mana tesoura

Parabéns à Mana

A nossa estouvada, depravada, sofisticada Mana Tesoura completa hoje mais uma sumptuosa Primavera.
Mesmo quando se arma em nojentinha, mesmo quando resolve dar uma pitada hard-core aqui ao blog, mesmo quando nos arrasta até locais onde a música é horrível, nós gostamos muito de si e sentiremos a sua falta agora que vai voltar para o seu exílio no deserto! Parabéns e bon voyage Mana!
PS. Aqui fica uma prenda para si que demonstra todo o nosso amor!

19.2.06

Hit me baby one more time

Desculpem o título da posta caras amigas, mas estou a ouvir esta música em versão acústica interpretada pelos Travis (por falar nisso, que é feito deles?). E sabem que mais? É uma boa música. Pena a versão original ser cantada por aquela-cujo-nome-não-dizemos.

E agora que a minha coluna (não falo da vertebral mas sim da que escrevo em N.Y.) se encontra em fase de repouso, decidi por uns tempos regressar a Barcelona e escrever um pouco sobre as pessoas e a cidade (quem estiver interessado na primeira parte desta série pode clicar aqui). O tema do sexo virá mais tarde, para já ficam alguns aspectos quotidianos.

Pois bem, este fim de semana estive a estudar os trajes das várias pessoas que encontrei na noite. E cheguei à conclusão que aqui tudo pode estar na moda. Claro que o mais "in" será o look Poppy. Muito 80's, muito Pop, muito The Strokes, muitas calças justas com All Star e muitos vestidos pretos com pintinhas rosa. Os cabelos, esses são franja à frente dos olhos para os rapazes e bandelete fininha para as raparigas. Mais uma vez se prova que a moda é cíclica. Nem é preciso falar na música.

Resta saber qual a relação entre o traje e a facilidade em encontrar parceiros, mas sobre isso ainda tenho de estudar um pouco mais (como principal interveniente, claro).

Carrie Bradshaw
[em Barcelona]

As dúvidas do Gaspar


Como o Natal é quando uma gaja quiser, hoje recebi um cd do Sérgio Godinho a cantar com os Amigos de Gaspar, que tem lá dentro esta preciosidade:

Quem sou eu? - disse eu
só que ninguém respondeu, ninguém
mas que foi que me deu para estar hoje assim?

Estou aqui, se estou
mas para onde é que eu vou, quem sou?
Toda a gente sabe mais ou menos quem é


Passam carros, passa gente
vão para algum lugar é certo
vão para trás e vão para a frente
vão para longe e vão para perto
vão para algum lugar é certo, vão

Delicioso... Obrigada!

17.2.06

weather man


As gajas ( a mana tesoura e a manca) foram ao Alaska de Mercedes. Passamos a explicar. A mana tesoura e a gaja manca decidiram armar-se em gajas de espírito aberto e alternativas e ver o concerto de apresentação do álbum "Cruising Alaska" de uma banda nova aqui da Invicta chamada "The Weather Man" no bar O Meu Mercedes é Maior Que o Teu.
Não estamos aqui para fazer uma crónica musical, mas mais uma crónica social que é nisso que somos boas.
A nossa mensagem é simples e sucinta: Gajos, se aspiram a ser rock stars não levem os papás aos concertos. Isto não é Sequim de Ouro ( o programa do Topo Gigio, enah, lembram-se do Topo Gigio, eu tinha um Topo Gigio que dormia sempre comigo!!!, acho que foi o meu primeiro homem!!!). Vamos lá ser adultos. É natural que os papás tenham orgulho dos seus meninos, mas estar na primeira fila, a bater palmas ao longo de todas as músicas, com duas máquinas fotográficas é triste... sim, não fica bem.
A mana tesoura gostaria de salientar que o baixista era muito muito muito giro...
A gaja manca gostaria de salientar que, fora amadorismos próprios de gajos que ainda levam os papás ao concertos, a música era bem catita...
beijocas da mana tesoura e da manca

16.2.06

Walk the line


Pois já vi, já vi...
Isto de se morar em terras do tio sam tinha de ter algumas vantagens... A verdadeira motivação para escrever esta posta tem a ver com a frustração das gajas quando por alturas do balanço 2005 queriam escolher o filme do ano e chegaram à conclusão de que não conseguiam porque já não sabiam muito bem o que tinham visto esse ano. Assim, a mana tesoura decidiu fazer destaques periódicos aos filmes recentemente vistos.
O filme... nem sei o que vos diga... é bom sim senhor. O melhor do filme (são na realidade dois): Reese Witherspoon e as cenas do Folsom Prison Concert. Reese Witherspoon, sim essa gaja que era apenas uma gaja loura em filmes como Legally Blonde I e II (sim filmes maus têm sempre sequelas para além daquelas que possam eventualmente deixar em nós, neste caso a banalização da Loura Burra... sim sim, oh m*r^a, eu sou loura mas não sou burra!!!), revela-se uma actriz fenomenal... As cenas da prisão são de uma energia absolutamente primitiva e tribal. Menos bem no filme... não deixa de ser uma biografia de massas, de puxar à lágrima e de glorificação da máxima da pobre alma perdida a caminhar no vale das sombras que vê a luz (o amor e Deus) e encontra o verdadeiro caminho...
Em balanço, um filme muito decente. Mais uma história de amor maior que a vida, mas em ano de histórias de amor como Brokeback Mountain, esta não será seguramente aquela que vos vai marcar. Mesmo assim é um filme: A ver. Principalmente se gostam da música do Johnny Cash (as covers feitas pela dupla Reese Witherspoon e Joaquin Phoenix são de facto muito boas) e se são do tipo que dá tudo para chorar baba e ranho num filme. Eu sou...
A mana tesoura

