19.2.08
16.2.08
A gaja que ouve (demasiado) bem queixa-se dos seus vizinhos
Eu sou uma gaja cusca. Muito cusca. Saber da vida alheia e cortar na casaca do próximo são das coisas que mais prazer me dão na vida. E, como já devem ter reparado, este blog chama-se “gajas no corte” e não “gaja no corte”; é óbvio que não estou sozinha na minha grande paixão por este pequeno pecado.
No entanto, apesar de não ter pruridos em me definir como cusca, tenho a minha ética, os meus limites. Há coisas sobre a vida alheia que eu não faço questão de saber. Aliás, faço até questão de não saber.
E uma coisa é quando tentamos conhecer a vida alheia pela via tradicional, que é trocando informações com outras gajas. É desse carácter inquiridor, de procura activa, que eu gosto na actividade de cuscar. Outra coisa bem diferente é quando a vida alheia nos entra pela casa adentro sem perguntar se pode e sem ser desejada. Neste contexto, em minha opinião, a coisa mais tenebrosa que pode acontecer é ouvir-se um casal a ter sexo num quarto vizinho.
Eu achava que já tinha tido a minha dose de voyeurismo sonoro passivo na minha breve passagem por uma casa na rua da Torrinha, no Porto. Aí, a vizinha do lado gritava estridentemente “Estou-me a vir! Estou-me a vir!”, para quem quisesse e também para quem não quisesse ouvi-la (o marido, no primeiro caso; eu, todo o prédio e quiçá toda a rua, no segundo).
Agora, aqui nos states, tenho um novo mas semelhante pesadelo. Quer dizer, ao contrário do casal da rua da Torrinha, o jovem casal do quarto em cima do meu não tuge nem muge nem se ouvem gritos de espécie nenhuma. Mas fazem abanar a cama de uma forma inacreditavelmente ruidosa, e sobretudo a um ritmo aceleradíssimo que está nos antípodas do romântico. Como é lógico, além de aborrecido, o barulho não me deixa dormir nem trabalhar. E não há headphones ou música alta que resolvam o problema.
Para agravar a situação, é certo e sabido que os americanos levam o dia dos namorados a sério. Na noite de 13 para 14 fui à cozinha já tarde e a rapariga atarefava-se a fazer uns pindéricos biscoitos em forma de coração pintados de cor-de-rosa. Ontem, dia dos namorados, o namorado aparece na cozinha com um ar de urgência, perguntando se eu sabia onde estava o saca-rolhas. O pânico apoderou-se de mim. Se o ruído já é mau num dia normal, no dia dos namorados e com vinho e biscoitinhos românticos à mistura a coisa pode potencialmente impedir-me de dormir a noite toda… Então decidi ir deitar-me de imediato e tirar partido do meu afamado sono de pedra, antes que eles tivessem tempo de acabar a garrafa. E para aqueles que esperavam pormenores ainda mais escabrosos do que os que já fui fornecendo ao longo desta posta, lamento desiludir-vos: a verdade é que dormi lindamente!
Moral da história: Dia dos Namorados volta, estás aperdoado: oh, se eu pudesse antecipar sempre desta maneira a hora da ginástica!…
No entanto, apesar de não ter pruridos em me definir como cusca, tenho a minha ética, os meus limites. Há coisas sobre a vida alheia que eu não faço questão de saber. Aliás, faço até questão de não saber.
E uma coisa é quando tentamos conhecer a vida alheia pela via tradicional, que é trocando informações com outras gajas. É desse carácter inquiridor, de procura activa, que eu gosto na actividade de cuscar. Outra coisa bem diferente é quando a vida alheia nos entra pela casa adentro sem perguntar se pode e sem ser desejada. Neste contexto, em minha opinião, a coisa mais tenebrosa que pode acontecer é ouvir-se um casal a ter sexo num quarto vizinho.
Eu achava que já tinha tido a minha dose de voyeurismo sonoro passivo na minha breve passagem por uma casa na rua da Torrinha, no Porto. Aí, a vizinha do lado gritava estridentemente “Estou-me a vir! Estou-me a vir!”, para quem quisesse e também para quem não quisesse ouvi-la (o marido, no primeiro caso; eu, todo o prédio e quiçá toda a rua, no segundo).
Agora, aqui nos states, tenho um novo mas semelhante pesadelo. Quer dizer, ao contrário do casal da rua da Torrinha, o jovem casal do quarto em cima do meu não tuge nem muge nem se ouvem gritos de espécie nenhuma. Mas fazem abanar a cama de uma forma inacreditavelmente ruidosa, e sobretudo a um ritmo aceleradíssimo que está nos antípodas do romântico. Como é lógico, além de aborrecido, o barulho não me deixa dormir nem trabalhar. E não há headphones ou música alta que resolvam o problema.
Para agravar a situação, é certo e sabido que os americanos levam o dia dos namorados a sério. Na noite de 13 para 14 fui à cozinha já tarde e a rapariga atarefava-se a fazer uns pindéricos biscoitos em forma de coração pintados de cor-de-rosa. Ontem, dia dos namorados, o namorado aparece na cozinha com um ar de urgência, perguntando se eu sabia onde estava o saca-rolhas. O pânico apoderou-se de mim. Se o ruído já é mau num dia normal, no dia dos namorados e com vinho e biscoitinhos românticos à mistura a coisa pode potencialmente impedir-me de dormir a noite toda… Então decidi ir deitar-me de imediato e tirar partido do meu afamado sono de pedra, antes que eles tivessem tempo de acabar a garrafa. E para aqueles que esperavam pormenores ainda mais escabrosos do que os que já fui fornecendo ao longo desta posta, lamento desiludir-vos: a verdade é que dormi lindamente!
Moral da história: Dia dos Namorados volta, estás aperdoado: oh, se eu pudesse antecipar sempre desta maneira a hora da ginástica!…
14.2.08
How soon is now?
I am the son
and the heir
of a shyness that is criminally vulgar
I am the son and heir
of nothing in particular
You shut your mouth
how can you say
I go about things the wrong way
I am human and I need to be loved
just like everybody else does
I am the son
and the heir
of a shyness that is criminally vulgar
I am the son and the heir
of nothing in particular
You shut your mouth
how can you say
I go about things the wrong way
I am human and I need to be loved
just like everybody else does
There's a club if you'd like to go
you could meet somebody who really loves you
so you go, and you stand on your own
and you leave on your own
and you go home, and you cry
and you want to die
When you say it's gonna happen "now"
well, when exactly do you mean?
see I've already waited too long
and all my hope is gone
You shut your mouth
how can you say
I go about things the wrong way
I am human and I need to be loved
just like everybody else does
and the heir
of a shyness that is criminally vulgar
I am the son and heir
of nothing in particular
You shut your mouth
how can you say
I go about things the wrong way
I am human and I need to be loved
just like everybody else does
I am the son
and the heir
of a shyness that is criminally vulgar
I am the son and the heir
of nothing in particular
You shut your mouth
how can you say
I go about things the wrong way
I am human and I need to be loved
just like everybody else does
There's a club if you'd like to go
you could meet somebody who really loves you
so you go, and you stand on your own
and you leave on your own
and you go home, and you cry
and you want to die
When you say it's gonna happen "now"
well, when exactly do you mean?
see I've already waited too long
and all my hope is gone
You shut your mouth
how can you say
I go about things the wrong way
I am human and I need to be loved
just like everybody else does
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