Abre já no próximo mês, no Parque das Nações (naquele que antigamente era o Pavilhão do Futuro), o novo casino de Lisboa. E o Senhor Mega Ferreira veio já avisar que está a pensar numa grande área comercial e um hotel ali para o Centro Cultural de Belém. Óptimas ideias, o que é preciso para vencer esta crise é espírito empreendedor.
Aliás, julgo que se deveria retomar a santanesca ideia de transformar também o Parque Mayer num casino. Sejamos sinceros: todos os portugueses de bom gosto preferirão com certeza uma centena de slot-machines, umas mesas de black jack e duas ou três roletas a uma revista do La Féria!
Eu iria mais longe. Proponho mesmo que se transforme Lisboa na Las Vegas da Europa. Mais uns casinos, uns hoteis temáticos aqui e ali, umas capelinhas de casamentos instanstâneos na zona das Docas. Depois era só espalhar uns néons Welcome to Lisbon nas entradas da cidade e à porta do aeroporto. Poderiam ser cor-de-rosa, ficaria bonito.
Para além da cedência de espaços públicos ao desbarato, estou ainda a imaginar uma outra enorme vantagem desta nova Lisboa. Ajudaria até a controlar o défice. O estado poderia fazer um protocolo com os proprietários e todos os supranumerários da função pública seriam convertidos em funcionários de casino. Punha-se essa gente toda a trabalhar, a trocar dinheiro por fichas, a vender tabaco ou chocolates em tabuleirinhos, todos com fatiotas de lantejoulas e pequenos chapéus ridículos. Toda a moça com uma boa perna poderia até chegar a corista, se assim o desejasse. Os homens bem apessoados e capazes de dizer Faites vous jeux e Rien ne va plus seriam automaticamente promovidos a croupier! Isto sim, seria a verdadeira reforma da administração pública!