14.2.06

5 x 5

A pedido de muitas famílias.... bem, de algumas famílias... ok, de duas pessoas (obrigada rps e woman once a bird por serem quem são e se lembrarem de nós), decidimos aceitar o desafio de expôr publicamente os nossos cinco vícios mais peculiares. Declara-se então aberta a caça ao vício!


Mana Tesoura

  1. parar no drive in do krispy kreme doughnuts depois de uma boa festa NAUSEA para comprar doze krispy kreme custard filled doughnuts
  2. actualizar diariamente o meu gráfico de variação da taxa cambial euro/dolar
  3. actualizar diariamente o meu gráfico de variação do peso em kg e libras
  4. acabar as frases com teejaayy
  5. tirar cotão do umbigo do meu namorado

FriFri

  1. cantar ópera sempre que conduzo
  2. falar sozinha enquanto estou no wc
  3. cheirar sempre as cuecas antes de as vestir
  4. cheirar sempre as cuecas depois de as tirar
  5. pedir bebidas num bar com pronúncia de Viseu

Gaja Manca

  1. chuchar na almofada
  2. adormecer que nem uma pedra no sofá
  3. tratar as pessoas e os gatos por "mizi"
  4. não conseguir andar devagar; mesmo manca, eu nunca ando: corro.
  5. não conseguir parar de cantarolar ou assobiar, mesmo quando sei que estou a incomodar as pessoas.

Gaja Mouca

  1. passar sempre para o lado esquerdo dos meus acompanhantes enquanto caminhamos, para os ouvir com o ouvido que não é surdo.
  2. chamar "pequena" a todas as gajas de quem gosto, independentemente do seu tamanho
  3. trincar os filtros dos cigarros ao fumar (é um nojo, eu sei)
  4. cantar o ritmo do "jingle bells" com a seguinte letra "rónhónhó rónhónhó, rónhónhó nhónhó" enquanto aperto um qualquer gato
  5. não conseguir sair de casa sem uma gigi

E por fim - Je t'aime, moi non plus - les cinq vices capitales de Karl Lagerfeld (segundo o butler do menino Kalé):

  1. Rever a prestação de 'Waterloo' dos ABBA no festival da Eurovisão em 1974 com uma flûte de Dom Pérignon enquanto lhe fazem a pedicure
  2. Ler a Vogue na casa de banho
  3. Morangos com Açúcar
  4. Ser visto no Estádio da Luz de braço dado com Betty Grafstein
  5. Être toujours absolument râvissant

E agora, porque o regulamento desta coisa assim o dita e porque somos gajas supersticiosas (ouvimos dizer que se a cadeia fôr interrompida teremos 7 anos de azar) e muito interessadas em conhecer os vícios alheios, continuamos a lançar o desafio! Por isso...

Cócó Na Ventoinha!
Surya!
Pouca Roupa!
Andalsness!
Extravaganza!

...venham jogar! Vocês são concorrentes!

10.2.06


in loving memory...

8.2.06

acto de contrição

Hoje o meu saldo (já tão) negativo para com deus aumentou um pouco mais. Porque falhei. Pequei. Retorci-me. O meu pecado de hoje foi:


A INVEJA!!

6.2.06

Um domingo no parque

Sabem como é, minhas amigas: uma gaja fica manca de repente, passa a mexer-se muito menos e subitamente apanha um susto ao olhar para a balança. Sim, é que basta olhar para mim para se perceber que nestes últimos meses atingi uma volumetria corporal nunca antes alcançada! Para além disso, a bem da recuperação do meu pé, há que o exercitar, tal como manda o fisioterapeuta. Pensei eu então: por que não juntar o útil ao útil (sim, o agradável nunca é para aqui chamado) e retomar um hobby há muito esquecido? Sendo assim, para perder calorias e mexer o pezinho doente, esta gaja decidiu ontem ir dar uma volta de bicicleta.
Como sou oriunda da cidade das bugas, às vezes esqueço-me de que o Porto está longe de ser um paraíso para os ciclistas. Para além disso, em Aveiro basta pedalar uns meros dez minutos para estarmos longe do centro da cidade e a respirar ar puro tendo um esteiro da ria como cenário (ai das meninas que se atrevam a falar mal da qualidade atmosférica de Aveiro, digo-vos já que são previsíveis e que não têm razão nenhuma!)
Para onde é que se vai andar de bicicleta no Porto, pensei eu, se não quero respirar fumo de escape? Para o parque da cidade, claro está. E assim começou a minha aventura.
Comecei por deslizar pela Rua de Nossa Senhora de Fátima abaixo e por descobrir que, afinal, os travões não estavam a funcionar tão bem como eu pensava e que, se queria acabar a jornada sem lesionar mais nenhuma parte do corpo, tinha que moderar a velocidade. A meio da avenida da Boavista, depois de aguentar estoicamente os buracos no chão e o trânsito que me fazia circular a uma velocidade superior à média dos restantes veículos, vi-me rodeada, ao parar num semáforo, por um enxame de scooters dirigidas por aquilo a que eu chamo gunobetos. Um gunobeto é aquele tipo de gajo que anda de cavas, calças curtas e boné, utiliza palavras como "desadesiva" com sotaque do Porto quando quer mandar alguém embora e que gosta de se reunir ruidosamente com os seus semelhantes nas esquinas de pacatos bairros residenciais ou estações de serviço. Estes gunobetos pararam mesmo ao lado da gaja, todos a acelerar, a produzir monóxido de carbono em excesso, a apitar e a fazer comentários jocosos e desagradáveis à gaja em cima da bicicleta. Mau, pensei eu, vou mas é pelo passeio! O pior é que andar de bicicleta no passeio é proibido, e com alguma razão... Depois de andar a fazer gincanas pelo meio das paragens de autocarro, postes de iluminação e transeuntes e de ter feito mais do que uma tangente aos carros estacionados, cheguei finalmente ao meu destino, pensando que a aventura estava terminada e que agora iria circular pacificamente no meio da natureza...
Pois, só que me esqueci de que os portuenses só conhecem dois sítios para onde ir passear: o shopping e o parque da cidade. Como estava um solinho agradável e os saldos já acabaram, adivinhem onde é que foi toda a gente... Em vez de um passeio a velocidade de cruzeiro, sem grandes interrupções, tive de passar o tempo todo a tentar não atropelar a avó enquanto me desviava da prima que por sua vez tentava desviar o cão do senhor que vinha a correr em sentido contrário que por sua vez saltava por cima da bola que a criancinha em cima do triciclo tinha lançado para o irmão que estava dentro do carrinho de bebé. Acreditem, minhas amigas, nem no recanto mais escuro do parque uma gaja podia andar à vontade. O passeio no parque da cidade acabou por ser mais um teste à paciência e aos travões da bicicleta do que à resistência dos músculos pouco exercitados... Após duas voltas, estava pronta para regressar a casa. O pior é que no regresso a Avenida da Boavista é a subir. Dado que o meu espírito de sacrifício já era nulo por esta altura, desmontei e levei a bicicleta a pé durante grande parte do percurso.
Estafada e com os músculos doridos, cheguei a casa e comi uma maçã. "Ai que saudável que eu sou", pensei enquanto acendia um merecido cigarro.

futilidades


Eu sei que com estas postas todas a mana tesoura se arrisca a ganhar o prémio da gaja mais fútil do ano. Mas como a mana tesoura acha que mais vale fútil que sonsa, aqui vai...

Isto para dizer à amiga gaja que comentou a posta anterior que há gajos que mesmo por baixo da pele têm piada... o por baixo da roupa está a ficar extremamente demodé... afinal de contas uma gaja vai a conduzir pelas ruas e não vê mais que gajos semi-despidos. Têm reparado que a mulher objecto foi completamente destronada pelo homem objecto? A que se deve tal coisa? As gajas hoje são mais independentes e têm basicamente o mesmo poder de compra que os gajos... São apesar de tudo ainda as gajas que vão às compras e por isso, mesmo em anúncios de papel higiénico, vende mais ter um gajo giro que uma gaja gira... Os gajos começam a preocupar-se mais com a sua imagem e a ideia de que um gajo é bom de qualquer maneira está mais do que morta... Entre os gajos, os com maior poder de compra são em geral gay e por isso um gajo nú ajuda a vender... Será que a coelhinha da playboy é uma espécie em extinção? Está condenada aos arquivos da arte pop do século XX?

A mana tesoura

2.2.06

e se de repente....


E se de repente o Batman tirasse a sua máscara?
Seria isto que iríamos encontrar?
Ambas as imagens são do actor Christian Bale, intérprete dos filmes: O Maquinista e Batman Begins.
Será que ainda podemos confiar nas aparências?, ou,
Será chegada a altura de começar a ver por baixo da pele (roupa)?

A mana tesoura